terça-feira, 28 de maio de 2024

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A Formula 1 chega a Barcelona ainda em choque e turbulência. Karl Wendlinger ainda está num cama, em Nice, ainda em coma - só acordará dela no inicio de junho - e dias depois do GP do Mónaco, Pedro Lamy sofre um acidente horrível com o seu Lotus modificado numa sessão de testes em Silverstone, escapando com as pernas fraturadas e quase partilhando o destino de Jim Clark, Jochen Rindt ou Ronnie Peterson.

Entre os muitos substitutos anunciados em Barcelona - David Coulthard na Williams, Alex Zanardi na Lotus - Na Simtek, depois de terem corrido com apenas um carro em Monte Carlo, decidiram que o substituto de Roland Ratzenberger seria um italiano, Andrea Montermini de seu nome. 

Na altura com 29 anos, Montermini acabara a Formula 3000 de 1992 como vice-campeão, ao serviço da Il Barone Rampante e da Forti Corse, com três vitórias. No ano a seguir, foi para a CART, onde ao serviço da Euromotorsport, conseguiu um quarto lugar na ronda de Detroit, a melhor classificação de sempre da equipa, que em 1984 ficou a cuidar da Alfa Romeo na Formula 1, depois de dispensarem os serviços da Autodelta. 

Montermini conseguia ser rápido, mas ali na Simtek, onde tinha conseguido um lugar como piloto de testes, antes de correr no lugar do malogrado piloto austríaco, qualificar-se seria um "piccolo miracolo". E numa equipa ainda traumatizada com uma morte, quase um mês antes, seria até algo bom para a moral. Contudo, na sessão de treinos de sábado, enquanto tentava marcar um tempo que evitasse ficar no último lugar, aquele que não daria a qualificação, perdeu o controlo do seu carro na última curva e bateu forte no muro das boxes. A frente ficou totalmente destruída, e Montermini acabou com lesões em ambos os pés. 

No meio dos muitos incidentes daquele "maldito maio", a organização decidiu fazer uma solução improvisada, a primeira de muitas soluções que foram colocadas em pista para baixar as velocidades. Uma barreira de pneus no meio da pista foi algo tirado "do joelho" e muitos temiam que fizesse mais mal que bem aos pilotos, e Bertrand Gachot chegou a bater nela. Mas tinha sido uma ideia da parte da GPDA, a associação dos pilotos, e queriam mostrar serviço. Muitas mais modificações aconteceriam nas corridas seguintes. 

Quanto a Montermini, ele recuperaria e correria na Formula 1 nas duas temporadas seguintes, pela Pacific e Forti, a sua equipa na Formula 3000. Não iria ter grandes resultados, mas ao menos, as suas lesões não foram impeditivas na sua carreira.  

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