domingo, 12 de outubro de 2014

Formula 1 2014 - Ronda 16, Rússia (Corrida)

Uma semana depois dos eventos no Japão, a Formula 1 chega à Rússia com Jules Bianchi no pensamento e o campeonato prestes a ser definido entre os pilotos da Mercedes. O cenário é contratante, da noite para o dia, onde se passou de um circuito clássico para um cenário feito num ambiente novo em folha, num circuito desenhado por Hermann Tilke, para que o cenário de Sochi não se degrade após ter recebido os Jogos Olimpicos de inverno. E para que não esqueçamos o cenário construído para a glória do "regime putinista", nesta cidade à beira do Mar Negro. E claro, havia a expectativa de Vladimir Putin aparecer no local, pois foi ele que fez força para que a formula 1 viesse para lá cem anos depois de ter sido organizado o último Grande Prémio russo...

Para Bernie Ecclestone, era outro sonho dos seus sonhos concretizados. Ele queria esta corrida desde os tempos da União Soviética, tento trocado cartas com o Politburo soviético, no inicio dos anos 80 do século XX. Houve conversas e hipóteses, e existe até um autódromo construído em Moscovo com esse propósito, mas Sochi era melhor, para dar uso ao parque olímpico, que foi construído de propósito para os Jogos Olímpicos de Inverno deste ano...

A corrida começou com Lewis Hamilton a ser mais veloz, mas Nico Rosberg tentou passá-lo no final da segunda curva, travando forte. Contudo, saiu fora e teve de devolver a posição para o inglês. O alemão depois disse que tinha vibração num dos pneus e teve de ir para as boxes para trocar, que o fez no final da primeira volta. A mesma coisa fez Felipe Massa.

Na frente, Hamilton distanciava-se de Valtteri Bottas, Jenson Button e Fernando Alonso, enquanto que Daniel Ricciardo perdeu posições para Jean-Eric Vergne e Kevin Magnussen. Com o passar das voltas, o inglês afastava-se da concorrência, conseguindo 2,5 segundos de avanço ao fim de seis voltas. Mas ambos estavam a distanciar-se de Button, com nove segundos de diferença.

Com o passar das voltas, as coisas estavam estacionárias. Previa-se que só haveria uma paragem para pneus, e não havia lutas dignas desse registo, O que se poderia observar era como é que Rosberg e Massa iriam recuperar do fundo do pelotão. E o primeiro a desistir foi o único Marussia de Max Chilton.

Na frente Hamilton estava descontraido, controlando a distância para Bottas. Parecia que tudo estava a correr bem para ele, com o seu maior rival fora do seu alcance. A meio da corrida, aconteceram as paragens nas boxes, e na volta 29, houve um arrepio na espinha quando Grosjean e Sutil tocaram-se na segunda curva, felizmente sem consequências. Mais tarde, o piloto francês teve uma penalização de cinco segundos.

Entretanto, Rosberg apanhou Bottas e conseguiu ficar com o segundo lugar, numa ultrapassagem musculada na curva 2, "empurrando" o Williams do finlandês. A partir daqui, o interesse esteve fora dali, quando Bernie Ecclestone recebeu Vladimir Putin, o presidente da Russia. Nunca o Inferno esteve tão presente em coma da terra como agora. E com o passar dos minutos e a amostragem das imagens dos anõezinhos (Jean Todt também esteve lá) fiquei com a ideia de que o realizador era norte-coreano... e claro, temeu-se a entrada do Safety Car, pois há quem pudesse pensar que isso seria um pretexto para que ele entrasse dentro do carro e vencesse a corrida com cinco voltas de avanço ou algo assim. Não se esqueçam, isto é a Rússia!

No final, Bottas tentou apanhar Rosberg, e parecia que iria dar alguma coisa, mas não deu. A hierarquia ficou estabelecida e Lewis Hamilton venceu pela quarta vez seguida nesta temporada, a segunda vez que tal acontece. E a sua vantagem alargou-se para 17 pontos, embora, claro, isso ainda não seja determinante para decidir alguma coisa. Mas a dobradinha da Mercedes foi mais do que suficiente para que a marca alemã comemorasse o seu primeiro título de construtores da sua história, cinco anos depois da sua anterior encarnação, a Brawn GP, ter conquistado o seu título mundial.

No final, uma segunda constatação: graças aos pneus - ou nem por isso - este circuito de Sochi fez o impossível: termos saudades de Yeongam, Valencia e Buddh, tilkódromos construídos e superfaturados, e agora abandonados à sua sorte porque "acabou a mama". Em suma: Sochi poderá entrar na história como a corrida mais chata da década. Parabéns aos envolvidos.

Quanto à Formula 1, agora vai fazer uma pausa de três semanas, até Austin. 

1 comentário:

Ron Groo disse...

Corrida chata pra caramba.