sábado, 19 de novembro de 2022

A imagem do dia


Estão a ver esta foto? Esta gente toda participou numa corrida para homenagear o Sebastian Vettel, na sua última corrida na Formula 1, neste sábado, em Abu Dhabi. Deram a pé uma volta ao circuito de Yas Marina, depois da qualificação.  Apareceram quase todos, até Stefano Domenicalli, o CEO da competição, deu uma perninha. 

Isto é para verem que ele é mesmo amado e irão sentir a sua falta. Não é todos os dias que se sente que os pilotos também são seres humanos e não pensam só na vitória a todo o custo, desumanizando-se pelo caminho. 

Formula 1 2022 - Ronda 22, Abu Dhabi (Qualificação)


E pronto, chegamos ao final de uma longa temporada. Do qual a Formula 1 pretende alargar ainda mais em 2023 - fala-se que haverá 24 corridas, mas a China poderá cair. Ainda se falou ligeiramente de um regresso de Portimão ao calendário, mas isso não tem muitas pernas para andar. Logo, se tudo confirmar, poderemos ter um abril inteiro sem Formula 1...

O mais interessante é que neste final de semana acontece o início do Mundial de futebol, no vizinho Qatar. Aliás, mal acabar a corrida e nos despedirmos de gente como Sebastian Vettel, Nicholas Latifi, Daniel Ricciardo e Mick Schumacher, rolará a bola num dos lugares mais estranhos onde assistir uma competição tão grande como essa...

Eu sei, vivemos tempos estranhos. Mas que querem? Quando o dinheiro arde nos bolsos e tudo tem um preço, temos coisas destas. 

Em Abu Dhabi, havia três equipas com objetivos diferentes: a Red Bull queria a primeira linha, a Mercedes queria voltar a ser como conseguiram em Interlagos, e a Ferrari queria o segundo lugar quer no mundial de pilotos, para Charles Leclerc, quer o de Construtores.

E claro, com os eventos de Interlagos, todos queriam saber se Max Verstappen iria ser cooperativo e ajudar Checo Perez a ficar com o vice-campeonato. Eles tinham dito que sim, haveria cooperação, mas já sabem: as pessoas querem ver fogo no cabaré.

Com o por do sol, começou a qualificação. De imediato, alguns carros foram para a pista e marcar os melhores tempos num asfalto que estava quente: 38 graus naquele início de noite! 

Nicholas Latifi foi o primeiro a sair e também a garantir volta rápida: 1.26,841. Logo a seguir, saem a Red Bull, a seguir, Ferrari e Mercedes seguiram-na, e depois, Alfa-Sauber, Alpine e McLaren. A pista passava a estar completa. E Max Verstappen marcou o seu tempo, com 1.24,754, suficiente para a Q2. Depois veio Checo e Sainz Jr a 0,3. Lewis Hamilton era um discreto sétimo, a 840 centésimos de Max. Distantes de Interlagos...

Mas pior, pior, era o meio do pelotão. Daniel Ricciardo e Fernando Alonso eram 14º e 15º, próximos de passarem a ver o resto do treino das boxes e explicarem à imprensa porque não estão ali na pista. Sebastian Vettel deu-se bem e avançou sem problemas, como o Alfa Romeo de Guanyou Zhou. No final, os azarados que ficaram para trás foram os Williams de Alex Albon e Nicholas Latifi - saída pela porta pequena - o Alfa Romeo de Valtteri Bottas, o Haas F1 de Kevin Magnussen e o Alpha Tauri de Pierre Gasly.


Chegados à Q2, o primeiro a sair foi Lewis, a falar que tinha problemas com os seus travões. A sua volta era 0,4 segundos mais lenta que George Russell. Aliás, depois, Vettel e Ocon andariam melhor que ele. Parecia que o seu lugar na Q3 estava em perigo... Porque depois apareceram Ferrari e Red Bull, que conseguiram melhores tempos que ele. E o melhor deles todos era Sergio Perez, que fazia 1.24,419. Vettel era quinto, depois dos Ferraris de Leclerc e Sainz Jr, e Max. Ocon e Norris também seguiram, e Ricciardo também, mesmo com as três posições de penalização...  

No final, entre os que ficaram de fora na última Q2 da temporada, ficaram o Haas F1 de Mick Schumacher, o Alpine de Fernando Alonso, o Aston Martin de Lance Stroll, o Alfa Romeo e Zhou e o Alpha Tauri de Yuki Tsunoda.

E assim, chegamos à Q3. A última do ano.  

Todos olhavam para os Red Bull, os melhores na pista. E se calhar alguns até apostavam que Perez fizesse uma gracinha e conseguisse uma pole, esfregando na cara dos apoiantes de "Super Max". Mas o neerlandês não deu chances a ninguém: 1.23,988. Vettel tentava entrar na pista antes dos outros, para ter a pista limpa e uma boa volta, e conseguiu o sétimo melhor tempo. Entrou nas boxes e assistiu à parte final.

