sábado, 31 de março de 2018

A imagem do dia

Billy Monger apareceu no ano passado nas noticias pelas piores razões. Piloto prometedor, sofreu um grave acidente numa das provas da Formula 4 britânica, quando se enfiou na traseira de outro carro. Monger, então com 18 anos, acabou por perder ambas as pernas. O acidente ficou conhecido, e ele sempre disse que pretendia voltar aos monolugares depois de recuperar a saúde, imitando o exemplo de Alex Zanardi, que sofreu um acidente semelhante em 2001, na prova da CART na oval alemã de Lausitzring.

No inicio deste ano, Monger sentou-se num monolugar de Formula 3 devidamente adaptado para a ocasião, e as coisas correram-se tão bem que o BRDC, a entidade britânica de automobilismo, decidiu emitir-lhe uma licença de competição. Dito isto, foi contratado pela Carlin para correr no campeonato de Formula 3, que começou este fim de semana em Oulton Park. E a prova correu-lhe bem: quinto na qualificação, acabou a corrida no terceiro lugar, atrás do vencedor, o sueco Linus Lundqvist e do dinamarquês Nicolai Kjaergaard

Sim, leram bem: um pódio na sua primeira corrida de regresso aos monolugares!

Poderemos dizer o que quisermos: a vitória da determinação, que a sua fome de correr não morreu, que ter ou não ter pernas não importa, o que queremos dizer é que quando uma pessoa está determinada a correr, tudo o resto não importa. As discriminações, as barreiras, o "isso não vai acontecer" ou o "isso é impossível, não vai resultar", são apenas frases fáceis para preguiçosos conformistas. Para os determinados, entra por um ouvido e sai pelo outro. 

Mesmo que não faça nada para o resto do fim de semana, Monger já mostrou ao mundo que é um vencedor.

Youtube Rally Video: O resumo do Rally Açores para o CNR


Passada uma semana do Rali dos Açores, para além de se saber que a prova fazia parte do Europeu da modalidade, ela também faz parte do calendário do Nacional de Ralis (CNR), sendo a segunda prova do ano. Para Ricardo Moura, era a oportunidade de voltar a vencer, depois de o ter feito em Fafe, a bordo de um Ford Fiesta R5, mas a concorrência seria forte, desde José Pedro Fontes até Bruno Magalhães, que apesar de correr para o Europeu, também queria pontuar no Nacional. 

E tinha também outros pilotos presentes, como Carlos Vieira e Ricardo Teodósio, entre outros, que lutavam pelo campeonato, embora alguns tenham decidido que os seus resultados não iriam contar para o campeonato, pois os pilotos poderiam deitar fora pelo menos um dos ralis. Armindo Araújo e Miguel Barbosa eram os ausentes de peso, por exemplo. E o rali também contou com o regresso de Bernardo Sousa à ação, embora ele corra para uma equipa açoriana a bordo de um Citroen DS3 R5.

Assim sendo, eis o resumo do rali para o CNR, onde Moura, apesar de ter sido segundo na geral com o novo Skoda Fabia R5, voltou a ser o vencedor, comandando de forma destacada este campeonato.

sexta-feira, 30 de março de 2018

Youtube Motorsport Teaser: O ruído no Brabham BT62

No dia 2 de maio iremos saber o que será este carro. Parece ser algo competitivo e com um motor de combustão interna. O que não se sabe é se será um monoposto, um carro para a Endurance como um LMP2 ou LMP3, como faz agora a Ligier, ou um supercarro de estrada.

Vamos a ver o que aparecerá dentro de um mês. 

As queixas de Vergne sobre Hartley

Jean-Eric Vergne e Brendon Hartley são da mesma geração. Com menos de um ano de diferença entre os dois - e o neozelandês é o mais velho - ambos já passaram pela Toro Rosso. O primeiro lá esteve entre 2012 e 2014, sendo despedido sem contemplações, acabando pouco depois na Formula E, onde se tornou num dos melhores do pelotão, e ao serviço da Techeetah, é o líder do campeonato.

Contudo, Vergne chegou ali depois de na GP2 ter substituído Hartley, que não fez grande coisa na sua primeira passagem pela Red Bull. Depois disso, arrastou-se na GP2, foi para a Endurance, onde acabou na equipa oficial da Porsche, venceu dois campeonatos do mundo e venceu as 24 Horas de Le Mans no ano passado, sendo o terceiro neozelandês a fazê-lo, depois de Bruce McLaren e Chris Amon. Agora está na equipa oficial da Toro Rosso, chamado à última da hora no final de 2017, depois desta ter despedido Daniil Kvyat e ver Carlos Sainz Jr a rumar à Renault. 

Esta semana, o piloto francês disse de sua justiça sobre a chegada de Hartley à Formula 1, e... disse de forma sarcástica sobre o tema: “Dá-me vontade de rir, a chamada do Hartley pela Red Bull, uma vez que o despediram para me dar o lugar dele na World Series by Renault. Acho isto muito divertido”, começou por afirmar o francês, sem deixar transparecer uma certa... dor de cotovelo.

