No ano seguinte, 1986, surgiram algumas especificações por parte da então FISA. Uma delas era o de reduzir os depósitos de combustivel para os 195 Litros, no sentido de reduzir o consumo por parte dos motores Turbo. Isso levou a que muitos carros ficassem pelo caminho nas voltas finais, e a serem empurrados pelos pilotos nos metros finais da corrida, por exemplo... Assim, para lidar com os novos regulamentos, Gerard Ducarouge criou o Lotus 98T, um chassis de menor dimensão.
Outra das caracreristicas deste chassis era um ajuste de altura em dois estágios, bem como uma injecção de água através dos intercoolers, e um micro computador incorporado para monitorizar e regular, entre outros, o consumo de combustível. Algumas destas inovações causaram algum celeuma no "paddock", o que fez com que Peter Warr, na altura do director executivo da Lotus, afirmar que caso alguém tivesse dúvidas sobre a legalidade do veículo, que apresentasse um protesto formal. Nada disso aconteceu.
Em termos competitivos, Ayrton Senna tinha-se tornado no piloto numero um da equipa, após a saída de Elio de Angelis. Entretanto, a equipa procurava um substituto, e considerou contratar Derek Warwick. Contudo, o piloto brasileiro vetou tal nome, alegando que os esforços para cuidar de dois carros de forma igual iria eliminar as hipóteses de lutar por um título mundial. Sendo assim, a Lotus contratou o aristocrata escocês Johnny Dumfries, para seu companheiro. O escocês contribuiu apenas para conseguir três dos 58 pontos que a marca obteve naquele ano...
Senna começou bem o campeonato, com um segundo lugar no Brasil e uma vitória ao milímtero em Espanha, contra Nigel Mansell. Depois de abandonar em Imola, foi terceiro no Mánaco e segundo na Belgica, atrás de Mansell. Ganhou a sua segunda corrida do ano em Detroit, naquel que viria ser a última da Lotus negra e dourada, com as cores da John Player Special. Conseguiu mais três pódios, uma delas o segundo lugar no GP da Hungria, que perdeu graças a uma ultrapassagem feita pelo Williams-Honda de Nelson Piquet no final da recta da meta, por fora e na parte mais suja da pista! Hoje em dia é considerada como uma das melhores da história da Formula 1.
Senna lutou pelo título até ao GP de Portugal, onde terminou em quarto lugar, mas perdeu um segundo lugar certo na última volta devido à falta de gasolina. Com isso, as suas chances tinham-se esfumado. No final dessa temporada, foi quarto classificado, com 55 pontos, menos 17 que o campeão do Mundo, Alain Prost.
Mas nessa temporada, Senna foi o "Pole Sitter King" do pelotão, conseguindo oito "pole-positions" (Brasil, Espanha, San Marino, Estados Unidos, França, Hungria, Portugal e México), demonstrando a grande potência do motor Renault Turbo.
Para terminar, uma pequena "estória" contada no blog F1 Nostalgia, do Rianov Albinov: Em 2000, um dos chassis foi restaurado pela Lotus Classic Cars, na sua propriedade em Hethel. O carro tinha estado nos Estados Unidos, num coleccionador particular, e voltava para ser apresentado no Goodwood Festival of Speed. No ano seguinte, convidaram Nigel Mansell para dar umas voltas ao circuito de Silverstone com este modelo. No final, foi abordado por outra lenda, o comentador televisivo Murray Walker. Ele afirmou, visivelmente emocionado, que esta tinha sido o melhor Lotus que jamais tinha guiado, e que compreendia o sucesso que Senna tinha tido ao volante dos carros da marca de Colin Chapman.
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