Primeiro, era Leclerc, que fizera o melhor tempo, mas Sergio Perez estabeleceu 1.24,052 e eles monopolizaram a primeira linha da grelha. Mas a Ferrari monopolizava a segunda e relegava os Mercedes para a terceira. Norris era o melhor do resto   


No final, as declarações entre os pilotos da Red Bull falam sobre o que fizeram para lá chegar, e o que acontecerá amanhã.

Tivemos altos e baixos. Começou muito bem, mas no Q2 foi um pouco confuso, não sei bem explicar porquê. Com aquele jogo de pneus, não foi possível controlar a aderência, mas ainda bem que no Q3 foi um pouco mais tranquilo”, começou por dizer o bicampeão.

Estou muito satisfeito, quero vencer a corrida, mas, claro, espero que Checo [Pérez] termine em segundo. É um ótimo começo e espero que seja uma boa batalha amanhã para que, assim, possamos atingir nossos objetivos”, completou.

Acho que não conseguimos dar aquele passo final no Q3, e a nossa primeira volta também não foi boa, então ficamos um pouco atrás, mas é bom. É bom fechar a primeira fila amanhã, Max também fez um grande trabalho para mim, estávamos muito fortes nesta última volta. Ansioso para amanhã, que é o dia que importa”, declarou Checo, também no final da qualificação.

Claro, esperemos que Max seja mais cooperativo e ajude na luta pelo segundo lugar, contra Leclerc, que larga em terceiro, na frente de Sainz Jr e dos Mercedes. Vettel largará de nono na sua última corrida da carreira. 

Em suma, o que não falta são motivos para ver amanhã a corrida. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

A imagem do dia


Os tempos de Sebastian Vettel na Toro Rosso foram pequenos - uma temporada e meia - mas depois do feito de Monza, onde ele alcançou uma pole e uma vitória inédita, e claro, a chegada à Red Bull na temporada seguinte. Mas antes da sua transferência para a "irmã mais velha", ainda teve mais uma corrida onde deu nas vistas na temporada de 2008. 

O GP do Brasil, última corrida do campeonato.

Foi uma temporada dura, um duelo entre Ferrari e McLaren, entre Lewis Hamilton e Felipe Massa, com erros e acertos de um lado e outro, e quando a Formula 1 chegou a São Paulo, havia uma vantagem de sete pontos a favor de Hamilton, depois da sua vitória na corrida anterior, em Xangai. 

Vettel teve uma boa qualificação, entrando na Q3 e acabando em sétimo a grelha, e parecia que iria tentar uma boa pontuação, depois de em Xangai ter ficado a porta, em nono. E tirando o triunfo em Itália - ultra-celebrado, a propósito - o alemão tinha conseguido três quintos lugares, no Mónaco, Bélgica e Singapura.

Esperava-se chuva e alguma trovoada na corrida. Choveu antes da corrida, levando ao adiamento da partida, e muitos colocaram pneus intermédios. A partida foi atribulada (na foto), David Coulthard, que fazia ali a sua última corrida, evolveu-se numa colisão e acabou cedo (demais) a sua despedida na Formula 1.

Na frente, Felipe Massa fazia a sua corrida. Era líder e ficaria até ao fim. E até corria em casa. A Hamilton, precisava de um quinto posto para ser campeão. E Vettel, que fazia a sua corrida, tentava ficar o mais à frente possível.

Mas a corrida aconteceu quase sempre em seco. Parecia que tudo estava calmo, até que a poucas voltas do final... voltou a chover. E tal "que veio da represa". Os carros passaram pelas boxes, trocando para intermédios. Com exceções. 

E no meio disto tudo, Vettel conseguiu passar Hamilton. Estava a duas voltas do fim e parecia que Hamilton iria perder de novo o título mundial. Era sexto e isso não interessava. As bancadas entraram em delírio com o que passava na pista e pensaram que iria ser assim até à meta, quando Massa passou em primeiro - curiosamente, a sua última vitória na Formula 1.

E depois surgiu Timo Glock.

Piloto da Toyota, arriscou ficar na pista com os slicks, tentando subir o mais possível e esperar que as condições não se degradassem. Era quarto, na entrada da última volta, e ambos os carros pareciam estar longe dele. Mas as coisas pioravam e era complicado arranjar tração na pista, degradando-se casa vez mais. 

E na última curva, Vettel e Hamilton apanharam-no, passando-o facilmente. O alemão iria ser quarto e Hamilton, mais importante, o quinto. E tudo numa altura em que todos comemoravam, pensando que Massa era campeão do mundo. Até que foi... por 30 segundos. Mas eles tinham de também passar pela meta, e aquela ultrapassagem foi bem dramática: na última curva, da última volta, da última prova do mundial!  Mais do que suficiente para saltar da cadeira.

