terça-feira, 14 de julho de 2020

Jugetes

Todos concordarão quando direi que o GP da Styria foi veloz e aborrecido. Veloz porque demorou menos de hora e meia, aborrecido porque se tornou previsível, apesar da luta nos lugares intermédios. Mas neste ano excepcional, a grande questão é saber que tipo de calendário iremos ter. É que neste momento, só conhecemos dez corridas, mas sabemos que pelo menos mais oito irão acontecer. 

A grande questão é saber como será o calendário em outubro, e pelas minhas bandas todos andam agitados para saber quando é que entra Portimão no calendário. Sim, leram bem: iremos receber a Formula 1, algures em outubro, mas não se sabe quando. Porque já não depende de nós, depende de outros.

Como é sabido, o calendário termina (por agora) em Sochi, no último fim de semana de setembro. Mas como conta a Julianne Cerasoli, no seu blog, o grande problema é a Ásia. A Liberty Media quer ir à China e ao Vietname, mas quer fazê-lo numa altura em que as coisas podem estar mais controladas em termos de casos. Pode-se pensar que a vontade da China não querer realizar qualquer grande evento deste ano poderia ser um obstáculo, mas na realidade, um GP de Formula 1 poderá ser um dos eventos que podem ser considerados como excepção, logo, poderá passar entre as gotas da chuva. E o Vietname a mesma coisa, porque o governo e a organização do GP, em Hanoi, já disse que a corrida seria sem público.

Então porquê a indecisão em termos de calendário em relação ao circuito algarvio? Paradoxalmente, a sua localização é a razão. Se não puderem viajar para aquele lugar na Ásia, Hockenheim e Imola seriam os substitutos, para "encher chouriços", como costumo dizer. E por causa das suas localizações, eles têm de ser corridos no inicio de outubro, logo, Portimão pode ser feito independentemente do dia desse mês. Muito se fala no dia 4, mas pode acontecer a 11, 18 ou 25, sem problemas. Aliàs, o seu ditetor, Paulo Pinheiro, já disse recentemente numa entrevista à Eleven Sports que "quanto mais tarde, melhor". Não tanto para se preparar em termos de colocar uma nova capa de asfalto - isso se faz numa semana e custa cerca de um milhão de euros - e nem tanto para que possa "descansar" e consolidar no chão. A ideia é aproveitar o bom tempo na região, que estará ameno por essa altura do ano.

Ou seja, o que se depreende nas entrelinhas é que Portimão está lá, e sempre esteve. O grande problema era "onde colocar", e esse foi o grande problema, por causa dos eventos nas Américas - fora de controle, e tudo fora de questão - e também saber como a Ásia reagirá com esta gente, que é verdade, está numa bolha e não tem tudo casos, mas hoje surgiu a noticia de que Valtteri Bottas foi ao Mónaco, violando o dever de confinamento. Tudo isto numa altura em que as autoridades húngaras apertaram os controlos em relação à circulação, ameaçando com multas e prisão quem as violar.

Em suma, Portimão é um jugete. Mas por agora, o problema não é dele, são os outros. Contudo, para oa afficionados da Formula 1, e do seu regresso a estas paragens, não vão acreditar quando os ver correr. 

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