Este problema com a logística aconteceu no MotoGP, que tem um calendário de 21 provas e cinco saídas da Europa: uma para a América do Sul, uma para a América do Norte, cinco para a Ásia e Austrália. Para terem uma ideia, só a Península Ibérica tem igualmente cinco corridas: Jerez, Barcelona, Valência, Aragon e Portimão. E o risco que existe com o cancelamento deste GP deveria servir de aviso à Formula 1 por causa das circunstâncias, do tempo em que passamos e porque o alargamento do calendário, para acolher mais corridas fora da Europa, requer um concerto quase perfeito porque... qualquer problema é um desastre à espera de acontecer.
Para terem uma ideia, no ano passado, a Formula 1 apanhou dos sustos em termos de logística. O primeiro, entre o México e o Brasil, quando os aviões de carga ficaram parados em Miami à conta do mau tempo, e depois entre São Paulo e Doha, no Qatar, ainda por causa dos mesmos problemas.
E agora, em março, temos um problema: uma guerra. E o maior operador de aviões de carga é o Volga-Dniper, que tem na sua frota 17 Boeings 747, que estão em terra porque... a companhia é russa. E claro, o resto do mundo não pode passar no espaço aéreo russo, logo, irão perder mais três, quatro ou mais horas, logo, gastam mais gasolina e claro, demorarão mais tempo.
E segundo conta hoje o Joe Saward, a Formula 1 tem uma logística de 160 aviões por ano, entre Boeings 747 e 777, e confia nas companhias especializadas para que tudo corra bem. Ou seja... que nenhum avião avarie algures no mundo, com a preciosa carga dentro do seu porão, na semana do Grande Prémio. Imaginem isto numa segunda-feira, entre Itália e Singapura, por exemplo... o que ele conta é que a Liberty Media quer fazer aquilo que anda a fazer na NASCAR, mas usando o mundo como referência, em vez dos Estados Unidos.
E é uma questão de tempo até a Formula 1 cair numa situação como esta.
Veremos amanhã como o pessoal da MotoGP se safará desta situação.
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