E foi o que aconteceu. E o alemão teve um pequeno papel nesse desfecho.

Youtube Automotive Vídeo: O recorde elétrico da Rimac

A Rimac é uma marca de automóveis da Croácia com um objetivo: construir supercarros elétricos. Diferente de um Koeingssegg ou um Pagani, por exemplo. É um caso de sucesso, ao ponto da Porsche ter uma parte dele, para acelerar o desenvolvimento dos seus carros elétricos. 

E há uns dias, o seu modelo mais recente, o Nevera, foi à Alemanha para tentar um recorde: o do carro elétrico de produção mais rápido de sempre. Depois de algumas tentativas, conseguiram os 412 km/hora, que os fazem como os novos recordistas nessa categoria.

Eis o vídeo desse feito automobilístico. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

A imagem do dia



Esta é a última semana de Sebastian Vettel na Formula 1. Durou 300 Grandes Prémios, entre 2007 e 2022, pela BMW Sauber, Toro Rosso, Red Bull, Ferrari e Aston Martin. Conseguiu quatro títulos mundiais e conseguiu o feito de ter dado a primeira vitória em duas equipas: Toro Rosso e Red Bull. E foi primeiro na equipa satélite que na principal!

Sempre admirei-o, não só pelo excelente piloto que nunca deixou de ser, como também pelo ser humano que era. Nos seus tempos de Toro Rosso, tinha sempre bom humor, era bem-disposto, não virava a cara à luta, sabia que estava na sua cadeira de sonho. Defendi-o, nos tempos de auge na Red Bull, nos seus quatro títulos mundiais, dos ataques de muitos que estavam a defender o piloto errado, especialmente os que eram "alonsistas", especialmente quando Fernando Alonso disse, na qualificação para o GP da India de 2012, que os seus feitos tinham a ver com o carro, e não com o piloto. 

O tempo demonstrou que é treta. E tinha mais coisas que sustentavam a tese do lado contrário. O melhor exemplo é a sua vitória no GP de Itália de 2008, numa Monza sobre chuva, depois de uma pole-position, ridicularizando o pelotão e fazendo uma corrida sem erros. Aliás, a sua performance lembrou imenso Ayrton Senna no GP de Portugal de 1985, do qual muitos mandam "loas" de louvor...

Mas para lá chegar, ele cometeu erros. E é sobre isso que quero falar hoje. 

O GP do Japão de 2007 foi um dos memoráveis na história da Formula 1. Foi em Fuji, num regresso que acontecia 30 anos depois da última ocasião, e como em 1976, decorreu sempre debaixo de chuva. O Safety Car andou na frente deles nas primeiras 19 voltas, e quando saiu do caminho, os McLaren, que estavam na frente, tiveram logo atrás de si o Red Bull de Mark Webber e o Toro Rosso de Vettel, então na sua quinta corrida pela marca. E o alemão mostrou logo a sua condução debaixo de chuva, ao ser terceiro, com o australiano logo atrás.

As coisas andaram bem até à volta 45, quando Fernando Alonso se despistou, causando nova entrada do Safety Car. Os Red Bull iam muito bem: Webber em segundo, a melhor posição até então. E claro, no Toro Rosso, ainda melhor: Seb era terceiro. Um pódio para ambas as marcas era bem possível.

Mas correr à chuva tem as suas armadilhas, e a inexperiência do alemão levou a melhor. Na volta seguinte, Vettel travou tarde demais e entrou na traseira de Webber, causando a desistência imediata do australiano, que poderia estar a caminho de uma possível primeira vitória, ou um pódio numa posição intermédia. E claro, um inédito pódio para a Toro Rosso. Compreensivelmente, o australiano ficou zangado, e o alemão, frustrado, deixando o carro quase em lágrimas. 

Mas depois mostrou-se que o acidente tinha sido causado por uma travagem brusca de Lewis Hamilton, que assustou Webber, e Vettel não teve reflexos suficientemente rápidos para evitar o acidente. Suficiente para arrancar uma roda ao carro de Webber. E começar uma relação tensa com o alemão, que durou até se ir embora da Formula 1. 

Pelo meio, Vettel tinha batido um recorde: tinha sido o mais jovem piloto de sempre a liderar uma corrida, aos 20 anos e 89 dias. E quanto às frustrações do alemão, foram compensadas na corrida seguinte, em Xangai, onde ele chegou ao fim num digno quarto posto, dado à marca os primeiros pontos do ano, e na frente do seu outro piloto, Vitantonio Liuzzi, que fora sexto.