Vergne afirma que um lugar na Toro Rosso é mais um defeito do que uma oportunidade, pois o tempo é limitado e depois acaba por ser despedido. “Provavelmente, seria despedido ao fim de um ano, sem possibilidades nas equipas de ponta, dado que o carro não é suficientemente bom”, concluiu.

É um pouco estranho ver Vergne atacar Hartley após este tempo todo. Poderá estar a mostrar que tem ainda contas a ajustar, não tanto com o piloto neozelandês, mas com a Toro Rosso e a estrutura da Red Bull, e a famosa tendência para queimar pilotos ao longo do tempo. O francês têm talento, sem dúvida, especialmente quando na Formula E, ao volante de uma carro que não é de "fábrica" - a Techeetah é das poucas que não está associada a um fabricante - lidera o campeonato, com trinta pontos de diferença sobre o segundo, e venceu duas das últimas três corridas.

Contudo, estas declarações só mostram que tem contas a ajustar. Deseja regressar à Formula 1 como forma de dizer aos críticos que estavam enganados. E esta geração ainda está "agarrada" a essa categoria, imaginando que seria ali que deseja mostrar que tem talento. E isso demora a desaparecer, agora com a quantidade de categorias que servem como alternativa à Formula 1. IndyCar, Endurance, Formula E, Turismos, etc... e Vergne poderá ter algo do qual Hartley já têm: ser campeão, vencer um troféu relevante. E mesmo que a Formula E ainda não ser aquilo que vai ser no futuro, provavelmente mais tarde reconhecerá a sua importância.

Quanto ao resto... atacar Hartley não é lá muito bom. Se sabe que a Toro Rosso é uma armadilha, para quê atacá-lo? Ou anda a mostrar que tem saudades de Formula 1 e gostaria de estar ali? O que acho que é ele usou-o para atacar outros. Agora, poderia ser mais direto, em vez de usar um colega de profissão...

Youtube Motorsport Rally (III): Os testes de Sebastien Ogier na Córsega

E depois de vermos Thierry Neuville e Sebastien Loeb, é a vez do estónio Ott Tanak dar as suas voltas ao volante do seu Toyota Yaris WRC, preparando-se para o Rali da Córsega, que acontecerá na semana que vêm - entre os dias 5 e 8 de abril - nas tortuosas estradas da ilha situada no Mar Mediterrâneo.

Youtube Motorsport Rally (II): Os testes de Sebastien Loeb na Córsega

E depois de mostrar Thierry Neuville no seu Hyundai a testar nas estradas corsas, agora é a vez de Sebastien Loeb a testar o seu Citroen na sua superfície favorita, o asfalto. O nove vezes campeão do mundo de Ralis anda a preparar-se para o Rali da Córsega, o segundo de três ralis que irá fazer esta temporada ao serviço da Peugeot, para os ajudar a desenvolver o modelo C3 de forma a poder competir com a concorrência e dar uma máquina de respeito a Kris Meeke e Craig Breen.

Eis as filmagens desses testes, feitas esta semana.

Youtube Motorsport Rally: Os testes de Thierry Neuville na Córsega

O rali da Córsega é só na próxima semana, mas os pilotos já se treinam para a prova, pois desde o inicio desta semana que andam na ilha a preparar as suas máquinas para a quarta prova do mundial, e a segunda onde Sebastien Loeb fará a sua aparição.

Mas neste video eu coloco Thierry Neuville, o piloto da Hyundai que deu nas vistas esta terça-feira quando o seu carro se despistou e caiu para um ribeiro. O carro ficou danificado, mas felizmente, o piloto e o seu navegador, Nicolas Gilsoul, não sofreram ferimentos. 

Fiquem com as imagens dos testes... antes do acidente, claro. 

quinta-feira, 29 de março de 2018

WEC: Kubica não vai correr pela Manor

Robert Kubica não vai fazer uma temporada na Endurance. O piloto polaco, atualmente terceiro piloto da Williams, esteve em convesações com a Manor com a ideia de participar no seu projeto, mas estes não chegaram a bom termo, pois ele decidiu concentrar-se em ajudar a sua equipa e provavelmente num projeto de regresso à Formula 1 a tempo inteiro, algo que não fez desde 2011, onde teve um acidente grave no rali Ronda di Andora, em Itália.

Robert está concentrado em suas funções na Williams e não quer se distrair com o que ainda é um projeto jovem do WEC, e que requer um desenvolvimento intensivo”. disse uma fonte ao site Racefans.net.

"Por exemplo, ele está fazendo um simulador após cada grande prémio, além de deveres promocionais para a Williams, e um projeto do WEC pode interferir nisso", acrescentou essa fonte.

"Não descartamos algumas corridas do WEC ou até mesmo uma temporada completa no futuro, mas precisamos estar convencidos de que a equipa é totalmente competitiva", concluiu.

Graeme Lowden, patrão da Manor, diz compreender as prioridades de Kubica neste momento. 

