Como habitualmente, o começo da temporada era em paragens sul-africanas, mas ao contrário dos anos anteriores, em que acontecia no mês de Janeiro, desta vez, na temporada de 1969, a coisa foi adiada para o primeiro dia de Março. Isso significava que novos carros pudessem ser preparados com o tempo. E nas equipas oficiais, novas caras faziam a sua aparição.
Na Lótus, a equipa do campeão do Mundo, Graham Hill, ele teria um novo companheiro de equipa habitual, o austríaco Jochen Rindt, de 26 anos, vindo da Brabham. Jovem, rápido e um pouco rude, era eventualmente um excelente sucessor para o recém - quarentão Hill. Colin Chapman depositava esperanças nele para continuar a senda de sucessos da equipa, que ainda sentia a falta de Jim Clark, morto quase um ano antes. Para a prova de Kyalami, Chapman também trazia o americano Mário Andretti, que o tinha impressionado nas provas do ano anterior. E ainda existiria um quarto carro, inscrito pela Rob Walker, para o suíço Jo Siffert.
Na Brabham, sem Rindt, Jack Brabham tinha que arranjar um novo companheiro de equipa, tão jovem quão rápido, para aproveitar os motores Cosworth, que tinha decidido adquirir, depois de ver que os Repco já tinham passado o seu prazo de validade. Assim sendo, vai buscar da Ferrari o jovem e muito talentoso piloto belga Jacky Ickx. A Matra tinha decidido no final de 1968 extinguir a sua Matra Sports e transferir todos os seus recursos para a Matra International, com os motores Cosworth, e dirigida por Ken Tyrrell. Para piloto principal, tinha os serviços do fiel piloto, o escocês Jackie Stewart, que tinha a seu lado o francês Jean-Pierre Beltoise.
A Formula 1 tinha visto desaparecer algumas marcas importantes. Cooper, Honda e Eagle, ou desapareceram ou pura e simplesmente concentraram-se noutros projectos, retirando-se da Formula 1, deixando alguns pilotos sem poiso. John Surtees era um deles. Com a Honda fora da competição automóvel (só voltariam 15 anos mais tarde), o piloto britânico decidiu ir para a BRM, juntar-se ao seu compatriota Jackie Oliver e o mexicano Pedro Rodriguez na equipa.
A Ferrari era uma equipa em dificuldades. Desdobrava-se entre a Endurance e a Formula 1, e isso ressentia-se nos resultados e nas finanças do “Commendatore”. Nesse ano, iria ser comprada pela FIAT, mas até lá, só tinha o neozelandês Chris Amon na equipa de Formula 1, e pouco mais. Na McLaren, o contraste era outro: Bruce McLaren e Dennis Hulme estavam prontos com o novo modelo M7A, tentando ver se a boa estrela de 1968 iria continuar.
Na Africa do Sul, apareciam os pilotos locais, vindos do muito activo “Campeonato Sul-Africano de Formula 1”. Pilotos como os rodesianos John Love e Sam Tingle, estavam inscritos, bem como os sul-africanos Basil van Rooyen e Peter de Klerk. Love tinha um Lótus 49, Tingle um Brabham-Repco BT24, van Rooyen um McLaren M7A e De Klerk tinha um Brabham-Repco BT20.
A Formula 1 estava a passar uma mutação nesse ano de 1969. No ano anterior tinham aparecido em força os apêndices aerodinâmicos, e no final desse ano, estavam cada vez mais a aparecer asas nos carros, de alturas e tamanhos variáveis, quase numa anarquia em termos de regulamentos, roçando os limites da segurança de pilotos e máquinas.
Nos treinos, Jack Brabham aproveitou bem os novos motores Cosworth e fez a “pole-position”, à frente de Jochenm Rindt, no seu Lotus. Na segunda fila ficavam Dennis Hulme, no McLaren, enquanto que Jackie Stewart era quarto, no Matra-Cosworth. Chris Amon e Mário Andretti ficavam com a terceira fila da grelha, enquanto que o campeão do Mundo Graham Hill era o sétimo a partir, tendo a seu lado Bruce McLaren. Basil van Rooyen era o melhor dos locais, ficando no nono lugar, com John Love a fechar o “top ten”.
No dia da corrida, Brabham partiu bem, mas Stewart partiu melhor, saltando de quarto para segundo no final da primeira volta. Na volta 2, o escocês desfiou a liderança do australiano, e foi bem sucedido, instalando-se na primeira posição até à bandeirada de xadrez, afastando-se paulatinamente da concorrência. Brabham ficou na segunda posição, até que a asa dianteira cedeu no final da sétima volta, e teve de parar nas boxes para colocar uma nova. Rindt ficou então com o segundo posto, mas cedo foi apanhado pelo seu companheiro Hill, que o ultrapassou. O austríaco era acossado por Siffert, Hulme e Andretti, tendo no final da volta 30 caido para a sexta posição. Nessa altura, já sofria os efeitos de uma bomba de gasolina defeituosa, que o levou a abandonar na volta 44. Já um pouco antes, na volta 31, Mário Andretti teve de encostar, com problemas de transmissão.