Apesar de tudo, dos erros à chuva, era uma amostra do potencial do alemão. Todos já sabiam que seria um vencedor.

WRC: Breen e M-Sport rescindem por mútuo acordo


O irlandês Craig Breen saiu da M-Sport, a preparadora dos Ford no Mundial de ralis. A rescisão foi de mútuo acordo, um ano antes do final, e fala-se que o piloto irlandês de 32 anos já esteja a caminho da Hyundai para ficar com o lugar deixado livre por Ott Tanak.

Richard Millener, o diretor da M-Sport, afirmou no comunicado oficial que "infelizmente por vezes as coisas não fizeram 'click', e esta é a realidade da situação em que nos encontramos." Assim sendo, ambas as partes decidiram por este desfecho. 

Os entendidos afirmam que a não-adaptação de Breen ao Ford Puma Rally1, que levou a uma temporada bem complicada - diversos despistes - foi a grande razão. Apesar do seu melhor resultado ter sido um segundo lugar no Rali da Sardenha, só conseguiu mais um pódio, em Monte Carlo, e apenas 84 pontos, que o colocaram na sétima posição num campeonato ganho por Kalle Rovanpera.

Agora, Breen poderá rumar para a marca coreana, onde provavelmente fará equipa com Esapekka Lappi, Dani Sordo e Thierry Neuville. Quanto à M-Sport, não só verá partir Breen, como também poderá dispensar os serviços de Adrien Formaux, que teve uma temporada desastrosa com o Puma Rally1, conseguindo apenas 13 pontos, muito menos que, por exemplo, o seu compatriota Pierre-Louis Loubet, que com um programa parcial, conseguiu 31, entre eles, dois quartos lugares na Itália e na Grécia. 

Noticias: Hulkenberg é piloto da Haas em 2023


O alemão Nico Hulkenberg irá regressar como piloto titular em 2023, correndo pela Haas. Ele irá substituir o alemão Mick Schumacher e será a sua primeira temporada a tempo inteiro, depois de ter saído em 2019, e feito cinco corridas em substituição de outros pilotos em 2020 e 2022. Apesar de já se saber desde setembro que a decisão já tinha sido tomada nos bastidores, apenas agora esta semana, nas vésperas do GP de Abu Dhabi, que o anúncio foi feito. 

Hulkenberg irá correr ao lado do dinamarquês Kevin Magnussen, que regressou à Formula 1 no início desta temporada.

A equipa Haas F1 assinou com o alemão Nico Hülkenberg para disputar o Campeonato do Mundo de Fórmula 1 da FIA de 2023, ao lado do dinamarquês Kevin Magnussen. Hülkenberg, um veterano de Fórmula 1 com 181 corridas de carreira e um vencedor das 24 Horas de Le Mans de 2015 com a Porsche, faz o seu regresso a tempo inteiro ao desporto no próximo ano, tendo a equipa americana passado as duas últimas temporadas no papel de piloto reserva da Equipa de Formula 1 de Aston Martin.", começa por divulgar o comunicado oficial da marca.

"Hülkenberg vai começar a trabalhar para a Haas F1 Team na terça-feira, 22 de novembro, participando no teste de fim de temporada de Fórmula 1 realizado em Abu Dhabi no Circuito Yas Marina – Hülkenberg pilotando o VF-22 desta temporada ao lado do teste da equipa e do piloto reserva Pietro Fittipaldi no segundo carro”, concluiu a declaração.

O piloto alemão de 35 anos correu pela Williams, Force India, Sauber, Renault, Racing Point e Aston Martin, conseguindo 521 pontos, uma pole-position e duas voltas mais rápidas. Contudo, "Hulk" tem a distinção de ser o piloto com mais corridas... sem alcançar um pódio. Algo que dificilmente acontecerá com a Haas, porque desde que entrou na Formula 1 em 2017, nunca lá chegou.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Youtube Formula 1 Vídeo: Sebastian Vettel no Beyond the Grid

Este é o último fim de semana da carreira de Sebastian Vettel, e o pessoal da Formula 1 achou por bem fazer-lhe uma entrevista de fundo sobre a sua carreira, de como está a encarar a sua última corrida de algo que começou em 2007, pela BMW, quando tinha... 20 anos.

Para além disso, fala sobre a relação com Lewis Hamilton, seu maior rival nas pistas, as causas que defende e o que queria deixar como legado, e as batalhas ao longo da sua carreira. 

Noticias: Kovalainen pensa em fazer ralis na Europa


Alguns dias depois de entrar no restrito grupo dos pilotos que pontuaram quer na Formula 1, quer no WRC, Heikki Kovalainen pensa seriamente na ideia de correr na Europa, pelo menos uma prova do WRC. Numa entrevista à motorsport.com, o piloto de 41 anos, e recentemente campeão japonês de ralis, afirma estar aberto a uma experiência, especialmente na sua terra natal, a Finlândia.

