Há 25 anos, Emerson Fittipaldi venceu pela segunda vez as 500 Milhas de Indianápolis. Aos 46 anos, o piloto brasileiro mostrava que continuava em forma, mas mais do que vencer de novo no Brickyard, foi o que fez... no Victory Lane. O que segura nas mãos é o quebrar de uma tradição, ao comemorar com sumo de laranja, em vez do leite habitual.
A tradição do leite no Victory Lane data dos anos 30, e é para apoiar os produtores da zona. É uma tradição tão respeitada que antes da prova, eles perguntam aos pilotos que tipo de leite eles querem, pois há os intolerantes à lactose.
Emerson assumiu a liderança a 16 voltas do fim, depois de passar Arie Luyendyk e Nigel Mansell - que quase comprometia a sua estreia quando roçou no muro na Curva 2, causando uma situação de bandeiras amarelas. A partir dali, o holandês foi atrás dele, mas era tarde para o apanhar. Mansell ficou no lugar mais baixo do pódio, mas em termos de campeonato, o piloto da Newman-Haas até se deu bem no caminho do campeonato que iria ganhar mais tarde nesse ano.
No final, Emerson deu ao Brasil a sua segunda vitória no "Brickyard", mas o que fez o deixou na infâmia, para muita gente, ainda por cima num estado conservador e apegado às tradições que é o Indiana. No Victory Lane, pediu o frasco de sumo de laranja - era produtor e decidiu bebê-lo à frente de toda a gente.
Não gostaram da tradição quebrada. A imprensa não gostou, os fãs não gostaram, e em Milwaukee, que era a prova a seguir, foi vaiado nas bancadas. E hoje em dia, apesar de ser menos, e de haver um grande respeito por ele e pelo que fez, este dia e este momento não foi mais esquecido.
Um exemplo contado pelo Rodrigo Mattar, no seu sitio A Mil Por Hora: em 2008, ele voltou para pilotar o Pace Car nas 500 Milhas desse ano. No Driver Meeting, houve mais vaias, apesar de já ter passado muito tempo. As pessoas não perdoam os que quebram a tradição.
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