terça-feira, 28 de agosto de 2007

Gloriosos Fracassos - A segunda vinda da Alfa Romeo (1ª parte)

Hoje começo a contar-vos uma história. Muito antes da tentativa fracassada da Jaguar, no inicio da década, ou da Toyota nos nossos dias (embora ainda vão a tempo de corrigir), a Alfa Romeo mostrou que a soma das partes nem sempre representa o todo...


Em 1950 e 1951, os dois primeiros anos da Formula 1, a Alfa Romeo dominou as pistas. Nino Farina e Juan Manuel Fangio foram os campeões, ao volante de máquinas Tipo 159, desenhadas em... 1938. Não havia troféu de construtores, mas se existisse nassa altura, certamente seriam campeões. No final desse ano, sentindo a concorrência da Ferrari (Enzo Ferrari tinha sido director desportivo da Alfa Romeo nos anos 30), decidiu retirar-se. Ao longo dos anos 60 e inicio dos anos 70, a marca de Milão, através da Autodelta, teve colaborações periódicas, mas sem resultados.


Em 1976, o projectista Carlo Chiti, que tinha desenhado 15 anos antes o famoso Tipo 156 da Ferrari ( o "nariz de tubarão"), desenhou um motor Flat-12, que tinha ganho o Mundial de Sport-Protótipos no ano anterior, a bordo do Alfa Romeo Tipo 33, especificado para a Formula 1. Bernie Ecclestone adquiriu os motores e durante três épocas, a Brabham lutou para se manter competitiva. Só em 1978 é que as vitórias surgiram por intermédio de Niki Lauda.


O motor Flat-12 tinha 510 cavalos, contra os 465 dos Ford Cosworth, mas a maneira como os motores eram desenhados causaram imensos problemas. Só para trocar as velas, o motor tinha que ser retirado do carro! Para piorar as coisas, o motor era muito guloso e pouco eficiente... mas no final de 1978, com o sucesso dos Brabham, Carlo Chiti, que agora dirigia a Autodelta, o departamento de competição da marca, achou que era altura de avançar para a construção de um chassis próprio.


Desde 1977 que Chiti desenhava um chassis, que era constantemente testado e desenvolvido. Em meados de 1979, a Autodelta apresentou-se na Formula 1, com esse chassis, no Grande Prémio da Belgica. Ao volante, ia o Campeão de Formula 2 de 1977: Bruno Giacomelli. O 177 era um protótipo, que servia fundamentalmente para ver como reagia em competição, logo, os resultados foram modestos. A Alfa Romeo só volta em Monza com um modelo mais desenvolvido: o Modelo 179, com um motor V12 Turbo, e com Vittorio Brambilla a acompanhar Giacomelli ao volante. Não pontuaram, mas todos esperavam que 1980 fosse um ano melhor.


Para isso contrataram o francês Patrick Depailler, que secundou Giacomelli na equipa. Apesar dos bons resultados nos treinos, não conseguiam levar o carro aos pontos, devido à sua pouca fiabilidade. Mas quer Depailler, quer Giacomelli evoluiam o carro, e os resultados melhoravam.


Até que a 1 de Agosto desse ano, quando testava em Hockenheim, o carro de Depailler saiu em frente na Ost-Kurve e o piloto francês teve morte imediata. Este revés abalou um pouco as estruturas da equipa, que tiveram de chamar Brambilla para as corridas finais do campeonato, mas depois tiveram que chamar um estreante de 21 anos, para substituir o veteraníssimo Brambilla: Andrea de Cesaris. No final da época, a marca do trevo tinha obtido quatro pontos e uma pole-position, em Watkins Glen, todos por intermédio de Bruno Giacomelli.

Amanhã falarei dos anos seguintes.

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