Ao ler esta biografia escrita pelo forista joancrife, do Blog Quatro Rodinhas, achei por bem fazer uma versão revista e alargada desta grande personagem que a Formula 1 conheceu nos últimos 30 anos deste século que passou. O seu sucesso era paralelo ao de Jackie Stewart, e foi com ele que alcançou os seus títulos como construtor. Depois dele, nunca mais atingiu o mesmo sucesso, mas o seu talento como descobridor de jovens promessas, e o facto de abraçar os projectos mais radicais, só por si mereceu um lugar no Olimpo do automobilismo, que encontro paralelo em outros como Colin Chapman.
Robert Kenneth Tyrrell nasceu a 3 de Maio de 1924 em Inglaterra, era filho de uma família humilde. Queria ser piloto da Royal Air Force (RAF), mas como abandonou a escola aos 14 anos, não pode seguir esse sonho. Na II Guerra Mundial serviu na RAF como mecânico, em bombardeiros Halifax e Lancaster, e após o fim do conflito, começou a negociar com madeira, na firma do pai. Nunca se interessou por automóveis até que um dia, foi ver uma prova em Silverstone. Foi amor à primeira vista!
Robert Kenneth Tyrrell nasceu a 3 de Maio de 1924 em Inglaterra, era filho de uma família humilde. Queria ser piloto da Royal Air Force (RAF), mas como abandonou a escola aos 14 anos, não pode seguir esse sonho. Na II Guerra Mundial serviu na RAF como mecânico, em bombardeiros Halifax e Lancaster, e após o fim do conflito, começou a negociar com madeira, na firma do pai. Nunca se interessou por automóveis até que um dia, foi ver uma prova em Silverstone. Foi amor à primeira vista!
Em 1951 compra um Cooper de 500 cc, de Formula Júnior (futura Formula 3) e começou a correr até 1959, sem resultados de relevo. Em 1960 decide ser chefe de equipa, e criou a Tyrrell Racing Organisation e começou a participar na Formula Júnior com os Cooper-BMC. Em 1964, procurando um novo piloto, Tyrrell descobre um jovem piloto, que era membro da equipa olímpica de tiro aos pratos: Jackie Stewart. O percurso destes dois homens (Ken Tyrrell e Jackie Stewart) está intimamente ligado e cheio de sucessos. Juntos iriam obter vários sucessos, começando pela Formula 3, passando pela Formula 2, até chegarem ao topo: Formula 1.
Mas Stewart vai ser o primeiro a chegar. Estreia-se com a BRM em 1965, e dois anos depois, Ken Tyrrell entra na categoria máxima sendo o chefe da equipa Matra para 1968. Gande amigo de Jean-Luc Largadére, o homem-forte da firma francesa, Tyrrel vai buscar Stewart e motores Cosworth para o ano de 1968. O sucesso é imediato: Stewart torna-se vice-campeão do mundo, com três vitórias no bolso, e no ano seguinte ganha o seu primeiro título na Formula 1. Contudo, no final de 1969, Tyrrell deixa a Matra, pois esta queria desenvolver o seu motor V12, que Stewart achava pouco competitivo. Sendo assim, Tyrrell sai para correr com a sua própria equipa no ano seguinte, levando consigo o novo campeão do mundo.
Em 1970, Ken Tyrrell compra um chassis de uma marca nova: a March. Os resultados são medianos: uma vitória em Espanha, e um mau chassis. No final do ano, Tyrrell e Stewart decidem construir o seu próprio chassis: o Tyrrell 001, com a ajuda de Derek Gardner, que vai correr nas últimas três provas do campeonato desse ano, sem resultados de relevo, apesar das boas performances.
Em 1971, já com um carro concebido pela equipa, o 002 (e mais tarde o 003) a Tyrrell consegue a sua primeira vitória na F1. Jackie Stewart volta a ser campeão do mundo e a equipa Tyrrell ganha o troféu de construtores. A dedicação da equipa na pesquisa era enorme. Um exemplo: no início do ano, Stewart e Tyrrell convenceram a Goodyear a disponibilizar 400 jogos de pneus para testes no circuito de Kyalami, na Africa do Sul. Quatrocentos jogos de pneus eram uma enormidade na altura!
Em 1972 a Tyrrell e Jackie Stewart ficam-se pelos vice campeonatos, dominados pelo Lotus 72 de Emerson Fittipaldi, apesar de terem ganho quatro provas nesse ano. Em 1973, com os chassis 005 e 006, Stewart ganha o seu terceiro titulo mundial, apesar dos esforços da Lotus para batê-lo. Mas a disputa interna de Chapman entre Fittipaldi e Peterson, foi o seu tiro no pé, que Tyrrell aproveitou. O título mundial, contudo encerrava outra decisão. Jackie Stewart iria abandonar a competição em Watkins Glen, e o seu sucessor seria o francês Francois Cevért. Contudo, o francês morre nos treinos de Sábado, e a equipa retira-se. Em termos de construtores, e equipa é vice-campeã. Contudo, com a saída de Stewart, terminava uma das mais produtivas relações que a Formula 1 jamais conheceu.