Acho que seriam dois grandes projetos ao mesmo tempo”, começou por afirmar. "Certamente ficaremos perto de Robert. Ele é boa pessoa, é um prazer trabalhar com ele e, como você sabe, ele gosta de se comprometer cem por cento com qualquer coisa que ele faça", concluiu.

A Manor vai fazer a nova temporada do WEC ao volante de um Ginetta de LMP1, e por agora andará com um só chassis, esperando ter mais nas próximas temporadas.

Reflexões sobre Alonso e Raikkonen

Esta semana, dei de caras com o artigo da minha amiga Serena (que assina como Rocio Romero) no site latino-americano MotoLat. Ela escreve regularmente para ali, da mesma forma que escrevo regulamente no Nobres do Grid (a famosa coluna mensal) ou para a AutoRacing (ali escrevo sobre História do Automobilismo e Formula E) e já a vi ao vivo em três corridas na temporada passada. No seu último artigo, falou sobre dois veteranos, Kimi Raikkonen e Fernando Alonso, que fizeram os seus regressos a equipas onde estiveram e... não se deram lá muito bem. O finlandês na Ferrari - de 2007 a 2009, com um título mundial pelo meio - e o espanhol em 2007, saindo no final dessa temporada, voltando à Renault por duas temporadas. E curiosamente, Raikkonen saiu mais cedo da Scuderia para que esta pudesse contratar Alonso, que lá ficou até 2014, sem alcançar títulos, antes de regressar à McLaren, onde penou com os motores Honda.

E ao ler o artigo, senti-me estimulado para pensar em escrever mais além, pensar sobre Kimi e Alonso, mais para o lado do seu futuro próximo. Primeiro que tudo, vamos colocar as coisas desta forma: o finlandês tem 38 anos e o espanhol 36. Ambos estrearam-se na mesma corrida, o GP da Austrália de 2001, ao lado de Juan Pablo Montoya e Enrique Bernoldi, e Kimi teve dois anos sabáticos, que passou a andar no Mundial de ralis, com alguns resultados modestos, contra um ano de testes em 2002, como piloto da Renault, por parte do espanhol. Os dois têm, no mínimo, quinze temporadas ao mais alto nível na Formula 1.

Agora que andam aqui, resta saber o que deverão querer nesta fase da sua carreira. O espanhol deverá querer o tricampeonato, mas com a McLaren desta maneira, dificilmente alcançará. Já Kimi, com Vettel a dominar a Scuderia, dependerá mais da sorte e do azar do alemão  para ter perspectivas de vitória em 2018, como aconteceu quase onze anos antes, aproveitando a divisão da McLaren entre... Alonso e o então novato Lewis Hamilton.

Ao ler o calendário de Alonso, vejo cada vez mais que pretende diversificar. Começou a olhar para trás e reparar que os seus melhores anos na Formula 1 já passaram. O fracasso desta sua segunda passagem pela McLaren, por causa dos motores Honda, obrigou-o a diversificar, e isso passou a ser algo que ocupa a sua mente. Ao ver o impacto que teve a sua passagem pelas 500 Milhas de Indianápolis do ano passado, sacrificando a sua presença no GP do Mónaco, começou a pensar de forma mais alargada. E a temporada de Endurance, ao serviço da Toyota, é um exemplo disso. E esse impacto noutras categorias continua. Afinal de contas, a organização das Seis Horas de Fuji - circuito da Toyota - decidiu mudar de data para poder acomodar Alonso porque originalmente, a data coincidia com o GP dos Estados Unidos, em Austin.

Se é fácil entender a ideia do espanhol, é mais complicado entender o que pretende o finlandês. Continua a querer correr, mas pelos vistos, parece estar acomodado. À vista de todos, parece não ter ambição. Tem dinheiro e familia, mas parece que a vontade de vencer desapareceu. E pensa-se que quer fazer o essencial para que a Scuderia ganhe o Mundial de Construtores. Mas para isso, terá de conseguir mais pontos que Valtteri Bottas, não é? E nesta temporada, o limite de motores a usar desceu para três... os azares de um numa corrida poderão ser o azar de outro noutra.

Em jeito de conclusão, pode-se dizer que Alonso já se preocupa com o legado. Se conseguir o tricampeonato, ficará feliz, mas se não, sempre tem outras categorias para explorar. Vencer as 24 Horas de Le Mans seria ótimo, ainda por cima está numa equipa oficial. Mas esse é um triunfo coletivo, e isso nem sempre significa prestígio. Basta olhar para Nico Hulkenberg, por exemplo. Quem se lembra que ele venceu em 2015? Ou Brendon Hartley, outro vencedor da mítica prova de La Sarthe no pelotão da Formula 1? Aliás... já repararam que temos mais de um vencedor dessa prova no pelotão, algo que já não acontecia há mais de 40 anos?

Mas claro, a alternativa não é só a Endurance. Ele já andou em Daytona e já afirmou que pretende regressar às 500 Milhas num futuro próximo. E com competições como a Formula E, não ficaria admirado se ele fizesse uma passagem por lá... mesmo estando ativo na Formula 1.

