Era reclusivo há mais de 40 anos, mas essa reclusão só lhe deu aimda mais fama. Escreveu um livro que é um dos melhores do século XX, e provavelmente deverá ter uma quantidade de manuscritos que não sei se algum dia serão publicados. Sempre que se ouvia algo sobre ele, o mundo literário agitava-se. O seu nome era Jerome David (J.D.) Salinger e morreu ontem, aos 91 anos, na sua casa de Cornish, no New Hampshire.
Filho de pai judeu e mãe irlandesa, Salinger nasceu no dia de Ano Novo de 1919 em Nova Iorque. começou a escrever bem na adolescência, enviando várias histórias para revistas como o "New Yorker", que o rejeitou por várias vezes, antes de aceitar a sua primeira história em 1946, de seu nome "Um Bom Dia para o Peixe-Banana". Combateu na II Guerra Mundial, especialmente na frente ocidental, e foi aí que conheceu Ernest Hemingway, tornando-se amigos e correspondendo-se frequentemente. Anos depois, afirmou que esse encontro foi a "unica coisa boa que a guerra me deu".
Quando voltou para a América, em 1946, casado com a enfermeira alemã Sylvia Welther (o casamento acabou sete meses depois) continuou a escrever em revistas, especialmente na New Yorker. A 16 de Julho de 1951, publica "The Catcher in the Rye", traduzido para aqui como "À Espera do Centeio". No livro, conta a história de Holden Caulfield, um jovem de 17 anos que tinha sido expluso da escola e fala sobre aquilo que referimos agora como "dores de crescimento": o sentido da lealdade e a duplicidade da vida adulta. Um sucesso de vendas e de critica desde o inicio, até aos dias de hoje, "Catcher in a Rye" teve mais de 65 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.
E ficou também na história por várias razões: o livro fora pesadamente censurado nas escolas públicas americanas nos anos 50, devido à sua linguagem obscena, mas vinte anos depois, era um livro de leitura obrigatória nessas mesma escolas públicas. Em suma, um livro subversivo. Na tarde de 8 de Dezembro de 1980, quando um jovem Mark Chapman matou John Lennon, entre os seus pertences tinha um exemplar de "Catcher in the Rye"...
Depois disto, escreveu em 1953 um livro de contos, "Nine Stories", para em 1961 publicar "Franny and Zooey". Por esta altura, já se casado uma segunda vez, com Claire Douglas, tinha mudado para Cornish, new Hampshire. Com o passar dos anos, tornou-se cada vez mais reclusivo, e após publicar mais um livro, "Carpinteiros, Levantem Alto o Pau de Fileira", em 1963, não mais publicou. Nos mais de quarenta anos que se seguiram, o mito Salinger cresceu expoencialmente, em claro contraste com a sua reclusão.
Mas isso não impediu que tivesse uma vida amorosa agitada: em 1941 namorou com Oona O'Neil, filha de Eugene O'Neil, antes dela o trocar por Charlie Chaplin. Depois do seu primeiro casamento, casou-se com Claire Douglas, que lhe deu dois filhos: Margaret e Matthew. O primeiro escreveu anos depois uma biografia do pai, o outro tornou-se actor. O casamento durou até 1967, altura em que se divorciaram, devido ao estranho comporamento dele, que anos depois, a sua filha explicou como sendo um "traumatismo de guerra". Em 1972, viveu um romance com Joyce Maynard, então com 18 anos, que tinha alcançado fama como escritora precoce. Viveram juntos por um ano. Depois teve um romance com Eleine Joyce, até casa uma terceira vez com Colleen O'Neil, uma enfermeira quarenta anos mais nova do que ele.
Até ao final, combateu a fama. Tentou por todos os meios impedir a publicação de vários livros baseados em si, e tentou também impedir que alguns dos seus livros, principalmente o "Cahtcher in the Rye", fossem transpostas para o cinema, pois achava que os filmes nunca seriam fiéis aos seus livros. Reclusivo e protector por natureza, só fez aumentar o mito, muito antes do seu desaparecimento fisico. Ars lunga, vita brevis.
