domingo, 12 de junho de 2022

Formula 1 2022 - Ronda 8, Baku (Corrida)


A Formula 1 está sempre a correr de um lado a outro, sem se fixar em lado algum, quais ciganos errantes pelo mundo inteiro, tanto que, ainda nem temos junho a meio e já passamos o primeiro terço do campeonato. À partida, é algo surpreendente termos a Formula 1 no Azerbeijão, porque embora não esteja longe de um palco de guerra, ela acontece. Mas depois, quando pensamos em Jeddah e no míssil que atingiu a refinaria a pouco mais de 15 quilómetros do circuito onde eles corriam, pode-se dizer que os critérios deles são bem largos. A Dorna, por exemplo, decidiu cancelar o GP da Finlândia de MotoGP, apesar de não haver, ameaças explicitas ao país, e rejeitou terminantemente uma proposta vinda do Cazaquistão para ser o seu substituto no calendário. Critérios...

Ao contrário de ontem, onde a qualificação começou mesmo no final da tarde, aqui, no dia da corrida, ele aconteceu por volta do nosso meio-dia. E com Red Bull e Ferrari a dividirem as duas primeira linhas, todos queriam saber quem levaria a melhor na primeira curva, e depois, no resto. 


Na partida, Sergio Perez largou melhor que Charles Leclerc, e ficou com o primeiro posto na primeira curva, enquanto atrás, Max Verstappen fazia a mesma coisa em relação a Carlos Sainz Jr. Já logo nos primeiros metros, a Red Bull triunfava e mostrava à Ferrari que a velocidade de ponta não chega. Pouco depois, Sainz Jr perdia o quinto posto a favor de George Russell, numa altura em que o DRS já estava ativado e Verstappen ia atrás de Leclerc para ter o segundo posto.

Já Nicholas Latifi foi penalizado com um "Stop & Go" de dez segundos porque um dos mecânicos tocou no seu carro depois do tempo permitido, entrando em infração. 

Na nona volta, o primeiro golpe de teatro para Maranello, quando Sainz Jr parou na escapatória da curva 4, e isso motivou um Virtual Safety Car. Charles Leclerc aproveitou para entrar nas boxes e colocar pneus duros, tal como fez George Russell, Pierre Gasly, Sebastian Vettel, Lewis Hamilton e Yuki Tsunoda. Os Red Bull, com pneus médios, ficaram na pista. Pérez liderava ainda, seguido de Verstappen.

Quando a corrida retomou, o mexicano continuou na frente, mas o neerlandês pressionou-o e no final da volta 15, conseguiu ficar com o primeiro posto. Lá ficou na liderança até à volta 19, quando foi às boxes e colocar duros - duas voltas depois de Sergio Perez ter feito o mesmo - para ver se ficava o mais tempo possível na pista. 


Parecia que iria ser um duelo à distância, entre pilotos com pneus duros, mas na volta seguinte, o motor de Leclerc explode e esse duelo, que prometia, acabava de modo prematuro, a favor de Max. Russell era promovido a terceiro enquanto atrás, Lando Norris parava nessa altura nas boxes, com Ricciardo a assumir o quarto lugar. Mas Gasly estava a pressioná-lo e o francês levou a melhor, ficando com esse lugar pouco depois.

A meio da prova, Verstappen liderava como queria. Era dos mais rápidos em pista e tinha quase dez segundos de vantagem para Sergio Pérez, Russell estava atrás, a 18 segundos, seguido por Gasly, a 21. Mas ainda faltava meia corrida, e poderia haver mais surpresas...

Na volta 33, Kevin Magnussen ficava parado na pista, o que fazia com que o Virtual Safety Car fosse acionado pela segunda vez na corrida. E isso foi aproveitado para que boa parte do pelotão fosse de novo às boxes para trocar de pneus, a começar pelos Red Bull, seguido pelos Ferrari. Alpha Tauri e o Aston Martin de Sebastian Vettel ficaram na pista. 

Pouco depois do VSC acabar, Yuki Tsunoda teve problemas na sua asa traseira, mas foi resolvida com... fita-cola (!) e ele regressou à pista para acabar. Fora dos pontos, é verdade, mas acabou. Quem atacava era Lewis Hamilton, que queria o quarto posto de Pierre Gasly para assim poder compensar a má qualificação e a corrida cinzenta que estava a ter até ali. Ele atacou, e no final da volta 44 - até calhou! - conseguiu o lugar que era do piloto da Alpha Tauri. 

Na parte final, com a Red Bull a ordenar a Max para que não usasse o DRS, para não ter problemas com a asa - e também, porque a distancia com Perez estava controlada - ele foi calmamente para o triunfo, a quinta do ano, com uma distância respeitável sobre Sergio Perez, e George Russell a conseguir o seu terceiro pódio da temporada, e a consolidar o seu quarto lugar na geral.   

Também no final, Lewis Hamilton foi o quarto, numa parte final de recuperação, mas também ficou a imagem do piloto da Mercedes a sair do carro em dificuldades por causa das costas doridas, cortesia do violento "porpoising" que o seu carro causou nas ruas de Baku - Riccardo também se queixou disso no final. Toto Wolff disse que teme pelo seu piloto em Montreal, mas eu estou convencido que ele recuperará a tempo. 


Mas quem deveria temer o futuro era a Ferrari. Afinal de contas, ver a Red Bull 80 pontos na sua frente no campeonato de Construtores, apesar de já ter passado um terço do campeonato, dá que pensar. Quando é que transformarão em resultados os feitos em qualificação? E Canadá é já a seguir...

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