Só que eu não faço ideia dos planos de Kimi. Alargará os seus horizontes em relação a outras competições? Ele teve no WRC, já tentou andar na NASCAR e experimentou um carro de Endurance, mas nunca tentou sériamente correr noutras categorias, desde que está na Ferrari. Não sei se está preso a qualquer clausula que o impede de fazer isso, mas com quase 40 anos, ainda não disse que tem vontade de experimentar outras categorias. Provavelmente deverá estar a pensar que a Formula 1 é a única coisa que vai fazer e depois, se dedicará à reforma ou ver crescer os seus garotos. 

Hoje em dia, poucos são os pilotos que se dedicam a alargar os seus horizontes. Isto porque antes, a Formula 1 não deixava, mas agora, a FIA decidiu sincronizar os calendários com os da Endurance, os Turismos e a Formula E, para que alguém queira experimentar todas essas categorias. A abertura começa a acontecer, e vai ser lenta, mas quando temos pilotos como Sebastian Vettel e Lewis Hamilton a dizerem que a única coisa que querem fazer é Formula 1 e mais nada, começo a observar Alonso e se calhar admiro mais por ver o panorama como um seu todo. 

Youtube Motorsport Project: O Ford Escort MK 1 de Gordon Murray


Aos 71 anos de idade, Gordon Murray tem uma longa lista de projetos memoráveis. Todos os Brabhams de 1973 a 1986 - do BT44 ao BT55 Skate - passando pelo McLaren MP4/4 e MP4/5 - e depois fez o F1, o primeiro grande carro de estrada da marca de Woking, que marcou toda uma década e foi o carro de estrada mais veloz de mundo, até à chegada do Bugatti Veyron.

Pois bem, Murray decidiu restaurar um Ford Escort MK 1 com o intuito de ser um carro de estrada e para track days, com um motor Cosworth digno desse nome. Recorreu aos serviços da preparadora Retropower, arranjou um chassis e andam a restaurá-lo desde setembro do ano passado.

Mas para além disso, estão a fazer um documentário no Youtube sobre a recuperação desse carro desde o inicio até ao fim. Algumas das partes vão ser feitas em fibra de carbono - a tampa da mala e do capô - e tudo isto está a ser seguido de perto pelo próprio Murray. Eis os cinco primeiros episódios, os que já foram emitidos até agora.

quarta-feira, 28 de março de 2018

A imagem do dia (II)

Naquele pódio de há 25 anos estavam dezasseis títulos mundiais. E uma constelação de estrelas que nunca se tinha visto antes, nem depois. Hoje em dia, podemos dizer que dos cinco de Juan Manuel Fangio, estavam também os três de Ayrton Senna, o vencedor, os sete de Michael Schumacher, e o único que Damon Hill conquistou, mas esse era especial. Afinal de contas, foi o primeiro filho de campeão do mundo a vencer um título.

Mas para além dos títulos, também poderemos encarar os vencedores do GP monegasco, o mais prestigiado de todos: dos seis de Senna, cinco de Schumacher e dois de Fangio, o total chegava aos treze, os vencedores no Principado. 

Mas isso é o que sabemos agora. Em 1993, apenas Senna e Fangio tinham ganho títulos. E os vencedores de Mónaco eram sete. Senna ainda iria acrescentar a sua sexta (e última) vitória, dali a dois meses.

Aquela foi uma corrida onde o tempo teve o seu papel. E Senna jogou bem com ele, sendo o primeiro a trocar antes de todos os outros. Nisso, era muito bom. Tão bom que conseguiu transformar uma penalização de dez segundos, por ter passado Eric Comas numa zona de bandeiras amarelas, numa vitória. Sem isso, era provável que nem tivesse ido ao pódio, pois, por exemplo, Michael Schumacher estava mais veloz, apesar da ameaça de Johnny Herbert ao seu terceiro posto, quase o último "hurra" da Lotus.

A vitória foi bem celebrada na pista e nas bancadas, e o gesto de Senna abraçar Fangio, o grande campeão do passado, em sinal de reverência, foi um gesto que também caiu bem. Mas o que não se sabia era que mais coisas estavam a vir...

A imagem do dia

O WRC prepara-se para o Rali da Córsega, que vai acontecer dentro de semana e meia, naquela ilha francesa no meio do Mediterrâneo. E hoje ficou marcado pelo acidente de Thierry Neuville durante os testes para esse rali.

O carro perdeu o controlo depois de uma esquerda rápida, acabando no fundo de um ponte na região de Linguizetta. O carro ficou com danos na frente, mas quer ele, quer o seu navegador saíram ilesos.

Mais uma estória para contar aos netos...

A Haas copiou o chassis da Ferrari?

A prestação da Haas em Melbourne só surpreendeu quem não estava avisado. Sabia-se desde a pré-temporada que o carro estava muito bom e eles não esconderam que queriam ter uma parceria mais apertada com a Ferrari, tentando aproveitar o máximo possível o carro de 2017, o único que bateu o pé às dominadoras Mercedes. 

