sábado, 27 de abril de 2019

Formula 1 2019 - Ronda 4, Azerbeijão (Qualificação)

A primeira corrida da Formula 1 no continente europeu é mais no meio da Ásia do que na Europa própriamente dita. Dependendo de onde é que estão desenhadas as fronteiras, o Azerbeijão está do lado errado do Caucaso, de uma certa forma, e nem toda a margem ocidental do Mar Cáspio está nesse limite europeu. Mas como em muitos aspectos políticos, Baku é uma cidade europeia e o Azerbeijão também, vamos colocar esta corrida como sendo a primeira no continente.

Contudo, o fim de semana acabou por ser muito mais agitada que o habitual. O resultado pode ter sido o mesmo das outras qualificações, mas o circuito urbano de Baku é bem mais interessante que noutras provas, e os acidentes que aconteceram nessa qualificação fizeram arrastar a qualificação por mais tempo que o previsto. No final, foram quase duas horas de qualificação, graças às paragens devido aos acidentes que aconteceram na curva do Castelo. 

Nas não tinha sido algo virgem: ontem, quando George Russell aspirou a tampa do esgoto no primeiro treino livre, levando à destruição do seu Williams e ao seu encerramento prematuro, parecia ser uma espécie de previsão de como as coisas iriam acontecer.

Quando começou a qualificação, os pilotos lá deram o seu melhor para ver se passavam à Q2, mas houve surpresas, especialmente Pierre Gasly, que conseguiu o melhor tempo - graças à boleia de Lance Stroll, que o francês apanhou no cone de ar - enquanto Lewis Hamilton não teve uma boa volta e acabava a primeira fase num surpreendente quinto posto. Depois melhorou... mas não muito, sendo terceiro, atrás de Gasly e Charles Leclerc. Valtteri Bottas tinha ficado pior, sendo sexto.

Mesmo no final da Q1, quando todos davam o seu melhor para se safar da degola, "aquela" curva do castelo deu nas vistas, quando Robert Kubica bateu forte, depois de um erro. Apesar de ter afundado na proteção, o carro é recuperável, mas para o tirar, os comissários tiveram de mostrar a bandeira vermelha. A primeira. E para fazer isso tudo, demoraram quase meia hora.

Atingi a parte de dentro com a roda dianteira esquerda, o que me empurrou para os rails de proteção”, começou por contar Kubica à BBC, no seu regresso às boxes. “É o pior lugar onde você pode fazer esse tipo de avaliação e, infelizmente, paguei um preço bem alto. É assim”, continuou.

Com ele, ficaram George Russell, o Renault de Nico Hulkenberg, o Haas de Romain Grosjean e o Racing Point de Lance Stroll.

Pelas 14:50, horário daqui, a qualificação recomeçou com a Q2, e as duas principais equipas tinham tipos diferentes de pneus calçados: a Mercedes com macios, a Ferrari com médios. A Red Bull usou macios e Max Verstappen liderava a tabela de tempos, provisóriamente. 

E pouco depois... Leclerc bateu. No mesmo ponto onde Kubica tinha batido. Bandeiras vermelhas e uma qualificação estragada para o monegasco. "Eu sou estúpido", lamentou o piloto.

Quando a sessão voltou à ação, depois de mais alguns minutos de interrupção, a temperatura tinha caído um pouco, e os pneus não reagiam tão bem ao asfalto mais frio. Claro, isso não impediu os Mercedes, o Ferrari de Vettel, o Red Bull de Max Verstappen, os Alfa Romeo - António Giovinazzi foi pela primeira vez na sua carreira a um Q3! - e o Racing Point de Sergio Perez, com um digno quarto posto.

Do outro lado, Carlos Sainz Jr, Alexander Albon, Daniel Ricciardo e Kevin Magnussen faziam companhia a Pierre Gasly entre os que iriam ver a Q3 pela televisão. O francês tee problemas e nem saiu das boxes. E cuirosamente, Charles Leclerc tinha feito um tempo que o permitiria passar para a fase final. Logo, o décimo posto era certo para ele.

E chegados à fase final... pelo menos, não houve mais batidas. Mas primeiro, Max Verstappen deu nas vistas ao conseguir o melhor tempo, na frente até de Sebastian Vettel. Isto tudo enquanto os Mercedes não saiam para a pista e arrasavam a concorrência, para monopolizar a primeira linha de grelha de partida. Primeiro Hamilton, com 1.40,703, e depois Bottas, a fazer melhor: 1.40,495. Hamilton tentou fazer melhor, mas foi 59 centésimos mais lento. E pela segunda vez no ano, o finlandês partia da pole-position. Em apenas quatro corridas.

Vettel foi o terceiro, na frente de Max Verstappen, enquanto Lando Norris voltava a dar nas vistas. Não só nova passagem à Q3, mas também um sétimo tempo, digno, embora inferior a Sergio Perez e Daniil Kvyat, que ficaram com a terceira fila da grelha.

E agora, muitos estão curiosos por saber como será a corrida deste domingo, e até que ponto as coisas serão tranquilas e chatas, ou haverá muitas entradas do Safety Car. Só vendo, não é?

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