quarta-feira, 4 de abril de 2007

E agora... uma pequena estória


Estamos a 3 de Abril de 1982. Na Assembléia da República, discute-se acaloradamente a Lei do Aborto em Portugal. Oito anos depos do regresso da Democracia a Portugal, ainda havia certos "tabus" a serem discutidos. Do lado do CDS, o partido mais à direita do espectro político, o deputado João Morgado sai com esta frase lapidar:
"O acto sexual é para ter filhos"

A resposta veio pela parte de Natália Correia, poetisa e deputada do PSD. O seu poema, que vai entrar na história, fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção:

Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;

E cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.

Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -

Uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.

Fez agora 25 anos.

2 comentários:

  1. E depois você diz que os portugueses devem aprender a fazer política com os brasileiros... Não seria o contrário?

    ResponderEliminar
  2. Num certo ponto tens razão... os meus politicos roubam menos do que os teus, mas ao menos, tens um congressista que é assumidamente "gay". Aqui, tenho um líder de partido que toda a gente sabe que é, mas não sai do armario...

    ResponderEliminar

Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...