Contudo, a equipa sofreu um enorme pesadelo na corrida por causa dos parafusos mal apertados e do mau dia dos mecânicos que se encarregavam de os fazer, levando ao abandono de ambos os pilotos. Mas o pesadelo pode ter mal começado: segundo conta hoje a imprensa especializada, McLaren e Force India fizeram queixa à Haas sobre o seu chassis, querendo saber até que ponto o seu carro é uma cópia do SF70H. Queixas essas que já foram registadas por Ross Brawn.

Todos sabemos que a Haas tem uma forte aliança com a Ferrari, e nós só temos que garantir que essa aliança não é ‘demasiado próxima’. Acredito que possa haver alguma influência, e partes do carro que sejam muito semelhantes aos Ferrari do ano passado, mas isso fica para os engenheiros e a FIA verem mais de perto”, disse.

Otmar Szafnauer, o chefe de engenharia na Force India, está espantado: “Não sei como eles fizeram, é mágico. Nunca foi feito na Formula 1. Não sei como alguém que está no desporto há um par de anos, sem recursos, consegue produzir um carro daqueles. Será magia? Se for eu quero uma varinha dessas disse ao site Motorsport.

Contudo, o próprio Ross Brawn admitiu que "não tem provas" de que a Haas trabalhou de forma demasiado íntima. 

Chegamos a este ponto, onde se caminha por mais uma linha ténue neste desporto ultracompetitivo, onde um segundo é a diferença entre a vitória e a derrota - e mais alguns milhões. A Haas, que chegou em 2016 e conseguiu dois oitavos lugares no Mundial de Construtores, é o principal candidato ao quarto lugar do Mundial de Construtores, e pilotos como Romain Grosjean e Kevin Magnussen poderão ficar constantemente entre o sexto e o oitavo postos, com um motor Ferrari que já demonstrou ser bom. Mas eles não tem o motor com o mesmo mapa da Scuderia, logo, esse carro não pode ser mais veloz do que os "rossos".

Por outro lado, não se pode dizer que não pode existir "equipas B" porque assim é hipócrita. Afinal de contas, desde 2007 convivemos com a Red Bull e a Toro Rosso - que é italiano para... Red Bull - e a FIA consente uma coisa destas. E depois temos de ver quem são os queixosos: Force India e McLaren. No caso da Force India, ficariam imenso a perder se a Haas chegasse ao quarto lugar, posição que a Force India tem chegado nas últimas duas temporadas, graças a um conjunto competente de chassis, engenheiros, pilotos e um motor Mercedes cliente. E a McLaren, que recupera depois de temporadas desastrosas com o motor Honda, pode ter esse quarto posto como objetivo em 2018, e não o alcançar seria uma derrota, agora que é provável que têm um chassis melhor do que o da Force India.

O que é que isto vai dar? Provavelmente, nada. As verificações técnicas e homologações da FIA só ‘dizem’ que o carro está conforme e não vão ao detalhe dos comparar uns com os outros. E mesmo nessa parte, até que ponto é que o regulamento proíbe copiar chassis de outros anos e os desenvolver a partir desse ponto? É algo do qual os engenheiros e os projetistas poderão aproveitar, em mais um dos "loopholes" dos regulamentos que existem - existiram ao longo da história e sempre existirão - para tentar conseguir uma vantagem sobre a concorrência. Em suma, mais um episódio daqueles que a Formula 1 tem sido pródiga. 

E a acontecer, só temos de aplaudir e Gene Haas e Gunther Steiner por terem conseguido. Poderá ser o "salto" tanto quiserem dar...

IndyCar: Danica revela decoração para as 500 Milhas de Indianápolis

Danica Patrick vai abandonar as pistas em 2018. Aos 36 anos de idade, a piloto americana decidiu pendurar o capacete depois de fazer o Daytona 500 e as 500 Milhas de Imndianápolis, que vai acontecer no final de maio, num "one-off" aos monolugares. Ao volante do carro da Ed Carpenter Racing com o patrocínio da GoDaddy, a piloto falou do novo carro que a categoria agora usa, pois ela ainda não a guiou, apesar de um teste que deveria ter feito esta semana mas que foi adiada devido ao mau tempo.

"Sim, estou empolgada", começou por dizer à Autosport britânica.  "Assusta um pouco olhar para [o carro e ver] o quão pequena é a asa traseira, mas, hey, tenho certeza de que existe [downforce] em algum lugar - mais aderência do que estou acostumada", continuou.

Patrick afirmou também que as suas primeiras impressões na equipa Ed Carpenter Racing tem sido positivas ."Todos tem sido ótimos [para mim]", disse ela.

"Tem sido bom [lugar] para trabalhar, divertido e fácil, trabalhando duro, envolvendo as pessoas certas. Isso está me a dar uma chance de terminar da maneira como quero", concluiu.

