Do outro lado do ringue, uma Ferrari que esteve completamente perdida em Xangai, com um carro mal acertado e que inspirava pouca confiança em seus pilotos. Ainda assim, Felipe Massa conseguiu minimizar o prejuízo cruzando a linha de chegada em segundo lugar e levando a decisão da temporada para Interlagos. A “sua” Interlagos, onde viveu o dia mais emocionante de sua carreira ao vencer o GP do Brasil de 2006.
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Depois da corrida, na entrevista obrigatória para a televisão, Massa estava com cara de poucos amigos e absoluto desânimo. Sua meta para a China era a de diminuir a diferença na tabela, e vê-la aumentada não foi fácil de digerir. Pouco depois, quando falou com os brasileiros, estava bem mais tranqüilo, sorridente e fazendo brincadeiras. O discurso seguia a linha do “lutar enquanto houver chance” e da “esperança é a última que morre”.
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A expectativa é de uma Ferrari superior em Interlagos e a equipe trabalha para obter uma dobradinha. Ainda assim, pode não ser suficiente para dar o título a Massa – Hamilton precisaria ficar abaixo do quinto lugar em caso de vitória do brasileiro. Mas as corridas recentes mostram que o inglês e sua equipe também falham. Como em Fuji, quando bastou ver um adversário à sua frente para Hamilton perder um parafuso e cometer um erro significativo. Ou mesmo em Xangai, quando a McLaren passou o ridículo de se embananar na montagem dos pneus no carro de Heikki Kovalainen, que vinha de uma quebra de motor na corrida anterior e sofreu um novo problema hidráulico na China.
É difícil, mas se acontecer no carro de Hamilton...
"Eram onze as arquibancadas do início da grande reta, imensas, completamente vazias. No lugar de pessoas, grandes outdoors que se prestam à divulgação da feira mundial do próximo biênio, a ocorrer na metrópole que abriga o circuito.
É fato que os chineses não ligam muito para esse ocidentalismo chamado ‘corrida de automóvel’, de modo que o governo de Xangai, que mandou construir um autódromo moderníssimo e megalômano em troca de quase meio bilhão de euros (depositada na conta de Herr Tilke), aparentemente desistiu de bancar essa caríssima brincadeira após o término do contrato. A própria transmissão registrou que o restante das arquibancadas só foi preenchido pela paquidérmica delicadeza estatal, exatamente como nas Olimpíadas deste ano.
Não culpemos Xangai, nem, sequer, os chineses. O GP da China da noite passada foi – que me perdoem os maoístas – de uma burocracia soviética. O mais próximo que a Fórmula 1 já chegou de “um conto, declamado por um idiota, cheio de som, sem sentido algum” em tempos recentes. E sem fúria também.Isso é o que dá quando se coloca os carros para correr não em uma pista de verdade, mas em um imenso outdoor. (...)"
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O GP da China deixou a Ferrari de olhos em bico, muito por causa do domínio avassalador do Hamilton, que hoje levou o primeiro lugar e a melhor volta, para juntar à pole de ontem.
Não só os carros vermelhos estiveram fraquinhos, como o inglês da Mclaren esteve imperial, irreconhecível para melhor, em comparação com a vaca-louca do Japão. Mesmo com tantos erros ao longo da temporada, a verdade é que no global tem sido o melhor piloto do pelotão. Se for para ele, o caneco fica bem entregue.Com sete pontos de vantagem, só mesmo um milagre é que tirava o título ao inglês na última corrida do ano, mas como o outro candidato é paulista e a corrida é na terra do samba, tudo é possível, afinal de contas há muita gente que afirma que Deus é brasileiro."
Monotonia.
A palavra chave deste GP não poderia ser outra mesmo.
A China, melancolicamente sediou um dos GP´s mais monótonos desta temporada. Pau a pau com a Malásia, não por acaso, no horizonte onde os olhos dos homens que controlam a categoria enxergam o futuro da F1.
O fato é que devo ser pé frio. Foi só assumir a torcida por Massa e pela Ferrari – na falta de um bom carro e um bom piloto na Williams – e nada funcionou mais.Nesta madrugada a equipe de Maranello não foi nem sombra ante a superioridade da McLaren de Lewis Hamilton.
Kovalainen não conta. Mesmo tendo vencido sua primeira corrida, é melhor esquecer muito bem esquecido esta temporada. Durante todo o fim de semana – os treinos de sexta não importam – Lewis sobrou. Tanto que fez pole, melhor volta e ganhou a corrida.
Massa e Kimi tiveram problemas de equilíbrio nos carros vermelhos. E mesmo quando, de tanque mais vazio o carro se equilibrava e rendia melhor, bastava Lewis ser avisado pelo rádio ou pelas placas e lá ia o inglês baixar novamente os tempos e manter a diferença dentro dos sete segundos. Estabelecendo assim a verdade chinesa: Lewis Hamilton sobrou!
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Agora, só resta Interlagos. Foi um campeonato marcado por erros e corridas estranhas, muitas vezes decididas fora das pistas. Hoje a corrida foi mais tranqüila e Hamilton aproveitou o seu domínio para vencer novamente e espantar, parcialmente, o fantasma que lhe atormenta desde o ano passado. O inglês tem os mesmos sete pontos que tinha de vantagem com relação a Kimi Raikkonen no ano passado, mas não restam dúvidas de que psicologicamente Lewis está melhor posicionado em comparação a 2007. Massa pode usar o seu retrospecto para vencer em Interlagos, mas não depende unicamente de si para ser campeão. Resta torcer para que o fantasminha de 2007 volte a atormentar Hamilton no Brasil.
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