quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Manoel de Oliveira, o piloto de automóveis

Hoje, dia 11 de Dezembro de 2008, o cineasta português Manoel de Oliveira faz hoje cem anos. É um homem tremendamente vital para a sua idade, e que continua sempre com um projecto novo, colocando sempre um filme por ano nas salas de cinema europeus e mundiais, apesar de ter um estilo não popular, entre a população em geral (para quem não ocompreende, os filmes dele são parados e um pouco teatrais).


Um dos meus professores da Universidade, o Fausto Cruchinho, fez uma tese de Doutoramento acerca da obra deste cineasta, aclamado por muitas vezes em França. Ele diz que é um homem exigente, e conta sempre esta "estória": num dia quente de Verão de 1977, em pleno Museu Machado de Castro, assistia às filmagens de "Amor de Perdição", a partir da obra de Camilo Castelo Branco. Ele afirma que viu certa cena a ser repetida por 25 vezes. Diz isso porque as contou!


Mas porque falo de um realizador num blog de automobilismo? Porque ele foi um ávido piloto na década de 30, por altura dos "Grand Prix". A bordo de um Ford V8 Especial "Voiturette", participou em provas no Estoril (onde ganhou) e em Vila Real, e no ano de 1937, atravessou o Atlântico para correr no Circuito da Gávea, onde se classificou em terceiro lugar na sua classe. Nessa altura, era actor e também realizador, e mesmo correndo em automóveis, realizou um documentário sobre a construção do seu carro, que ficou com o título de "Já se fabricam automóveis em Portugal". O seu irmão mais novo, Casimiro, foi um dos maiores pilotos portugueses da primeira metade do século XX, chegando até a ganhar um Grande Prémio de Portugal em carros de Sport, a bordo de um Ferrari.


Um homem de excelência, sem dúvida. Mas ver os filmes? Só os aconselho por curiosidade.

2 comentários:

Daniel Médici disse...

A fama dos filmes do Manoel de Oliveira já chegou até meus ouvidos. Nunca assisti, mas tenho uma queda por filmes que ninguém entende.

Há muito tempo me lembro de ter escrito algo sobre a relação íntima entre o cinema e o automobilismo: a relação íntima de ambos com o movimento, a forma como ambos caracterizaram o século XX etc.

Por isso, me admira, mas não me surpreende que haja um realizador que também tenha sido piloto. Parabéns, Manoel de Oliveira!

Jose Tellaetxe Isusi [Orroe] disse...

Fantástica entrada ;) Y un digno homenaje a De Oliveira.

Un abrazo

Jose