sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O lugar do circuito alemão e a maneira como Ecclestone faz as coisas

Acho uma incrível piada as pessoas do meio da Formula 1 levarem as declarações de Bernie Ecclestone a sério, quando as pessoas "com dois dedos de testa" saberem que ele é um mentiroso compulsivo. Aliás, o Joe Saward, um dos jornalistas mais conhecedores cdo meio, têm uma expressão para esse tipo de pessoas: "papagaios".

Vêm isto a propósito das noticias que apareceram este fim de semana sobre a possibilidade de Nurburgring não receber a Formula 1 em 2015, dando essa vez a Hockenheim. As razões são relativamnte simples: o circuito mudou de donos e eles tinham outros planos do qual o velho não gostou. E como ele muitas das vezes têm a faca e o queijo na mão, usando técnicas "bullyistas", afirmou logo que Nurburgring, que receberia o circuito em anos impares, tinha deixado de ter o direito de receber o GP alemão, dando a coisa como um "fait accompli".

O engraçado desta história é que os organizadores do circuito de Hockenheim... não sabiam de nada. E para eles, isto, em vez de ser uma bênção, é mais um encargo para as suas finanças. É que parte disto é pago pelo "lander" de Baden-Wutemberg, dado que os proprietários do circuito não têm finanças próprias para assumir todos os encargos - aliás, Hockenheim é um dos circuitos europeus que admite que têm prejuízo quando recebe a Formula 1. Daí eles dizerem ao mundo que o acordo com Ecclestone ainda não existe, e por uma razão: foram apanhados com as "calças na mão".

A ideia de usar o calendário da Formula 1 como "arma de arremesso" não é nova, mas este ano parece que as pessoas vêm isso com "olhos de ver". A história do GP sul-coreano, agora retirado do calendário, os rumores sobre um circuito qatari, que na realidade não serviu mais para descobrirmos que os barenitas, seus vizinhos, têm uma clausula de veto nos seus contratos com a Formula 1, dão uma ideia de como é que estes negócios são feitos. Mais do que os valores em questão ou a sua posição do calendário, servir como arma para que Ecclestone leve sempre a sua água ao moinho, é algo imbatível. 

Resta saber como é que isto vai acabar e pensar como será tudo isto a partir do momento em que o anãozinho deixar fisicamente este mundo. Eu francamente, num desporto onde os contratos são tremendamente opacos, e sabemos tudo pela metade, espero tudo.

P.S: Para saberem mais e melhor sobre isto, recomendo a leitura que o Luis Fernado Ramos, o Ico, faz sobre isto. É muito esclarecedor, acreeditem. 

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