Danica correu na IndyCar entre 2005 e 2011, tendo vencido uma corrida em Motegi em 2008 e conseguido sete pódios. Nas 500 Milhas de Indianápolis, o melhor que conseguiu foi um terceiro lugar em 2009.

terça-feira, 27 de março de 2018

GP Memória: Long Beach 1983

Duas semanas depois da prova de abertura do campeonato, em Jacarépaguá, a Formula 1 mudava-se de armas de bagagens para as ruas de Long Beach, na Califórnia. Se em termos de pelotão, a Alfa Romeo tinha decidido despedir Gerard Ducarouge pelo incidente com o carro de Andrea de Cesaris, que tinha levado à sua desqualificação, em termos de organização, para além de terem mudado mais uma vez o traçado do circuito, os rumores de bastidores afirmavam que Chris Pook, o organizador da prova, começava a ficar cansado das exigências monetárias da Formula 1 e procurava alternativas para poder continuar a organizar o seu Grande Prémio.

A prova norte-americana também servia para estrear chassis novos, como fazia a Renault, com o seu RE40, que nesta corrida ficava nas mãos de Alain Prost. E quem fazia um regresso inesperado era Alan Jones, que reentrava na Formula 1 pelas mãos da Arrows. Contudo, o australiano estava fora de forma, pois tinha mais de 90 quilos de peso, tinha fraturado a anca dois meses antes, numa queda de cavalo sua quinta na Austrália, e tudo isso, acumulado com o facto de não estar dentro de um carro desses desde o final de 1981 era um desafio para a longa corrida que aí vinha...

No final da qualificação, mesmo com problemas no asfalto que foram resolvidos entre sexta e sábado, o melhor foi o Ferrari de Patrick Tambay, que fazia aqui a sua primeira pole-position da sua carreira. A seu lado teria o seu companheiro de equipa, René Arnoux, enquanto que na segunda fila estavam os Williams de Keke Rosberg e Jacques Laffite. Elio de Angelis era o quinto, com o Lotus-Renault, na frente do surpreendente Toleman-Hart de Derek Warwick. Michele Alboreto era o sétimo, no seu Tyrrell-Cosworth, e a seguir apareceu Alain Prost, no seu Renault. E a fechar o "top ten" ficaram o segundo Tyrrell de Danny Sullivan e o Ligier-Cosworth de Jean-Pierre Jarier.

Alguns dos consagrados tinham tido uma má qualificação: Nelson Piquet era apenas o vigésimo na grelha, na frente dos McLaren de John Watson, 22º, e Niki Lauda, no lugar a seguir. Pior ficaram os Osella de Corrado Fabi e Piercarlo Ghinzani, que não se qualificaram para a prova.

Um dia de primavera aguardava máquinas e pilotos no momento em que a luz verde acendeu para dar inicio à prova. Tambay ficou na frente, mas Rosberg partiu ao ataque para ficar com a primeira posição. Passou Arnoux numa partida-canhão, a na parte final da volta, atacou o líder, mas passou por uma zona suja e fez um pião. Contudo, não tocou em nada e prosseguiu.

Atrás, Prost tinha problemas com o seu Renault e cedo ficava fora de ação, indo às boxes para fazer reparações no seu motor. Acabaria por terminar a corrida, mas a três voltas do vencedor e na 11ª posição. Na frente, Tambay aguentava os ataques do finlandês da Williams e na volta 20, voltava a estar na traseira do carro da Ferrari. Contudo, todos andavam muito perto uns dos outros, e o finlandês começava a ser assediado por Laffite, Jarier e Patrese.

Na volta 25, Rosberg voltou a tentar, mas as coisas acabaram mal. Acabou por colidir com Tambay, e se o francês da Ferrari acabou ali a sua corrida, o finlandês da Williams tentou voltar à pista, mas foi no momento em que passavam Laffite e Jarier. Este último bateu na traseira do carro da Williams do campeão do mundo, e ambos acabaram também por abandonar. Rosberg andou uns metros, enquanto que o francês da Ligier acabou por se arrastar até às boxes, onde deixou o carro por lá.

Com isso, Laffite liderava, mas por pouco tempo. Lidando com o desgaste dos pneus, foi passado por Patrese, enquanto que atrás, os McLaren de Watson e Lauda já estavam no terceiro e quarto posto, depois de se terem livrado de boa parte do pelotão. Pouco depois, os McLaren apanharam-o, ficando com o segundo e o terceiro posto.

Patrese parecia estar confortável, mas começou a ter problemas no seu Brabham e foi apanhado pelos McLaren. Primeiro Watson e depois Lauda. O austríaco tentou aproximar-se, mas nesta altura já sofria de cãibras na perna direita e deixou Watson em paz. Patrese tinha caído para terceiro, numa altura em que Jones já se tinha retirado (na volta 58), totalmente exausto pelo esforço despendido, mas na volta 72, o diferencial do Brabham cedeu e esse lugar foi para Arnoux.

No final, John Watson conseguia a sua quinta vitória na sua carreira e a quarta na McLaren, desde meados de 1981. Lauda foi o segundo e Arnoux o terceiro, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Ligier de Laffite, o Arrows de Marc Surer e o Theodore do venezuelano Johnny Cecotto, que entrava no estrito grupo de pilotos que tinham pontuado nas duas e quatro rodas.

