sexta-feira, 27 de novembro de 2020

A imagem do dia



Faz agora trinta anos que o mundo conheceu o Jordan 911. Hein? Não é outro número? Como podem ver pelas imagens... não. Eddie Jordan, o dono da equipa, escolheu este número, desconhecendo que ele iria em colisão com a Porsche, que reclamou dos direitos da sua famosa marca. Ele mudou a sequência, e ficou o 191, cujas primeiras voltas foram dadas neste final de semana no circuito de Silverstone, com o veterano John Watson ao volante.

Para Eddie Jordan, então com 42 anos, era o culminar de um sonho, desde os seus tempos em que corria no fim de semana, enquanto trabalhava num banco durante a semana. A sua carreira como piloto foi até à Formula 2, mas depois, em 1980, ele decidiu que ser "manager" o levaria mais longe. Nos nove anos seguintes, chegou até à Formula 3000 tendo como pilotos gente como Johnny HerbertMartin Donnelly ou Jean Alesi, do qual foi campeão em 1989. Nesse ano, Alesi teve de fazer "part-time" na Tyrrell, que no final da primavera, despediu Michele Alboreto e colocou o jovem e veloz francês na equipa, graças ao apoio da tabaqueira Camel.

Com a dimensão da Tyrrell, Jordan sonhou com a ideia de dar "o passo seguinte", e ele tinha gente competente para o fazer. Sabia de Gary Anderson, um projetista que na altura trabalhava para a Reynard, e que aceitou depois de muita insistência por parte de Jordan. O carro era para ter o Judd V8, mas após um encontro casual com um representante da Cosworth, ele perguntou se não queriam ficar com o motor deles, bem mais eficaz. Naturalmente, eles aceitaram. 

Depois, foi a parte do patrocinador, que foi mais complicado. A primeira escolha era a Q8, a petrolifera nacional do Kuwait, mas a invasão iraquiana de agosto de 1990 complicou as coisas. A Camel foi a seguir, mas depois de a R.J. Reynolds ter dito que iria sair da Lotus, decidiu apostar as suas fichas na Benetton. A PepsiCo, através da marca 7Up, foi a escolhida... e calhou bem. Era que a marca apoiava Michael Jackson, e iria investir bastante no seu "tour", mas ele ficou doente e o "dinheiro a mais" era o ideal para cair nas mãos de Jordan. A 7Up foi a marca escolhida, e o carro ganhou a cor verde que todos conhecemos.

As outras marcas, como a FujiFilm e o Turismo da Irlanda, também foram escolhidas por causa de algo em comum: a cor verde. Jordan disse que os japoneses deram mais dinheiro que a Pepsi, mas tinham espaço menor no carro. O que sobrou, foi usado no marketing, muito dele feito nas embaixadas irlandesas nos países onde o calendário passava, isto no inicio da expansão irlandesa como o "sillicon valley" da Europa...

No final, quando o carro rolou na pré-qualificação do GP dos Estados Unidos, nas ruas de Phoenix, todos estavam nervosos, mas tinham a certeza que, quer o conjunto funcionava, que os seus pilotos, o italiano Andrea de Cesaris e o belga Bertrand Gachot, iriam tomar conta do recado. E o resto... foi história.

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