Acho que o mais importante do que o resultado é passar pelo evento, pois ainda sou relativamente novato como piloto de rali”, começou por dizer. “Fiz um fim de semana de rali no Japão, mas passar a semana, fazer o reconhecimento e fazer as notas e passar as etapas na chuva no domingo é uma conquista em si. Tínhamos expectativas bastante baixas vindo aqui, mas fomos melhor do que esperávamos e eu realmente gostei. Eu gostaria de fazer um pouco mais no futuro, então vamos ver.”, continuou.

Questionado sobre um futuro na modalidade, ele afirma que teve vantagens no resultado que alcançou na prova. 

Gostaria de fazer mais, mas os eventos do WRC podem ser um passo algo grande demais”, começou por dizer. “Conseguimos fazer este evento, mas tínhamos vantagem em casa com as estradas e na maioria das etapas eu conhecia algumas partes. Acho que se fizermos outro evento em outro lugar, pode ser difícil, mas fazer algo na Europa seria bastante interessante e poderíamos pensar em fazer algo na Finlândia, talvez, e isso é algo que eu estaria bastante motivado para tentar. Vamos ver se podemos encontrar um pacote para fazer isso.”, concluiu.

Recorde-se que do passado domingo, Kovalainen terminou na décima posição no rali japonês a bordo de um Skoda Fabia R5, conseguindo um ponto.

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Youtube Formula 1 Vídeo: As comunicações de Interlagos

Num - como sempre, agitado - GP do Brasil, em Interlagos, eis a seleção das melhores comunicações via rádio de um final de semana que teve uma corrida sprint, um "poleman" inesperado e algumas coisas mais.

Rumor do Dia: Binotto sai da Ferrari, Vasseur no seu lugar


A imprensa italiana fala nesta terça-feira que Mattia Binotto está de saída da Ferrari, sendo substituído por Frederic Vasseur, que neste momento é o diretor desportivo da Sauber Alfa Romeo. Apesar de Maranello já ter negado os rumores de saída, poucos acreditam nisso.

Em relação à especulação em certos meios de comunicação sobre a posição de chefe de equipa da Scuderia Ferrari, Mattia Binotto, a Ferrari afirma que estes rumores não têm fundamento”, pode-se ler no comunicado lançado pela formação de Maranello, nesta terça-feira.

Binotto não esteve em Interlagos, mas oficialmente, a Scuderia afirma que ele está empenhado no desenvolvimento do projecto de 2023. A troca seria oficializada em janeiro, numa altura em que na Sauber, esta foi comprada pela Audi e eles entrarão a tempo inteiro em 2026.

O curriculo de Vasseur, atualmente com 54 anos, é basto. Começou a sua carreira como diretor nas categorias de base, chegando na GP2 em 2004, onde foi comandar a ART e foi campeão, primeiro com Nico Rosberg, em 2005, e depois com Lewis Hamilton, em 2006.

Em 2016, foi para a Formula 1, ao serviço da Renault, mas deixou a equipa algum tempo depois, após desentendimentos com Cyril Abiteboul acerca do que a equipa precisava para lutar por vitórias. Seguiu para a Sauber, onde primeiro colocou ordem na casa, e depois trouxe a Alfa Romeo para uma parceria que a colocou no meio do pelotão. Depois, ajudou a fazer o negócio com a Audi para que este ficasse com a equipa a partir de 2026. 

Quanto a Binotto, que é um funcionário de longo curso na Scuderia - era o diretor tecnológico da marca, ajudando no desenvolvimento dos motores antes de ficar com o lugar em 2019 - ao longo da sua passagem pela Ferrari, ficou marcada por algumas más decisões, especialmente com alguns erros da parte de Charles Leclerc. Para além disso, a polémica dos motores no final de 2020, com um acordo secreto com a FIA, do qual nunca foi divulgado o seu conteúdo, apesar dos apelos da Mercedes e Red Bull.

A Ferrari não ganha campeonatos de pilotos desde 2007, e desde então assistiu aos domínios da Red Bull e da Mercedes. 

Youtube Automobile Video: O susto de Jay Leno

Jay Leno é um dos maiores comediantes americanos, apresentador televisivo e também, um dos grandes entusiastas automobilísticos que a América conhece. Apresentador do "Jay Leno's Garage" desde 2005, este domingo, porém, sofreu um acidente na sua garagem que causou queimaduras na sua cara. Segundo conta a Variety.com, este incidente foi suficiente para cancelar uma presença em Las Vegas.

Sofri algumas queimaduras graves por causa de um incêndio. Estou bem. Só preciso de uma ou duas semanas para recuperar”, confirmou Leno, num comunicado enviado à revista.

