Quinze dias depois da Formula 1 se estrear em paragens nórdicas, era a vez da França receber mais uma prova do Mundial. Depois de no ano anterior terem estado no longo e perigoso circuito de Charade, perto de Clermont-Ferrand, a formula rumou para o moderno circuito de Paul Ricard, no sul do país.
Este grande prémio marcava o meio do campeonato desse ano, e a luta pelo comando do Mundial estava ao rubro: Emerson Fittipaldi ainda liderava, com 41 pontos, mas Stewart, o segundo, tinha agora 39 pontos, e entravamos agora num momento decisivo na luta pelo título. Cevért era terceiro, com 25 pontos, mas Hulme, no seu McLaren, não estava muito atrás, com 20.
No pelotão da Formula 1, haviam algumas mudanças: a Ferrari voltava com um esquema de dois carros, para Jacky Ickx e Arturo Merzario. Na McLaren, Peter Revson não podia correr aqui devido a compromissos nos Estados Unidos, e fora substituido pelo jovem prodigio, vindo da Africa do Sul, chamado Jody Scheckter. Outro que regressava à Formula 1 era James Hunt, com o seu March da equipa Hesketh, enquanto que uma nova equipa fazia a sua aparição: a Ensign, do engenheiro americano Morris (Mo) Nunn. Para aqui trazia um jovem milionário, herdeiro da familia Opel, correndo sobre a licença do... Lichtenstein! Era Rikky van Opel.
Quem deveria ter aparecido em Paul Ricard era Chris Amon, a bordo do seu Tecno. Mas nesta altura, a equipa tinha uma disputa legal com o seu patrocinador, a firma de bebidas Martini & Rossi. Sendo assim, a equipa foi impedida de participar na corrida. Quem também deveria aparecer em Paul Ricard era um jovem vindo da Irlanda do Norte, de seu nome John Watson, mas uns dias antes, numa prova de Formula 2 em Inglaterra, tem um acidente e parte uma perna.
Nos treinos de qualificação, Jackie Stewart leva a melhor sobre... o McLaren de Jody Scheckter! Na sua terceira corrida, o jovem sul-africano mostra a sua garra, batendo até Emerson Fittipaldi, o terceiro classificado. Ao lado do piloto brasileiro ficou o segundo Tyrrell, de Francois Cevért. Ronnie Peterson, o segundo piloto da Lotus, era o quinto, tendo a seu lado o veterano Denny Hulme, que quinze dias antes lhe tinha tirado uma vitória quase certa na Suécia.
No dia da corrida, 1 de Julho de 1973, estava sol e calor em Paul Ricard. E na partida, Scheckter ultrapassa Stewart e é um surpreendente líder da corrida. Seguem-se Peterson, Stewart, Hulme e Fittipaldi. Julgava-se que essa liderança seria de curta duração, mas o piloto sul-africano durou mais tempo no comando do que seria de esperar... na volta 16, Hulme atrasa-se devido a um furo, e cinco voltas depois, foi a vez de Stewart a ter o mesmo problema. Assim, ficaram os dois Lotus a atacar o McLaren do sul-africano. Entretanto, Fittipaldi passava para o segundo lugar, no sentido de tentar desalojá-lo.
Na volta 42 acontece o momento da corrida: quando Scheckter tentava dar uma volta ao BRM de Jean-Pierre Beltoise, Fittipaldi tenta aproveitar uma hesitação do sul-africano para chegar à liderança, mas Scheckter defende-se e ambos colidem, desitindo na hora. Quem aproveita esta colisão é Ronnie Peterson, que herda a liderança para não mais a largar.
No final, um Colin Chapman feliz comemora a primeira vitória de um sueco em 14 anos, uma vitória que já era merecida para um piloto que tinha muito tanlento, mas que ainda não tinha alcançado o lugar mais alto do pódio. Em segundo ficava o Tyrrell de Francois Cevért, e no terceiro posto pertencia ao Brabham do argentino Carlos Reutmann, que se estreava num pódio de Formula 1. Jackie Stewart conseguia três preciosos pontos, o que lhe daria, pela primeira vez nesse ano, a liderança do campeonato. Jacky Ickx era quinto, e James Hunt alcançava, pela primeira vez na sua carreira, um lugar pontuável... e logo na sua segunda corrida!
Fontes:
Fittipaldi jogou fora o bicampeonato nesta corrida
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