Depois de Stewart, houve bons momentos para a Tyrrell mas nunca mais se atingiu o mesmo sucesso. Só obteve mais 7 vitórias até 1998. Mas não se pense que Ken Tyrrell não fosse arrojado, pois houve projectos que são prova do contrário, como por exemplo: o Tyrrell P34 de seis rodas (1976-77), o Tyrrell 019 (1990), desenhado por Harvey Poselwaithe, que lançou a moda na Formula 1 da frente levantada dos monolugares.
Apesar de viver quase sempre com dificuldades financeiras, foi uma equipa que deu a conhecer e lançou na Formula 1 muitos e bons pilotos. Por exemplo, Francois Cevert (francês), Patrick Depailler (francês), Didier Pironi (francês), Michele Alboreto (italiano), Stefan Bellof (alemão) e Jean Alesi (francês), foram pilotos que iniciaram a sua carreira na Formula 1 pela mão de Ken Tyrrell. Outros grandes pilotos, não tendo lá iniciado, passaram pela equipa Tyrrell. Para além de Stewart, passaram por lá talentos como Ronnie Peterson (sueco) e Jody Scheckter (sul africano), Martin Brundle (inglês) e Andrea de Cesaris (italiano). Mas também passaram pela equipa belas manchas, como Ricardo Zunino (argentino), Julian Bailey (inglês), Slim Borgudd (sueco), Tora Takagi (japonês) ou Olivier Grouillard (francês). Só para verem a necessidade que Tyrrell teve de dineiro, buscando pilotos cujo talento era pouco ou nenhum...
Depois da sua última vitória na Formula 1 em 1983, no GP dos Estados Unidos, em Detroit, através de Michele Alboreto, a Tyrrell deixou de ser uma equipa competitiva, à excepção de 1990, com o Tyrrell 019 e com Jean Alesi no volante. Viveu em dificuldades financeiras até 1997, quando a equipa foi vendida à British American Tobacco. Ken Tyrrell na altura vivia com enormes dificuldades e não tinha um sucessor capaz de segurar a sua equipa. Portanto, a venda era inevitável, sob risco de fechar a equipa de vez. Em 1998, ainda sob a orientação de Ken Tyrrell, e com Jos Verstappen e Tora Takagi como pilotos, termina o campeonato sem conquistar qualquer ponto.
Em 1999, a Tyrrell desaparece e passa a designar-se BAR-Honda. Assim terminava a aventura do “Tio Ken” na Formula 1 depois de 430 Grandes Prémios, em 28 temporadas, 23 vitórias, 14 pole-postions, 20 melhores voltas, dois títulos de pilotos (1971 e 1972) e um de construtores (1971). Em 2000, já doente, Tyrrell é eleito presidente do BRDC (British Racers Driving Club), a entidade que rege o Circuito de Silverstone. E é nessa qualidade que Ken Tyrrell viria a falecer a 25 de Agosto de 2001, vítima de um cancro no pâncreas, diagnosticado dois anos antes. Tinha 77 anos. O seu sucessor no BRDC foi o seu amigo Jackie Stewart.
Uma autobiografia dele, escrita por Maurice Hamilton, em inglês, pode ser adquirida por 20 Libras no site inglês Amazon.com
Speeder, camarada... Qual foi a ultima vitória dos Tyrrel? E aquele Tyrrel de 6 rodas chegou a ganhar?
ResponderEliminarGroo
É, tio Ken era mais um daquela trupe de apaixonados por velocidade que gerenciavam suas equipes como uma extensão da própria vida, não um simples meio de poder, dinheiro e tal... faz falta gente como ele na F-1 de hoje, tão corporativa...
ResponderEliminarE Groo, tem um post do Speeder falando exclusivamente do Tyrrell de seis rodas... ganhou apenas uma corrida, na Suécia, em 1976, com Jody Scheckter...
ResponderEliminarComo brasileiro, torci sempre e muito CONTRA a equipe Tyrrel.
ResponderEliminarMas tenho saudades e reverencio os feitos de Ken Tyrrel.
Reverencio especialmente o faro dele para identificar bons pilotos.
Há uma foto, de 1977, dos dois Tyrrel P34, com Peterson e Depailler, na curva do Laranja, em Interlagos, ambos de lado, como num balé sincronizado, que considero um dos melhores momentos da F1.
Quande personalidade, grande equipa! Perrsonaliza a paixão pela F1.
ResponderEliminarspeeder a dupla de 98 era Ricardo Rosset e Tora Takagi
ResponderEliminarcassio