Filho de pai judeu e mãe irlandesa, Salinger nasceu no dia de Ano Novo de 1919 em Nova Iorque. começou a escrever bem na adolescência, enviando várias histórias para revistas como o "New Yorker", que o rejeitou por várias vezes, antes de aceitar a sua primeira história em 1946, de seu nome "Um Bom Dia para o Peixe-Banana". Combateu na II Guerra Mundial, especialmente na frente ocidental, e foi aí que conheceu Ernest Hemingway, tornando-se amigos e correspondendo-se frequentemente. Anos depois, afirmou que esse encontro foi a "unica coisa boa que a guerra me deu".
Quando voltou para a América, em 1946, casado com a enfermeira alemã Sylvia Welther (o casamento acabou sete meses depois) continuou a escrever em revistas, especialmente na New Yorker. A 16 de Julho de 1951, publica "The Catcher in the Rye", traduzido para aqui como "À Espera do Centeio". No livro, conta a história de Holden Caulfield, um jovem de 17 anos que tinha sido expluso da escola e fala sobre aquilo que referimos agora como "dores de crescimento": o sentido da lealdade e a duplicidade da vida adulta. Um sucesso de vendas e de critica desde o inicio, até aos dias de hoje, "Catcher in a Rye" teve mais de 65 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.
E ficou também na história por várias razões: o livro fora pesadamente censurado nas escolas públicas americanas nos anos 50, devido à sua linguagem obscena, mas vinte anos depois, era um livro de leitura obrigatória nessas mesma escolas públicas. Em suma, um livro subversivo. Na tarde de 8 de Dezembro de 1980, quando um jovem Mark Chapman matou John Lennon, entre os seus pertences tinha um exemplar de "Catcher in the Rye"...
Depois disto, escreveu em 1953 um livro de contos, "Nine Stories", para em 1961 publicar "Franny and Zooey". Por esta altura, já se casado uma segunda vez, com Claire Douglas, tinha mudado para Cornish, new Hampshire. Com o passar dos anos, tornou-se cada vez mais reclusivo, e após publicar mais um livro, "Carpinteiros, Levantem Alto o Pau de Fileira", em 1963, não mais publicou. Nos mais de quarenta anos que se seguiram, o mito Salinger cresceu expoencialmente, em claro contraste com a sua reclusão.
Mas isso não impediu que tivesse uma vida amorosa agitada: em 1941 namorou com Oona O'Neil, filha de Eugene O'Neil, antes dela o trocar por Charlie Chaplin. Depois do seu primeiro casamento, casou-se com Claire Douglas, que lhe deu dois filhos: Margaret e Matthew. O primeiro escreveu anos depois uma biografia do pai, o outro tornou-se actor. O casamento durou até 1967, altura em que se divorciaram, devido ao estranho comporamento dele, que anos depois, a sua filha explicou como sendo um "traumatismo de guerra". Em 1972, viveu um romance com Joyce Maynard, então com 18 anos, que tinha alcançado fama como escritora precoce. Viveram juntos por um ano. Depois teve um romance com Eleine Joyce, até casa uma terceira vez com Colleen O'Neil, uma enfermeira quarenta anos mais nova do que ele.
Até ao final, combateu a fama. Tentou por todos os meios impedir a publicação de vários livros baseados em si, e tentou também impedir que alguns dos seus livros, principalmente o "Cahtcher in the Rye", fossem transpostas para o cinema, pois achava que os filmes nunca seriam fiéis aos seus livros. Reclusivo e protector por natureza, só fez aumentar o mito, muito antes do seu desaparecimento fisico. Ars lunga, vita brevis.
1 comentário:
grande revisão Speeder, é sempre prazeroso ler o teu blog
não li o livro ainda. falta terrivel, eu sei, mais Ulyses ainda está na lista pra que possas ver como tá me faltando tempo. madurar é cruel
mesmo assim conheco a vida de Salinger, um pouco. Sei que aprendia dicas de pesca com Hemingway, e que tem sobre o seu comportamento levantando suspeitas precoces sobre esquizofrenia, portanto a tesis de "trauma de guerra" da filha fica na dúvida.
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