Youtube Formula 1 Music: O tema da Formula 1


O tema da Formula 1 outra vez? Desta vez e diferente. Este video vi no canal oficial da Formula 1 no Youtube (o quê, a sério? Sim, é verdade) e ainda têm uma entrevista a Brian Tyler, o maestro que compôs esta musica. E o video é bem interessante, porque misturou elementos do presente do passado, lembrando uma história com quase 70 anos.

segunda-feira, 26 de março de 2018

A imagem do dia

Não é fácil encontrar imagens de Elio de Angelis e Didier Pironi juntos, nos seus carros. Nunca partilharam um pódio, mas há duas corridas onde ambos deram nas vistas durante o curto espaço de tempo em que correram juntos, entre 1979 e 1982. A primeira foi o GP do Brasil de 1980, e a outra foi o GP de Itália de 1981, já o piloto francês estava na Ferrari, e passava por uma primeira temporada complicada na Scuderia, contra um péssimo carro, do qual Gilles Villeneuve, seu companheiro de equipa, fazia "impossíveis".

Mas decidi falar sobre o GP do Brasil de 1980. Disputado no decadente autódromo de Interlagos - onde se tentou boicotar a corrida, reclamando das más condições do circuito - a história desta corrida é interessante, e o que une ambos é que foram das corridas mais marcantes das suas carreiras. Para Elio, foi o seu primeiro pódio da sua carreira, na segunda corrida pela Lotus, e para Didier, era também a sua segunda corrida pela Ligier, e estava a caminho de um pódio se não tivesse tido um problema. 

Um furo lento e problemas na sua saia logo no inicio da corrida fizeram com que fosse para as boxes, caindo para o último posto. A partir dali, Pironi começou e escalar lugares atrás de lugares, para depois chegar aos pontos, acabando na quarta posição. Na sua frente, ficaram apenas René Arnoux, o vencedor, Elio e Alan Jones, que a bordo do seu Williams, acabaria o ano como campeão do mundo.

As prestações do italiano foram louvadas, e tornava-se no mais jovem piloto a subir ao pódio até então - tinha 21 anos. Quando a Pironi, o que tinha feito foi o suficiente para chamar a atenção de Enzo Ferrari, que o contratou para a sua equipa no ano seguinte... mesmo nas costas de Guy Ligier, seu patrão.

Se fosse vivo, Elio de Angelis faria hoje 60 anos, enquanto que Didier Pironi faria 66. De Angelis e Pironi nasceram no mesmo dia, com seis anos de diferença. Ambos morreram com 15 meses de diferença. O italiano em maios de 1986, o francês em agosto de 1987.

Youtube Motorsport Record: O trator mais veloz no mundo

Tratores são coisas grandes e lentas, certo? Na maior parte das vezes, sim. Mas há excepções, como este que vamos mostrar. O Top Gear, mítico programa da BBC, decidiu meter um trator com um motor V8 "small block" da Chevrolet e foi tentar a sua sorte para bater um recorde do mundo que pertencia a Juha Kankkunen desde 2015, que era de 80,8 milhas por hora (130,035 km/hora).

Assim sendo, pediu ao "The Stig" para entrar numa pista e estabelecer um novo recorde do mundo. E assim fez, sem reclamar, colocando-o nas 87,271 milhas por hora, 6,4 milhas a mais do que no anoterior recorde. E quanto é que é isso para o resto do mundo? 144,449 quilómetros por hora. 

Nada mau! Agora o The Stig faz parte do livro do Guinness. Mas ele não quer saber nada disso...

WTCR: Monteiro não participa em Marrocos

Afinal de contas, Tiago Monteiro não estará a cem por cento em Marrocos, a primeira prova do novo WTCR, o Mundial de carros de turismo. O piloto português da Boutsen Ginion Racing está numa recuperação a contra-relógio do seu acidente no passado mês de setembro, em Barcelona, e que o colocou de fora do campeonato do ano passado. Ele esperava estar em forma para o começo do campeonato, e ainda deu algumas voltas em Barcelona e Zandvoort, a bordo do novo Honda Civic TCR, mas no final, o seu corpo ainda não está em forma para que os médicos da FIA possam dar o seu OK.

"Sabia que esta era uma possibilidade. O corpo humano não é uma ciência exacta. Apesar de estar a recuperar a minha condição física, infelizmente o mesmo ainda não aconteceu a 100% com a capacidade ocular. Inevitavelmente isso não permite o meu regresso à competição. As evoluções têm sido notáveis, os tratamentos têm ajudado muito e a equipa médica tem feito um trabalho incrível, mas não posso correr riscos. Por mais que tenha feito tudo o que estava ao meu alcance, o corpo e a visão ainda não recuperaram totalmente. A condição humana fala mais alto. Ainda assim, tenho que agradecer à equipa fantástica e incansável que me tem acompanhado neste processo difícil", começou por referir o piloto português.

