Quando máquinas e pilotos chegam ao Mónaco, a Formula 1 ainda lambia as feridas da perda de Gilles Villeneuve, morto 15 dias antes, em Zolder. Ainda por cima, o canadiano tinha sido o vencedor da corrida monegasca no ano anterior, e assim, a perda foi ainda mais sentida no pelotão da Formula 1. Assim sendo, o seu companheiro Didier Pironi era o unico Ferrari em pista, enquanto que a Scuideria procurava um substituto. De resto, o espanhol Emilio de Villota estava de volta num March inscrito pela equipa Onyx.
No Mónaco houve também confusão em relação a uma das fornecedoras de pneus, a britânica Avon, que tinha anunciado que iria retirar-se da competição, com efeito imediato. Nessa altura havia quatro (!) fornecedores de pneus, e as restantes três - Michelin, Goodyear e Pirelli - tiveram de fornecer às três equipas que sobravam, a March, Theodore e Ensign. A primeira ficou com os Avon que sobraram, enquanto que a Theodore assinou um contrato com a Goodyear, enquanto que a Ensign, por enquanto, ficava com Avons nesta corrida.
Trinta e um carros estavam inscritos na corrida monegasaca, mas apenas 20 iriam alinhar na corrida, fazendo com que um terço das equipas iriam assistir a tudo da bancada. Na pré-qualificação, os March de De Villota e de Raul Boesel, o Osella de Riccardo Paletti, o Fittipaldi de Chico Serra e o Toleman de Teo Fabi não tinham conseguido passar para a segunda fase.
No final das duas sessões de qualificação, o melhor foi o Renault de René Arnoux, que tinha feito a "pole-position" pela segunda vez consecutiva, com Riccardo Patrese a seu lado, no Brabham-Cosworth. Bruno Giacomelli era o terceiro, com o seu Alfa Romeo, seguido pelo segundo Renault de Alain Prost. Didier Pironi foi o quinto, seguido pelo Williams de Keke Rosberg. Andrea De Cesaris, no segundo Alfa Romeo, era o sétimo, seguido do segundo Williams de Derek Daly. A fechar o "top ten" ficaram o Tyrrell de Michele Alboreto e o McLaren de John Watson.
Seis pilotos ficaram de fora desta corrida: o Arrows de Mauro Baldi, o Theodore de Jan Lammers, o March de Jochen Mass, o Toleman de Derek Warwick, o Osella de Jean-Pierre Jarier e o Ensign de Roberto Guerrero.
A corrida começou com céu nublado e alguma ameaça de chuva. No momento da partida, Arnoux manteve a pole-position, seguido por Giacomelli, Patrese, Prost e Pironi e De Cesaris, que tinha conseguido passar Rosberg e Alboreto. Prost passou Patrese na volta seguinte e aproveitou os problemas de eixo de Giacomelli, que iria abandonar na quarta volta, fazendo com que o francês subisse para a segunda posição. As coisas mantiveram-se assim até à volta 15, quando Arnoux perde o controlo do seu Renault e o motor cala-se de vez. Assim, Prost herda o primeiro lugar.
A partir daqui, o francês controla os avanços de Patrese, que era segundo, com Pironi atrás. O francês da Ferrari teve depois um problema quando sofreu uma pancada com um piloto retardado, que lhe arrancou parte do seu nariz, mas que o permitiu continuar na pista, sem problemas. Rosberg era agora o quinto, sem poder alcançar De Cesaris, e as coisas mantinham-se assim até às voltas finais.
Contudo, quando faltam três voltas do fim, o boletim meteorológico entra em ação e decide baralhar e voltar a dar. Prost, o líder, despista-se na curva do Tabaco, no preciso momento em que começou a chover na pista. Patrese herdou o comando, mas mal se sabia que a partir de então, ninguém mais se conseguia manter na pista, pois se não rodava... ficava sem combustível! O italiano da Brabham perdeu tempo quando fez um pião no gancho do Loews, com a sua sorte foi não ter deixado morrer o seu motor Cosworth. Depois, foi a vez de Pironi ficar com o primeiro lugar, mas na entrada do túnel, ele fica sem gasolina! Imediatamente, os olhos voltam-se para De Cesaris, que o seguia atrás, mas este... ficara sem gasolina na descida do Mirabeau.
A liderança tinha trocado de mão tantas vezes nessas duas últimas voltas que ninguém, nem mesmo o director da corrida, sabia quem iria vencer! No final, acabou por ser Ricardo Patrese, que tinha por fim colocado o carro no devido lugar, que cruzou a meta e foi declarado o vencedor da corrida. Mas nem ele soube que tinha ganho! Quando fazia a sua volta de desaceleração, viu o Ferrari de Didier Pironi parado na pista e deu-lhe boleia, e foi o francês que lhe disse que tinha sido o vencedor da prova, com Pironi no segundo lugar. De Cesaris, mesmo parado no Mirabeau, tinha conseguido o terceiro posto, com os restantes sobreviventes a serem os Lotus de Nigel Mansell e de Elio de Angelis e o Williams de Derek Daly.
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