quarta-feira, 30 de março de 2022

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Faz por estes dias 40 anos que Carlos Reutemann decidiu abandonar a Formula 1 de vez. Então com 40 anos e completamente desmotivado, após a perda do título mundial para Nelson Piquet, no seu Brabham, ainda correu as duas primeiras probas da temporada de 1982 pela Williams. Ao segundo posto em Kyalami, seguiu-se uma desistência em Jacarépaguá, e depois disso, pendurou o capacete de vez. 

Contudo, ao ler por estes dias um artigo no jornal argentino Clarin, contam que quando Gilles Villeneuve morreu, em maio, Marco Pichinini telefonou ao argentino se não queria correr no carro para o resto dessa temporada. Depois de alguns dias de reflexão, decidiu recusar o convite, apesar de ele ser um grande amigo do canadiano. Alegou que estava desmotivado para correr, e as razões continuavam por lá. E ainda por cima, nunca tinha corrido num carro com motor Turbo, algo que a Ferrari tinha nesse momento.

Claro, depois de ter dado essa resposta, a Ferrari foi em busca de novo piloto, e lá ficou com o francês Patrick Tambay, que os ajudou a conseguirem 25 pontos, uma vitória e o campeonato de Construtores, especialmente depois do acidente de Didier Pironi, na Alemanha, o ter tirado precocemente da Formula 1. Mas "Lole", o homem que num dia bom era imbatível, e num dia mau parecia um caracol, do qual ninguém o conseguia tirar do buraco em que por vezes se envolvia, foi alguém querido para os locais, dos quais sempre o consideraram como campeão, um dos melhores da sua geração. E também, em muitos aspetos, alguém que era correto e sempre realizava o que era justo, do qual o melhor exemplo foi os ebentos do GP do Brasil de 1981, do qual desobedeceu às ordens de deixar triunfar Alan Jones, e do qual, se calhar, o impediu de conseguir lutar convenientemente pelo título mundial.

Seja qual for, a sua decisão de terminar uma carreira com 10 anos de duração na Europa fora tomada, e não mais olhou para trás. 

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