"Estou triste, claro. Queria muito que as sequelas do acidente tivessem ficado lá atrás e que pudesse começar do zero esta nova época. Não é possível para já. Vou no entanto continuar o meu percurso como até aqui na expectativa que tudo volte ao estado normal logo que possível. Até lá vou apoiar a equipa, os meus colegas e a Honda e ajudá-los com a minha experiência e conhecimento a conseguir bons resultados. Não vou estar em pista mas vou estar fora dela a dar todo o meu contributo. É importante manter o espírito de equipa e de interajuda", concluiu.

O WTCR vai ter o seu começo dentro de duas semanas, em Marrakesh, a 7 e 8 de abril.

domingo, 25 de março de 2018

Formula 1 2018 - Ronda 1, Austrália (Corrida)

Nunca se pode contar com o ovo no rabo da galinha, já diziam os antigos. E se calhar com isso em mente, muitos andaram a torcer para que esta madrugada, em Melbourne, Lewis Hamilton não mostrasse em pista aquilo que tinha mostrado na véspera na qualificação, quando fez a pole-position. E foi o que aconteceu: o inglês foi veloz, mas não o suficiente para Sebastian Vettel, que durou mais tempo na pista e teve sorte, para acabar como vencedor do GP da Austrália. E depois destes dois, Kimi Raikkonen ficou com o lugar mais baixo do pódio, numa corrida onde teve alguns vencedores e um claro vencido: a pobre Haas. Dizendo melhor... os parafusos das rodas da pobre Haas.

Em resumo, foi uma prova imprevisível. O vencedor não era aquele que se previa, mas mereceu lá estar. Lewis Hamilton fez boa parte da corrida, mas foi derrotado pela melhor estratégia da Ferrari, velha raposa, que parou nas boxes no momento oportuno.

Voltemos atrás, para o inicio. Com Hamilton na pole e o azar de Valtteri Bottas a relegá-lo para o meio da tabela, parecia que o inglês tinha tudo a seu favor, e iriamos caminhar para uma "procissão". E quando na partida, as coisas aconteceram sem incidentes de maior, parecia que o destino estava selado. Não foi assim. E começou na volta onze, quando Max Verstappen sofreu um pião na primeira curva, perdendo posições para Fernando Alonso. E por essa altura, já tinham acontecido os primeiros abandonos da temporada: Serguei Sirotkin, na volta quatro, por falha nos travões, e Marcus Ericsson, no seu Sauber-Alfa. 

Quanto à Haas, parecia que ia a caminho de algo inédito. Magnussen era quarto e Grosjean andava um pouco atrás, e pareciam aguentar o ritmo dos primeiros, mas na volta  , começou a catástrofe. Primeiro, "KMag" foi às boxes, mas ali, os parafusos não ficaram como deve ser e claro... não foi longe. A mesma coisa aconteceu com Grosjean, e quando ele teve de encostar, a sua posição causou um Virtual Safety Car. E isso foi mais do que suficiente para alterar a corrida de modo decisivo.

Nessa altura, já Hamilton tinha ido às boxes para trocar de pneus, mas os Ferrari não. Vettel primeiro e Raikkonen depois, fizeram isso, e no regresso à pista, o alemão conseguiu ficar na frente do inglês da Mercedes. E a partir daqui, Hamilton foi na sua perseguição, tentando apanhá-lo e ultrapassá-lo. Mas as diferenças entre os dois são pequenas, e a aproximação não era visível quer na televisão, quer na pista.

E a melhor maneira de mostrar que a diferença dos Mercedes para o resto do pelotão não é assim tão grande é ver a performances de Bottas: preso no meio do pelotão, entre o Renault de Hulkenberg e o McLaren de Vandoorne, sem se aproximar dos lugares do pódio.

Na parte final, Hamilton acelerou o seu ritmo para apanhar Vettel, mas sempre que tentava, não conseguia. Depois, os pneus começaram a mostrar que não aguentavam aquele ritmo e ele conformou-se, deixando que o alemão comemorasse no lugar mais alto do pódio.

Atrás dos três, e de Daniel Ricciardo, o primeiro homem da Red Bull, houve uma hierarquia um pouco "mentirosa": Fernando Alonso levou o seu McLaren até ao quinto posto, na frente de Max Verstappen, o Renault de Nico Hulkenberg, o Mercedes de Valtteri Bottas, o segundo McLaren de Stoffel Vandoorne e o segundo Renault de Carlos Sainz Jr.   

No final, Vettel deve ter sido mais sortudo dos três, mas cumpriu uma regra fundamental e não escrita do automobilismo. Para vencer, é preciso ter sorte e estar no lugar certo, no momento certo. E o alemão aproveitou muito bem. Não precisava ser veloz, bastava ser consistente. E num ano em que os componentes precisam de ser indestrutíveis, e cada erro vai significar uma forte penalização na grelha (vamos ver muitos deles a largar do último lugar, tenho a certeza!) vai ser um campeonato bem mais equilibrado do que muitos julgam agora.

A Formula 1 continua dentro de duas semanas, nas areias do Bahrein.