sábado, 12 de novembro de 2011

Formula 1 2011 - Ronda 18, Abu Dhabi (Qualificação)

O resultado pode ser o mesmo e muitos de vocês já poderão achar que isto começa a ser uma chatice, mas há uma história para ser contada nesta tarde, em Abu Dhabi, que é o desta qualificação, para entenderem como é que Sebastian Vettel chegou à sua 14ª pole-position da temporada e a 28ª da sua carreira.

Quando acabaram os treinos livres de sexta-feira, tudo indicava que a McLaren, que está num crescendo de forma, era a favorita para alcançar o primeiro lugar, da mesma forma que alcançou na corrida da Coreia do Sul. Contudo, a minha experiência indicava que os treinos livres são sempre "mentirosos", pois muitas equipas costumam esconder o jogo para momentos como este, o da qualificação.

E como na qualificação, muita gente considera que é o "momento da verdade", a não ser que haja um azar ou um problema mecânico, eis o que aconteceu nos primeiros momentos. Se das novatas, nada se pode esperar deles, pode-se dizer aqui em Abu Dhabi que a Williams - que está nas bocas do mundo por estes dias - bateu no fundo: Rubens Barrichello teve problemas mecânicos e não completou qualquer volta, e Pastor Maldonado conseguiu apenas o 17º tempo. Mas foi penalizado em dez lugares porque a equipa teve de substituir o seu motor, o nono desta temporada. É... a Williams atravessa o seu inferno pessoal.

Quando se passa para a Q2, onde se vêm mais lutas interessantes entre as equipas do meio do pelotão, viu-se que a maior surpresa talvez seja os toro rosso não terem conseguido passar para a Q3, comparados com as suas performances nas últimas duas ou três corridas, que conseguiam meter frequentemente os seus carros nessa última parte da qualificação. E nesta corrida do Abu Dhabi, até estiveram mal, pois Sebastien Buemi, o melhor dos Toro Rosso, foi superado pelo Sauber de Sergio Perez e o Renault de Vitaly Petrov. E Bruno Senna, no segundo Renault, foi melhor do que Jaime Alguersuari. Mas todos eles foram melhores do que Kamui Kobayashi, que definitivamente, está a ter um mau final de temporada, pois já não pontua desde o GP da Alemanha.

E os momentos finais desta qualificação foram emocionantes: primeiro, Jenson Button bateu o tempo de Hamilton na sua derradeira tentativa de marcar um tempo, mas poucos segundos mais tarde, o seu companheiro retomou ao seu lugar, fazendo um tempo apenas 0,009 segundos mais veloz, ficando à espera daquilo que Vettel seria capaz de fazer. E quando o alemão sugriu, ele consegue - pela primeira vez este fim de semana, diga-se - fazer o melhor registo numa sessão de treinos, 141 centésimos mais veloz do que Hamilton. Com isto, parece que das duas uma: ou a Red Bull esconde o jogo na véspera e espera pelo momento para atacar, ou então desta vez fez um esforço hercúleo para conseguir que nós digamos "business as usual". Porque é isso que está a acontecer neste ano.

Atrás destes três, ficou Mark Webber, num lugar que está a ser cada vez mais habitual, dado que com o carro que tem, consegue ser superior aos Ferrari na maior parte das vezes, mas parece que não consegue superar os McLaren. E claro, logo a seguir vêm os bólidos da Scuderia, com Fernando Alonso a ser superior ao Felipe Massa, desta vez com mais de meio segundo de diferença, algo pouco habitual, já que estas distâncias nas qualificações anteriores têm sido mais renhidas.

Depois, vieram os Mercedes de Nico Rosberg e de Michael Schumacher, que para não variar, o veterano alemão conseguiu ser inferior ao mais jovem piloto teutónico em mais de um segundo. Será que tem a ver com a renovação do seu contrato por mais uma temporada, anunciado esta quinta-feira? Para finalizar, os Force India de Adrian Sutil e Paul di Resta cumpriram o seu objetivo, ao entrarem na Q3, tanto assim que abdicaram de rodar nessa sessão, poupando um jogo para amanhã.

Com isto tudo, o jovem Sebastian Vettel tem mais razões para andar com o seu dedo indicador estendido: igualou - e ainda pode bater - o recorde de 14 pole-positions que Nigel Mansell estableceu em 1992, num ano em que também dominou o Mundial de Pliotos, numa máquina desenhada por... Adrian Newey. E claro, Vettel é o claro favorito para vencer amanhã, pois tem tudo a seu favor, a não ser que ele tenha problemas, ou a McLaren ter uma excelente afinação de corrida. A ver, vamos.

Sem comentários: