domingo, 22 de fevereiro de 2009

Niki Lauda - 60 anos

Ame-se ou odeie-se, este homem teve uma vida cheia. Era de familia rica, mas o avô não lhe deu dinheiro para competir, logo, teve que pedir dinheiro a bancos para pagar a sua entrada na Formula 1. Em suma, o típico piloto pagante que tinha algo raro: talento para afinar os carros e guiá-los.


Odiava Nurburgring, por tudo que aquilo significava: demasiado longo e demasiado perigoso. E viu os seus receios concretizados da pior forma: um acidente dantesco, a 1 de Agosto de 1976, quando perdeu o controlo do seu Ferrari e bateu na parede. O carro pegou fogo, ainda levou outra pancada do Surtees de Brett Lunger, mas foi retirado do carro a tempo por ele, Harald Ertl, Arturo Merzário e Guy Edwards. Lutou pela vida durante alguns dias, e mês e meio depois, estava de volta ao carro, ainda com as compressas à volta da sua cabeça, para manter a vantagem que tinha no campeonato.



Não conseguiu, mas foi por iniciativa própria, quando encostou o carro na segunda volta do chuvoso GP do Japão, afirmando mais tarde: A minha vida vale mais do que um campeonato". Ele tinha razão, mesmo com a Itália toda a chamar de cobarde. Engoliu em seco, venceu um segundo título no ano seguinte, para depois se vingar, assinando um contrato com a Brabham, sem o conhecimento de Enzo Ferrari. Quando soube, o Commendatore chamou-o de "Ebreo!" (Judeu!)



Sempre conseguiu os melhores salários do pelotão da Formula 1, mostrando que tendo talento, tinha de pagar para tê-lo. E quando não queria mais correr, dizia-o. foi assim naquela sexta-feira de Setembro de 1979, quando disse a Bernie Ecclestone que não queria correr mais. Saiu, fundou a sua companhia aérea, a Lauda Air, mas voltou no inicio de 1982 pela razão mais simples do mundo: dinheiro. Ron Dennis queria-o para ajudar a ressurgir a McLaren das cinzas, e conseguiu: na terceira corrida do ano, em Long Beach, venceu, calando os críticos, e dois anos depois, no Estoril, vencia o seu terceiro título mundial, batendo Alain Prost por meio ponto!



No final de 1985, saiu da Formula 1 e dedicou-se à companhia aérea, que fora comprada em 1999 pela Austrian Airlines, que não teve pejo em despedi-lo. Hoje em dia, fundou uma "low cost", a Air Niki, e continua a ter a lingua afiada. Há dias, disse que "o carisma de Hamilton é a sua namorada", referindo-se a Nicole Scherzinger, a vocalista da banda Pussycat Dolls.



Já escrevi sobre ele no ano passado, numa biografia em três partes (Parte 1, Parte 2, Parte 3), e ainda mais antigo, podem ler aqui um artigo feito por mim sobre os homens que salvaram Lauda das chamas, no acidente de Nurburgring, em 1976.

2 comentários:

  1. Realmente falta isso na Fórmula 1 atual e que sobrava em pilotos antigamente, personalidade.

    Lauda encarna o melhor exemplo disso. Grande piloto.

    Grande abraço, Speeder.

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  2. Particularmente, eu acho o Lauda sem noção, as vezes faz um comentário digno de risos, parece que stá há anos afastado das corridas. Posso dizer que,a s vezes, ouço comentários dele e acho que não entende nada do assunto. Ele e Jackie Stewart falam muita abobrinha. Concordo com o Max Mosley, quando diz que eles são idiotas com certificados. Mas, apesar de tudo, acho a história do Lauda como piloto muito bonita!

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...