Por incrível que pareça - mas foi real - Dani Sordo foi o vencedor do rali Vidreiro, e por consequência, acabou campeão nacional de ralis, a bordo do seu Hyundai i20 Rally2. E foi por muito pouco: 0,8 segundos separaram Sordo de Kris Meeke, o segundo classificado e um dos candidatos ao título. E ambos deixaram Gonçalo Henriques a mais de um minuto - 1.01,4, - no seu Hyundai, e na frente de Ricardo Teodósio, no seu Toyota (a 1.06,0), e de Armindo Araújo, a 1.10,3.
“A verdade é que foi uma vitória incrível, e eu precisava mesmo disto” disse Sordo à Autosport portuguesa. “É verdade que fomos melhorando o carro. Demos tudo, absolutamente tudo. Dei tudo o que tinha… e mais um pouco”, concluiu.
Do outro lado, Meeke reconheceu o valor do adversário e a emoção de ter travado mais uma luta histórica com Dani Sordo, duas décadas depois do duelo que os opôs no Mundial Júnior, mas não escondia a sua desilusão.
“Tentei tudo, mas desta vez não foi possível. Dominei grande parte da época, mas houve momentos difíceis, como aquele episódio em Castelo Branco e alguns problemas mecânicos que nos custaram caro. Mas é assim que são os campeonatos — nem tudo é sempre perfeito.”, começou por afirmar.
“O Dani veio muito forte, sabia bem a velocidade que ele tem. A Hyundai deu um grande passo neste rali e foi uma luta bonita, digna de um campeonato. Vinte anos depois, voltámos a lutar… e o resultado acabou por ser o mesmo. Claro que queria muito este título, mas estou feliz por estar aqui, por fazer parte deste campeonato e por conduzir este carro fantástico. A Toyota foi incrível durante toda a época. Hoje o Dani mereceu vencer.”, concluiu.
Depois das primeira especiais, que aconteceram na sexta-feira, no sábado, os pilotos tinham pela frente passagens duplas por Pombal-Carnide, Mata Mourisca, e uma por São Pedro de Moel e uma pela super-especial em Pombal.
O dia começou precisamente em São Pedro de Moel, com Meeke a ganhar 0,3 segundos a Sordo, e a concorrência a ser deixada para trás: Armindo a 4,9, Teodósio a 7,8, Gonçalo Henriques a 11,8. Sordo responde e ganha em Pombal, recuperando 1,3 segundos a Meeke e aumentando a sua diferença na geral,
Em Mata Mourisca, Sordo voltou a ganhar e alargou a diferença para Meeke em 0,8 segundo, para 2,7 segundos na geral. Teodósio foi o terceiro melhor, a 4,4, Gonçalo Henriques foi quarto, a 5,2, e José Pedro Fontes o quinto, a 10,5. A diferença é mínima, mas, grão a grão, Sordo ia construindo uma vantagem. Araújo fez um pião e acabou por perder 13,3 segundos.
Ele ganhou na sétima especial, mas a diferença para Meeke em 0,1 segundos, o minimo possível. Era uma luta a dois que deixava a concorrência para trás, apesar de Gonçalo Henriques só ter perdido um segundo e Armindo Araújo, 1,9.
Meeke atacou na oitava especial, a segunda passagem por Pombal-Carnide, e conseguiu recuperar 2,2 segundos, ficando a 0,6, e claro, ninguém queria adivinhar quem ficaria com a vitória. No final, foi Sordo o melhor, mas não ganhou mais do que 0,2 segundos sobre o piloto da Toyota. Gonçalo Henriques foi o terceiro melhor, a 6,1.
Armindo Araújo disse depois que o quinto lugar final foi o resultado de uma prova menos conseguida:
“Começamos bem ontem, mas cometemos um erro na super especial que nos fez perder tempo. Hoje entramos ao ataque, recuperamos a terceira posição, mas um pião na sexta classificativa atirou-nos para o quinto lugar. A partir daí percebemos que seria muito difícil recuperar os segundos que perdemos e não valia a pena correr riscos. Nada mudaria em termos de contas para o campeonato. Gostávamos de ter terminado o ano no pódio, não conseguimos, mas os ralis são assim. Parabéns aos vencedores do rali e ao Dani Sordo por ter sido o primeiro do campeonato”, concluiu Armindo Araújo.
Sexto foi José Pedro Fontes, no seu Citroen C3 Rally2, a 1.45,7, na frente de Ruben Rodrigues, no seu Toyota GR Yaris Rally2, a 2.31,8, na frente de João Barros, a 2.47,7. Nono foi Pedro Meireles, a 3.19,7 e a fechar o "top ten" foi Diogo Marujo, a 3.32,9.
Acaba o CPR 2025, em 2026 haverá mais!
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