domingo, 13 de maio de 2018

A imagem do dia (II)

Alan Jones acelerando num Hesketh 308B, ex-fábrica, no inicio de 1975, nas ruas do Mónaco. Jones penou na Grã-Bretanha durante cinco ano até ter a sua chance de correr na Formula 1, num esforço conjunto de Harry Stiller e Rob Walker, que lhe arranjaram este carro para correr a partir do GP de Espanha, onde não chegou ao fim. Ao fim de quatro corridas, o australiano mudou-se para a equipa de Graham Hill, onde conseguiu os seus primeiros pontos, com um quinto lugar na Alemanha, em substituição de um lesionado Rolf Stommelen.

Foi a última aventura de Rob Walker, o herdeiro do império da Johnny Walker, que prosperou nos anos 50 e 60 com os seus carros, entre Cooper e Lotus, dando oportunidades de corrida a pilotos como Stirling Moss, Maurice Trintignant, Jo Bonnier, Jo Siffert, entre outros. Mas é sobre a outra personagem desta equipa que queria falar: Harry Stiller, ex-piloto de Formula 3 e empresário, que morreu hoje, a duas semanas de completar 80 anos, vitima de cancro.

Nascido a 28 de maio de 1938, Stiller começou a correr em 1958 e 1969 em vários tipos de carros desde a Formula Junior até à Formula 3, onde foi campeão em 1966 e 67, com o maior número de vitórias na categoria, igualado 15 anos depois por Ayrton Senna. A partir dali, decidiu entrar com carros da sua própria equipa, quer na Formula Atlantic, depois na Formula e e na 5000, muitas das vezes com Alan Jones ao volante.

A chegada de Jones à Formula 1 foi consequência da boa temporada de Formula Atlantic que ele tinha feito no ano anterior, num March inscrito pelo próprio Stiller. Aliado com Walker, a aventura foi de curta duração, mas Jones teve o que queria: chegar à Formula 1, algo do qual se tinha batalhado desde que chegara às ilhas britânicas, no inicio da década. Depois, foi Hill, Surtees, Shadow, Willims e o titulo mundial de 1980.

Depois da experiência, Stiller largou o automobilismo e decidiu ser empresário, Abriu lojas de desconto, sendo um dos pioneiros desse conceito, ao mesmo tempo que abria uma cadeia de concessionários de automóveis na California. Mais concretamente... no Wilshire Boulevard, em Beverly Hills. Alugava Rolls-Royce e Bentleys às estrelas de Hollywood.

No final, acabou por ir viver para o Dorset inglês com a sua melhor até hoje, como membro vitalicio do BRDC, o British Racing Drivers Club. Ars longa. vita brevis, Harry.  

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