domingo, 28 de dezembro de 2025

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Depois do sucesso enorme do Ligier JS25, no final de 1985, e dos pneus Pirelli, a marca francesa queria um alinhamento de primeira classe para a temporada de 1986. Estavam confiantes que o próximo chassis, o JS27, iria ser melhor e iria ajudar na recuperação da equipa, que estava em ascensão desde o desastre de 1983, e a chegada dos motores Renault, no ano seguinte. 

De três pontos em 1984, para os 23 de 1985, com quatro pódios e uma volta mais rápida, Guy Ligier também tinha outra coisa importante: o regresso de Jacques Laffite, "o" piloto da marca, depois de duas temporadas sem história na Williams. Ele conseguiu três pódios e uma volta mais rápida, apesar dos seus 42 anos, e Ligier queria alguém para complementar. Mas não um Andrea de Cesaris qualquer da vida, ou algum jovem sem freio, como Philippe Streiff e o susto que causou na última volta do GP da Austrália, em Adelaide, onde ambos poderiam não ter acabado e ficado sem pódio...

O primeiro alvo foram os ex-pilotos da Renault, que procuravam emprego depois do fecho da equipa de fábrica. Contudo, ambos tinham a sua mente noutras paragens, especialmente Warwick. Ele decidiu recusar a oferta, mas Patrick Tambay, que tinha estado na Ligier na segunda metade de 1981, em substituição de Jean-Pierre Jabouille, acabou por ir para o projeto da Lola-Haas, que tinha acabado de abrir uma segunda vaga, ao lado de Alan Jones

O mais interessante é que Guy Ligier queria outro piloto de primeira linha: Elio de Angelis. Ele, que estava de saída da Lotus, olhou para a proposta, e depois de pensar um pouco, decidiu aceitar a da Brabham, onde correria ao lado de Riccardo Patrese, num projeto que parecia ser mais arriscado que o normal. 

No final, parecia que esse objetivo poderia ser mais complicado que devia, mas o lugar acabou por ser preenchido por outro francês, que tinha andado em motores Renault: René Arnoux. E ele regressava, quase um ano depois de ser misteriosamente despedido da Ferrari. 

O chassis que estavam a construir? Eles iriam gostar. Melhor em termos aerodinâmicos que o JS25, estava a ser desenhado por Michel Tetu e Claude Galopin, e também estava a ser adoptado para o depósito de combustível, que iria ser reduzido dos 220 para os 195 litros. E eles esperavam que esses chassis fosse melhor que o motor Renault-cliente que iriam ter no seu chassis, porque o "filet-mignon" iria pertencer à Lotus.

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