Hoje é dia de Páscoa, mas isso não acontece em todos os lugares. E sempre foi assim. Para vos lembrar, quando em 1993, Ayrton Senna fez todo aquele espetáculo em Donington Park, debaixo de chuva, eu estava na casa dos meus tios porque era... Domingo de Páscoa. Se o Natal é sagrado, a Páscoa é um pouco menos. Se fosse, teríamos corridas no sábado ou segunda de Páscoa, como acontecia em certos países calvinistas (Páscoa e sem ser Páscoa).
Mas nos países muçulmanos, Domingo é dia de semana, e há pessoal que se quer entreter neste dia. Ainda por cima, depois de uma qualificação onde parece que Max Verstappen está a tirar leite de pedra do seu Red Bull, batendo os McLaren, que parece serem os melhores carros do pelotão.
Claro, para hoje, as expectativas estavam altas. Ainda por cima, com Lando Norris de décimo, depois de ter batido no muro na Q3, quando se preparava para marcar uma volta. O atual líder do campeonato teria uma tarefa difícil nesta tarde, e muito provavelmente, perderia a liderança no final desta corrida, que iria arrancar quando o sol se pusesse no horizonte.
E foi o que aconteceu. Primeiro de tudo, os pneus que iam partir: médios entre os da frente, duros aos pilotos da cauda do pelotão. E com os que calçam os médios poderiam ir para as boxes a partir da volta 16, esses poderão apostar numa só paragem (os duros aguentam até à volta 34, no seu extremo). E numa noite quente e húmida para ajudar, de certa forma.
A corrida ficou debaixo de Safety Car nas primeiras três voltas, e o incidente da primeira curva estava a ser investigada. A decisão foi tomada quando o carro foi recolhido às boxes, e o neerlandês tinha uma penalização de cinco segundos, caindo tecnicamente para o sétimo posto, dando a liderança para Oscar Piastri. Atrás, Norris começava a fazer a sua corrida de recuperação, tentando chegar a um objetivo de pódio, que aparentava ser possível. Pela volta 13, lutava com Lewis Hamilton pelo sexto posto, com ambos os carros a trocarem de posições ao longo das voltas seguintes. Mas as coisas resolveram-se na volta 15, com o britânico da McLaren a levar a melhor.
Na frente, Max tentava afastar-se de Piastri, mas o australiano começava a apertar, de uma certa maneira, porque ele estava no alcance do DRS. George Russell era o terceiro, começando a afastar-se de Leclerc, mas não muito. Pela volta 15, a diferença entre terceiro e quarto era de 2,3 segundos.
Norris, entretanto, chegava-se a Andrea Kimi Antonelli e no inicio da volta 19, já era quinto, com o piloto da McLaren a não resistir muito aos avanços dele. E foi nesta altura que começaram as primeiras paragens nas boxes, com Piastri a colocar duros na volta 20. Antonelli e Alonso também vieram nessa altura. Max puxava pelos pneus o mais que podia, tentando ganhar o mais que podia. Russell foi na volta seguinte, e Max na 22ª, colocando duros. Regressou atrás de Piastri, que por esta altura, dava tudo para ficar na frente dele, passado Hamilton pelo meio.
Na volta 23, Norris, com os duros, era segundo não longe de Leclerc, a 3,5 segundos. Piastri era terceiro, enquanto Max tentava passar Hamilton, o que conseguiu algum tempo depois. E o primeiro dos que meteram duros, Charles Leclerc, meteu pneus novos na volta 30, deixando Norris na liderança. Ele ficou por ali nas voltas seguintes, com Piastri a aproximar-se, ficando a 2,3 no final da volta 34.
Independentemente disso, Norris estava a apanhar Leclerc para tentar um lugar no pódio, enquanto na frente, Piastri estava tranquilo, apesar de Max ter feito algumas voltas rápidas, para se aproximar.
No inicio da última volta, a diferença era de 1,3 segundos, mas Norris não conseguia apanhá-lo para ficar com o lugar mais baixo do pódio, conseguindo que o monegasco ficasse com o primeiro pódio da temporada para a Ferrari. Atrás, nos últimos lugares pontuáveis, os Williams conseguiam oitavo e nono lugar, Com Carlos Sainx Jr na frente de Alex Albon, e ambos na frente do Racing Bulls de Isack Hadjar, que ficou com o ponto final.
Foi assim que acabou a corrida saudita. Não foi chata, mas não tão excitante quanto a prova barenita. O Safety Car entrou pelas razões certas, e pode-se afirmar que o campeonato está a ficar bem interessante. Agora, com novo líder, são duas semanas até 4 de maio, para Miami, na primeira passagem da Formula 1 por terras americanas.
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