Aos 72 anos, Leno é um nome consagrado. Comediante e ator ocasional, em 1992 tornou-se um dos mais famosos apresentadores norte-americanos ao ser o apresentador do “The Tonight Show”, durante cinco dias por semana. Ele entrou no lugar de Johnny Carson. Leno ficou no lugar até 2009, quando foi substituído por Conan O'Brien, mas pouco depois, arrependeu-se e regressou ao lugar, onde ficou até 2014, sendo substituído por Jimmy Fallon.

Para além do "Jay Leno's Garage", que é uma mostra da sua enorme e eclética coleção de automóveis e motos, tem também outro programa, "You Bet Your Life", originalmente apresentado por Groucho Marx

Já agora, coloco aqui um dos seus mais recentes videos, com ele a rever um raro carro americano de 1920: um Revere-Dusenberg de quatro portas.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

A imagem do dia


Lembram-se de Heikki Kovalainen? Desde que abandonou a Formula 1 em 2013, "exilou-se" no Japão, onde foi correr pelo Super GT local pela SARD, uma das melhores no país, dando-se muito bem. Aliás, foi campeão em 2016, correndo num Lexus.

"Kova" andou com pelos SuperGT até que no início desta década, começou a manifestar outra paixão: os ralis. Afinal de contas, é finlandês e parece que todos têm esse bicho no sangue. Tentou entrar nisso em 2009, ainda era piloto da McLaren, mas a restrição do contrato fez com que deixasse isso para mais tarde na carreira. A partir de 2016, já em terras nipónicas, começou a praticar, primeiro em "part time", na classe JN2, e desde 2020, em "full time", navegado pela local Sae Kitagawa. Primeiro num Toyota GT86, e agora, num Skoda Fabia R5.

Em 2021, conseguiu o título na classe JN2, e este ano, na classe principal do All-Rally Japan, deu-se otimamente, acabando campeão a duas corridas do final do campeonato. E agora, neste último Rally Japan, estreou-se numa proba do WRC. E com resultados: acabou em décimo, entrando no estrito lote de pilotos de Formula 1 com participações - e pontuações - em ralis do WRC, como o seu compatriota Kimi Raikkonen, ou o argentino Carlos Reutemann, ou mais antigos como os franceses Jean-Pierre Jarier ou o britânico Vic Elford.

Contudo, ele mesmo afirma que não esperava uma adaptação tão fácil. 

Obviamente, é uma surpresa que sejamos tão competitivos. Não esperava ganhar de imediato”, disse, em abril, numa entrevista ao site dirtfish.com.

Tivemos apenas dois dias de testes em um circuito pequeno. Nós nem testamos em um palco adequado, então foi como um shakedown que fizemos com o carro. Então foi realmente o Shinshiro Rally que foi nossa primeira etapa em que tivemos uma sensação pelo carro. Começou muito melhor do que imaginávamos.

Meu sentimento é que vai melhorar porque ainda posso sentir e ver muitos problemas na minha direção, notas de ritmo e até algumas configurações do carro. Não tire nada dos caras do Japão; Não sei se nosso carro é muito mais competitivo do que os carros que eles estão usando. Tem sido um começo surpreendentemente bom.

O mais interessante é que Kovalainen está a guiar um carro... de 2015, que fora guiado por gente como Esapekka Lappi, atual piloto de fábrica da Toyota. Se ele conseguiu um feito daqueles numa máquina desfasada, imagine-se num carro mais competitivo, como o Rally2.

E claro, tem sonhos. Disputar o Rali da Finlândia seria um deles. 

O Rally da Finlândia seria muito divertido de fazer um dia. Mas também estou preocupado que possa ser quase embaraçoso, porque provavelmente será muito difícil [para mim] em termos de tentar ser competitivo lá."

Eu provavelmente preciso de mais algumas tentativas e dirigir um pouco mais nesse tipo de estrada. As pessoas podem ficar desapontadas com o que aconteceu. Mas seria muito divertido fazer um dia.”, concluiu.

Não se pede que seja um Kalle Rovanpera, mas no alto dos seus 41 anos e com tudo a indicar um novo rumo na sua carreira, creio que não faria mal em experimentar outras máquinas e outros carros. Afinal, já conseguiu o seu primeiro ponto do WRC... 

domingo, 13 de novembro de 2022

WRC 2022 - Rali do Japão (Final)


Thierry Neuville triunfou no último rali da temporada, no Japão. O piloto da Hyundai ganhou na casa da Toyota, com 1.11,1 segundos de vantagem sobre Ott Tanak e 2.11,3 sobre Kastuta Takamoto, da Toyota, o segundo pódio nesta temporada para o piloto local. Os três ficam na frente de Sebastien Ogier, quarto a 2.23,6.

