Quinze dias depois do Grande Prémio da Alemanha, máquinas e pilotos deslocavam-se para a pista de Zeltweg, palco da corrida austriaca, num campeonato onde todos, em espírito, sabiam que a Lotus em geral, e Mario Andretti em particular, iriam conquistar ambos os títulos em jogo.
Contudo, nesta altura, o pelotão da Formula 1 estava entretida com a polémica entre a Arrows e a Shadow, quando uma acusava o outro de copiar o seu chassis. A coisa tinha começado uns meses antes, quando vários elementos da Shadow, entre eles Tony Southgate, o projectista e Franco Ambrósio, o patrocinador, tentaram tomar conta da equipa, que falhou. Esses elementos decidiram criar a Arrows, que eram nada mais, nada menos do que as iniciais dos seus nomes. (mais pormenores, podem ler aqui)
Nessa altura, em Londres, o juiz Sydney Templeman decidiu que a Arrows tinha copiado o projecto da Shadow, e a nova equipa não teve outro remédio que não apresentar um novo modelo o mais rapidamente possivel. E assim fizeram o Arrows A1, que se estreou aqui em Zeltweg.
Entretanto, Nelson Piquet corria numa nova equipa. A BS Fabrications, que corriam com McLarens M23 privados, forneceu-lhe um chassis, onde correu ao lado de Brett Lunger. Na ATS, Gunther Schmidt correu com o francês Jean Pierre Jarier, e substitui-o por um local, Hans Binder. Na Ensign, sem Piquet, foram buscar Derek Daly de novo. Como haviam 31 inscritos, teve que ser feita uma pré-qualificação, onde outro local, Rolf Stommelen, se despistou e não conseguiu tempo para se qualificar para as sessão de treinos de Sabado.
Nesse dia, ambos os Lotus conseguiram os dois primeiros lugares, com Andretti na frente de Peterson, enquanto que na terceira posição aparecia um surpreendente Jean-Pierre Jabouille, no seu Renault Turbo. Ao seu lado estava o Ferrari de Carlos Reutmann, e Emerson Fittipaldi conseguia um impressionante sexto lugar com o seu Copersucar, atrás do Ligier-Matra de Jacques Laffite. Jody Scheckter era o sétimo, com o seu Wolf, seguido pelo McLaren de James Hunt. A fechar o "top ten" ficaram o Tyrrell de Didier Pironi e o segundo Brabham-Alfa Romeo de John Watson.
Nelson Piquet era o vigésimo, enquanto que Arturo Merzário, os ATS de Jochen Mass e Hans Binder, e o Surtees de Rupert Keegan, não conseguiram encontrar um lugar na grelha de partida para a corrida de Domingo.
Nelson Piquet era o vigésimo, enquanto que Arturo Merzário, os ATS de Jochen Mass e Hans Binder, e o Surtees de Rupert Keegan, não conseguiram encontrar um lugar na grelha de partida para a corrida de Domingo.
No dia da corrida, o tempo ameaçava chuva e a pista estava seca. Aparentemente, a concorrência podia ter uma chance de conseguir contestar o domínio dos Lotus, mas na partida, isso não aconteceu. Ronnie Peterson foi para a frente, e Mario Andretti atrasou-se, sendo ultrapassado por Carlos Reutmann. No final da primeira volta, Andretti tentou passar o argentino, mas ambos os carros tocaram-se, com o americano a ir contra a barreira de pneus, abandonando na hora. Outro dos que aproveitam as condições é James Hunt, no seu McLaren, que partindo de oitavo, passa Laffite e Fittipaldi para chegar ao sexto posto no final da primeira volta.
Na quarta volta, a chuva cai em força, e os despistes acontecem inevitavelmente. O Wolf de Jody Scheckter despista-se no mesmo local onde estava o Lotus de Mario Andretti, causando confusão. Reutmann roda a seguir, e os organizadores não tem outra opção senão mostrar a bandeira vermelha na volta sete, interrompendo a corrida.
Nova grelha foi formada, com os carros posicionados tal como estavam classificados nessa altura, com Peterson na frente, seguido pelo Tyrrell de Patrick Depailler, pelo Brabham de John Watson, Laffite em quarto e Didier Pironi, no segundo Tyrrell, em quinto. Na segunda partida, Peterson é surpreendido por Depailler, enquanto que John Watson fica parado na grelha, e não evita o choque do Arrows de Riccardo Patrese e do Ensign de Harald Ertl. No final dessa primeira volta depois da relargada, na Curva Bosch, Peterson por fora recupera o primeiro lugar a Depailler.
À medida que as voltas passavam, a pista secava, e Peterson dominava. Sem Andretti a incomodá-lo, podia ser ele mesmo e dar espectáculo em Zeltweg. Mais atrás, os Ferrari,com os novos compostos da Michelin, com Reutmann e o canadiano Gilles Villeneuve, subiam posições atrás de posições. Quando Peterson foi para as boxes trocar para pneus secos, ambos os Ferrari lideraram a corrida, cada um na sua vez. No final da volta 28, Villeneuve vai para as boxes e deixa a liderança de novo nas mãos de Peterson.
Até ao final da corrida, o piloto sueco controlou as coisas e venceu categoricamente a corrida austriaca, seguido por Depailler e Villeneuve, que conseguia aqui o seu primeiro pódio da sua carreira, e o primeiro para o Canadá. Nos restantes lugares pontuaiveis ficaram o Copersucar de Fittipaldi, o Ligier de Laffite, e o Surtees de Vittorio Brambilla.
O "Super Sueco" fora saudado por todos na Lotus, incuindo o patrão Colin Chapman, mas ninguém tinha a consciência que este era a última vitória dele, e que teria apenas mais um mês de vida. E quando em 1982, Elio de Angelis venceu a sua primeira corrida da carreira no mesmo local, nenhum dos pilotos que subiram ao pódio quatro anos antes, estariam vivos para assisti-lo...
Fontes:
http://jcspeedway.blogspot.com/2008/08/histria-30-anos-do-grande-prmio-da.html
http://www.grandprix.com/gpe/rr309.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1978_Austrian_Grand_Prix
Oi
ResponderEliminarNa Parte da ligier não é renault e sim matra!
Marcello