De 1979 a 1983, Renault triunfou em 15 ocasiões, acompanhado de 29 pole-positions e 15 voltas mais rápidas, muitas delas através de pilotos como Jean-Pierre Jabouille e René Arnoux. Mas no final de 1980, a Renault contratou um jovem promissor que estava na McLaren: Alain Prost.
Chegado à Formula 1 no final do ano anterior, Teddy Meyer achava que ele teria estofo de campeão, desde que a equipa desse um carro competitivo, mas ao ver que a McLaren estava numa posição conturbada - prestes a ser controlada por Ron Dennis, a instâncias da Marlboro, o patrocinador principal - Prost seguiu para a marca do losango, por causa da sua capacidade de fazer carros potentes, graças aos esforços de gente como Jean Sage, Bernard Dudot ou Gerard Larrousse.
A primeira vitória de Prost foi caseira, em Dijon, em 1981. E cedo mostrou que poderia lutar pelo título... se a máquina colaborasse. É que era demasiado frágil, e depois de duas vitórias seguidas no inicio de 1982, mostrando que era o candidato numero um ao triunfo, acabou com 34 pontos. Bastaria ter ganho uma das corridas onde não pontuou para ser campeão do mundo. E o melhor exemplo foi a Áustria, onde por causa do Turbo defeituoso, deixou a vitória escapar para Keke Rosberg. Se tivesse ganho e o finlandês da Williams acabado em segundo, com os eventuais 43 pontos, seria campeão.
Em 1983, parecia que se tinham aplicado. O RE30 era uma máquina muito boa. O primeiro chassis em fibra de carbono, aliado com uma nova evolução do motor Turbo de 1.5 litros, com os defeitos corrigidos, deu ao francês um bom inicio de temporada, ganhando em Paul Ricard e Spa, mais dois pódios em Imola (2º) e Mónaco (3º). A meio de agosto, quando triunfou na Áustria, batendo René Arnoux e Nelson Piquet, Prost tinha 51 pontos, contra os 37 do brasileiro da Brabham, a quatro corridas do fim. Bastava um ou dois bons resultados e daria o campeonato. O grande objetivo da Renault: ganhar numa máquina inteiramente francesa.
Mas o que não sabia, enquanto espalhava o champanhe nas altas montanhas austríacas, era que o fim tinha chegado. Na pior altura.
A Brabham usou as artimanhas de Bernie Ecclestone e Gordon Murray para catapultar para a frente as máquinas de Nelson Piquet e Riccardo Patrese, e as três corridas seguintes foram vencidas pela Brabham, dando o título ao piloto brasileiro. No meio disto tudo, Prost conseguiu apenas seis pontos, e quando o seu Turbo falhou, em Kyalami, na volta 35, a Brabham só queria que os seus carros chegassem ao fim para comemorarem o título.
Desiludidos e frustrados, alguém tinha de pagar. E foi o piloto. Então, porquê?
O que se fala na altura era que o Prost politico já se tinha elevado na equipa. Sempre teve o seu quê de intriguista, querendo o melhor material a fazer com que todos remassem para o seu lado. E depois de ter conseguido afastar Arnoux da equipa, especialmente depois do incidente no GP de França do ano anterior, via-se que a equipa do losango estava moldada para ele. Sem rivais, sem nada. Mas aparentemente, uma questão "de saias" foi a gota de água - aparentemente, ele se meteu com a mulher de Jean Sage - e todas as frustrações caíram sobre ele, e foi despedido.
Entretanto, na McLaren, Ron Dennis nunca deixou de observar Prost. Sempre achou talentoso, mas queria dar um carro competitivo para ele, algo que só conseguiu quando passou a usar os motores TAG-Porsche Turbo. Ao mesmo tempo, John Watson pediu um aumento salarial: queria 1,6 milhões de dólares para 1984. Dennis protelou, e o assunto ficou em águas de bacalhau, ao ponto de Lauda ter dito que oferecia a diferença para ele no sentido de resolver o assunto. O facto era que, acabada a corrida de Kyalami, e com o despedimento de Prost, Dennis nem perdeu tempo e resolveu o assunto em dois dias.
Em 1984, a McLaren teria como pilotos Niki Lauda e Alain Prost.
Já a Renault teria Patrick Tambay e o britânico Derek Warwick.
E claro, o resto é história.
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