No final do rali, o piloto belga era alguém satisfeito pelo seu segundo triunfo na temporada.

"É ótimo! Não foi um fim de semana fácil ou uma temporada fácil, mas terminar com uma vitória e mostrar uma boa velocidade durante todo o fim de semana é uma ótima maneira de terminar o ano. Nossos meteorologistas fizeram um trabalho incrível neste fim de semana, então obrigado a eles e obrigado a todos.", afirmou.


O dia final começou com passagens duplas por Asahi Kougen e Ena City, com uma passagem única por Nenoue Plateau. A Power Stage seria a segunda passagem por Asahi Kougen.

Ela começou com Evans a triunfar na primeira especial do dia, querendo apanhar Neuville. A diferença entre os dois ficou-se em 3,4 segundos e o galês ficou a meros 0,6 segundos do Hyundai do belga, indicando que queria atacar a liderança. Mas na primeira passagem por Ena City, não só o piloto da Hyundai respondeu, como viu Evans a perder um minuto e 46 segundos porque teve um furo e trocou a roda, acabando assim todas as chances de vitória. O galês caiu para quarto, embora o pódio estivesse ao seu alcance.

"Eu provavelmente fui um pouco largo uma curva à direita. As notas estavam corretas, mas eu não as peguei tão cedo quanto eu precisava para desacelerar o carro a tempo. Não havia nada que eu pudesse fazer.", lamentou o galês.

Algo do qual Neuville respondeu:

"Foi uma classificativa desafiadora e eu não tinha certeza de ter feito o suficiente. O momento é bom, então estou feliz com isso. É um alívio, mas é uma pena para o Elfyn também. A luta foi agradável e agora acabou, mas ainda precisamos ter cuidado."

Outro que furava nesta especial era Sami Pajaari, que via o seu compatriota e rival Emil Lindholm a afastar-se mais e mais na classe Rally2.  

Ogier triunfou em Nenoue Plateau, com Evans atrás de si, a 4,6 e Katsuta a cinco segundos. Neuville, já mais descontraído, perdeu 8,1.

Craig Breen foi o melhor na segunda passagem por Ena City, 8,5 segundos na frente de Sebastien Ogier e 19 segundos sobre Gus Greensmith. Evans perdia mais dois minutos e 12 segundos por causa do tempo e da má escolha de pneus, pior ainda que Katsuta Takamoto, que sofreu um furo, mas perdeu apenas 55,3 segundos. 

Conto, na Power Stage, os pilotos do Rally1 decidiram "levantar o pé", deixando outros brilhar. Breen ganhou, mas o segundo e terceiro melhor tempo foram para pilotos do Rally2, o italiano Mauro Miele (a 11,8 segundos) e o finlandês Teemu Suninen, a 13,2. 

Takamoto, com o pódio no seu rali caseiro, ficou feliz com o acontecimento:

"Muito obrigado à equipa e a todos os adeptos no palco e também na estrada. Infelizmente os meus companheiros tiveram muitos problemas, mas não tenho palavras. O tempo estava muito complicado, mas conseguimos", afirmou.


Depois dos quatro primeiros, Elfyn Evans terminou em quinto, arrastando o seu carro nas classificativas finais, acabando a 4.05,1, mesmo em cima de Gus Greensmith, a 4.07,4. O luxemburguês Gregory Munster marcou os seus primeiros pontos no WRC, sétimo a 7.50,8. Oitavo foi Teemu Suninen, a 8.12,4, conseguindo passar Emil Lideholm, que ficou em nono, a 8,25,6. E no décimo posto, um nome conhecido... noutros lados: Heiki Kovalainen, num Skoda Fabia R5, a 8.59,8, passando "in extremis" o seu compatriota Sami Pajari, a 9.00,8.

Campeonato terminado, agora espera-se até ao início da próxima temporada, no final de janeiro, em Monte Carlo.

Formula 1 2022 - Ronda 21, Interlagos (Corrida)


Domingo amanheceu com sol e calor, e a multidão brasileira a enviar o calor para os seus pilotos favoritos - torcendo por Lewis Hamilton, na sua maioria, na semana em que se tornou cidadão honorário - e ainda por cima, este está a ser uma ocasião onde parece que os Mercedes se tornaram no carro mais competitivo em Interlagos. Basta ver o que aconteceu ontem na corrida Sprint. 

E claro, com isto, as recordações de um passado recente apareceram ao de cima. Mas se muitos queriam o regresso da Mercedes aos triunfos, este parecia ser o local onde isso poderia acontecer com maior certeza. George Russell largava de primeiro e muitos esperavam que ele tivesse o sangue-frio suficiente aguentar o melhor possível os ataques dos Red Bull ao longo da corrida, especialmente um Max que queria vingar a asa partida de ontem, que o relegou para quarto na Sprint Race. 

