segunda-feira, 21 de julho de 2025

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Há 40 anos, depois de uma qualificação para a história, a corrida não ficou muito atrás. Afinal de contas, foi ali que aconteceu o segundo duelo na história da Formula 1 pela liderança entre Alain Prost e Ayrton Senna, com ultrapassagens de um e outro, mas no final do dia, o carro de Senna o deixou mal, e Prost... deu uma volta à concorrência, numa corrida que poderia ter chovido, mas não choveu.   

O mais curioso nesta história é que ambos largaram na segunda fila, batidos na qualificação pelo Williams de Keke Rosberg - cuja história da sua qualificação falei aqui - e pelo Brabham de Nelson Piquet. Senna teve uma largada brilhante e ficou com o comando, passando Rosberg e sobrevivendo aos toques da primeira curva, a Copse, que eliminou o Ferrari de Stefan Johansson e o Renault de Patrick Tambay. Prost caía para quarto, e depois para quinto, quando foi passado pelo segundo Williams de Nigel Mansell e o Ligier de Andrea de Cesaris. Contudo, o francês manteve a calma e prosseguiu a sua corrida, apesar de ter duas preocupações em mente: se iria chover, e se o De Cesaris não iria cometer algum excesso - ele já tinha essa reputação de ser rápido, mas sem ter sangue-frio para se manter na pista.

Prost beneficiou dos problemas dos Williams, que entre a volta 18 (Mansell) e a 22 (Rosberg) desistiram com uma caixa de velocidades quebrada, no caso do britânico, e um escape roto, no caso do finlandês. Por essa altura, era segundo, deixando De Cesaris para trás, como Lauda, o terceiro - que tinha tido uma partida desastrosa e decidira fazer uma corrida de recuperação - e ia atrás de Senna, que estava na liderança. 

O brasileiro respirava melhor depois do assédio nas primeiras voltas por parte de Rosberg, mas na volta 25, tinha uma vantagem de cinco segundos sobre Prost, e já bem longe de Lauda, quase 25 segundos. com o passar das voltas, o francês aproximou-se de Senna, porque o seu McLaren conseguia ser melhor em curva que o seu Lotus, e a partir da volta 40, ele já estava na traseira do brasileiro, disposto a passá-lo. Mas ele não iria baixar os braços, mesmo lutando contra atrasados como o Ferrari de Michele Alboreto e o Brabham de Nelson Piquet, que na altura lutavam... pela quinta posição.

A partir dali, foi um duelo à distância. O brasileiro reagiu e tentou distanciar-se do francês, mas depois começou a ter problemas no seu Lotus, nomeadamente no seu sistema de injeção de combustível, que o deixava lento e tinha sido apanhado pelo piloto da McLaren. Ele o passou na volta 57, mas Senna reagiu e voltou à liderança na volta seguinte, quando aceleravam na Hangar Straight e o francês foi incomodado... por Niki Lauda, que tinha problemas no seu carro e iria abandonar algumas curvas mais adiante. 

Mas Prost não iria abdicar da liderança assim tão facilmente, e voltou ao comando na travagem para a Copse, e... Senna desistiu. Não o piloto, mas o carro, que cedeu aos seus problemas, deitando fora a chance de, no mínimo, um lugar no pódio.

No final, Prost iria acabar dando uma volta a toda a gente, com mais um incidente: a bandeira de xadrez foi amostrada uma volta antes do previsto, e isso foi importante porque Jacques Laffitte ficou parado na pista no final, e era terceiro - o seu primeiro pódio em quase quatro anos. Se fosse uma volta depois, como previsto, o lugar teria sido de Nelson Piquet, no seu Brabham. Equivocos...

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