Claro, também temos o Lewis, mas ao longo do ano, na batalha interna, Russell, o mais novo, conseguiu superar Hamilton em muitas ocasiões, ao ponto que à entrada desta corrida, Russell tinha um avanço de 15 pontos sobre o heptacampeão do mundo.  

Algumas coisas antes da corrida: soube-se que Yuki Tsunoda iria largar as boxes. Também se sabia que o estado do tempo mostrava que, apesar das nuvens, a chuva não iria fazer a sua presença, ao contrário do que aconteceu na sexta-feira. 

Antes de correr, os pneus: boa parte dos pilotos partiam de moles, enquanto os Ferrari de Charles Leclerc e Carlos Sainz Jr, os Haas de Kevin Magnussen e Mick Schumacher, o Aston Martin de Lance Stroll, o Alpine de Fernando Alonso, o Williams de Nicholas Latifi e o Alpha Tauri de Yuki Tsunoda saíam com médios. Mas Albon ia começar de duros, porque queria ir mais longe. 


Na partida, Russell sai melhor que Hamilton, mas atrás, na zona mais lenta, Magnussen e Daniel Ricciardo batem forte e os estragos são os suficientes para chamarem o Safety Car. Bom, não se precisou da chuva para agitar as coisas! Contudo, é pena para o piloto da Haas, o herói desta sexta-feira.

Nas voltas seguintes, atras do Aston Martin verde da organização, houve tempo para Albon mudar de pneus de duros para médios, porque eles estavam a ficar cada vez mais ineficazes. 


A corrida retomou na volta 7, com Russell a tentar aguentar Hamilton e os Red Bulls. Mas quando Max tentou ficar com o segundo posto do Lewis, no S de Senna, ambos bateram, com o piloto da Red Bull a quebrar a asa e ir para as boxes. Atrás, Leclerc também bateu no carro de Lando Norris quando lutavam por posição e o monegasco atrasou-se, arrastando-se para as boxes.

Nas voltas seguintes, Russell manteve a liderança com Pérez atrás, enquanto Hamilton tentava recuperar posições depois do incidente da primeira volta depois da relargada. A partir da volta 15, alguns pilotos começaram a ir às boxes, especialmente gente como Sainz Jr, que trocava médios por moles. Russell, por exemplo, parou na volta 25 para colocar médios, uma volta depois de Sérgio Pérez. Max apareceu para trocar na volta seguinte.  

Com quase todos em médios, parecia que o tempo ia mudar. As nuvens estavam negras no horizonte, mas por agora, não eram ameaçadoras para a corrida. Numa altura em que Hamilton ia colocar médios na volta 30, caindo para quarto.

Algumas voltas depois, alguns pilotos como Sainz Jr e Alonso e faziam as suas segundas paragens nas boxes. Ao espanhol, a operação não correu bem, e ia perder algumas posições na saída das boxes. Na frente, Russell andava tranquilo, na frente do Red Bull do mexicano, que era ameaçado por Hamilton. Pérez fez o seu melhor para se defender, mas Hamilton passou-o. A Mercedes tinha as duas primeiras posições.

O mexicano reagiu colocando pneus novos na volta seguinte.  


A partir deste momento, pilotos como Hamilton trocou de pneus para moles, porque a temperatura da pista estava mais baixa e estes eram eficazes. Mas quando faziam isto, Norris parava na Laranjinha e provavelmente, o Safety Car entrava. Primeiro, de forma virtual, depois no real. 

A corrida recomeçou na volta 60, com os Mercedes na frente de Pérez, mas ameaçado pelos Ferrari. Sainz Jr atacou o mexicano, mas só depois do DRS poder ser usado é que ele passou para terceiro. Pouco depois, Leclerc fez a mesma coisa e era quarto, e a seguir, Alonso e Max estavam colados na sua traseira. Os dois passaram o mexicano, fazendo-o baixar para sexto.

Mais tarde, algumas controvérsias: Leclerc queria que Sainz Jr o deixasse passar, e na Red Bull, a equipa queria que Max devolvesse a posição a Checo se não passasse Alonso. Mas ambos não aconteceram porque o espanhol estava... quatro segundos na frente do monegasco, e Max foi ultracompetitivo e decidiu não devolver. Os climas nessas equipas não ficaram lá muito bons...


Depois, até ao final, George tratou de se afastar de Lewis para tentar ganhar a sua primeira corrida de sempre, que ele merecia. Fez por isso, e quando Emerson Fittipaldi mostrou a bandeira de xadrez, fez-se história: Russell tornou-se no 103º piloto a triunfar num Grande Prémio. Já merecia, tem talento para isso. 

Semana que vêm, Abu Dhabi e o final do campeonato.