Com Stewart e Hill bem instalados nas duas primeiras posições, o motivo de interesse era a luta pelo terceiro lugar, entre o Lótus de Siffert e o McLaren de Hulme. Primeiro, o suíço se instalou no terceiro posto, mas o neozelandês atacou essa posição, e conseguiu-a perto do meio da corrida. A luta continuou até perto do fim, mas Siffert nunca esteve em posição de ameaçar Hulme, e este ficou com o lugar mais baixo do pódio.
No final da corrida, Jackie Stewart conseguia a primeira vitória do ano, demonstrando que a Matra era um sério candidato ao título, contra a Lótus. Depois de Stewart, Hill e Hulme, os restantes lugares pontuáveis ficaram para o suiço Jo Siffert, o neozelandês Bruce McLaren e o francês Jean-Pierre Beltoise.
Fontes:
http://www.grandprix.com/gpe/rr174.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1969_South_African_Grand_Prix
Na Lótus, a equipa do campeão do Mundo, Graham Hill, ele teria um novo companheiro de equipa habitual, o austríaco Jochen Rindt, de 26 anos, vindo da Brabham. Jovem, rápido e um pouco rude, era eventualmente um excelente sucessor para o recém - quarentão Hill. Colin Chapman depositava esperanças nele para continuar a senda de sucessos da equipa, que ainda sentia a falta de Jim Clark, morto quase um ano antes. Para a prova de Kyalami, Chapman também trazia o americano Mário Andretti, que o tinha impressionado nas provas do ano anterior. E ainda existiria um quarto carro, inscrito pela Rob Walker, para o suíço Jo Siffert.
Na Brabham, sem Rindt, Jack Brabham tinha que arranjar um novo companheiro de equipa, tão jovem quão rápido, para aproveitar os motores Cosworth, que tinha decidido adquirir, depois de ver que os Repco já tinham passado o seu prazo de validade. Assim sendo, vai buscar da Ferrari o jovem e muito talentoso piloto belga Jacky Ickx. A Matra tinha decidido no final de 1968 extinguir a sua Matra Sports e transferir todos os seus recursos para a Matra International, com os motores Cosworth, e dirigida por Ken Tyrrell. Para piloto principal, tinha os serviços do fiel piloto, o escocês Jackie Stewart, que tinha a seu lado o francês Jean-Pierre Beltoise.
A Formula 1 tinha visto desaparecer algumas marcas importantes. Cooper, Honda e Eagle, ou desapareceram ou pura e simplesmente concentraram-se noutros projectos, retirando-se da Formula 1, deixando alguns pilotos sem poiso. John Surtees era um deles. Com a Honda fora da competição automóvel (só voltariam 15 anos mais tarde), o piloto britânico decidiu ir para a BRM, juntar-se ao seu compatriota Jackie Oliver e o mexicano Pedro Rodriguez na equipa.
A Ferrari era uma equipa em dificuldades. Desdobrava-se entre a Endurance e a Formula 1, e isso ressentia-se nos resultados e nas finanças do “Commendatore”. Nesse ano, iria ser comprada pela FIAT, mas até lá, só tinha o neozelandês Chris Amon na equipa de Formula 1, e pouco mais. Na McLaren, o contraste era outro: Bruce McLaren e Dennis Hulme estavam prontos com o novo modelo M7A, tentando ver se a boa estrela de 1968 iria continuar.
Na Africa do Sul, apareciam os pilotos locais, vindos do muito activo “Campeonato Sul-Africano de Formula 1”. Pilotos como os rodesianos John Love e Sam Tingle, estavam inscritos, bem como os sul-africanos Basil van Rooyen e Peter de Klerk. Love tinha um Lótus 49, Tingle um Brabham-Repco BT24, van Rooyen um McLaren M7A e De Klerk tinha um Brabham-Repco BT20.
A Formula 1 estava a passar uma mutação nesse ano de 1969. No ano anterior tinham aparecido em força os apêndices aerodinâmicos, e no final desse ano, estavam cada vez mais a aparecer asas nos carros, de alturas e tamanhos variáveis, quase numa anarquia em termos de regulamentos, roçando os limites da segurança de pilotos e máquinas.
Nos treinos, Jack Brabham aproveitou bem os novos motores Cosworth e fez a “pole-position”, à frente de Jochenm Rindt, no seu Lotus. Na segunda fila ficavam Dennis Hulme, no McLaren, enquanto que Jackie Stewart era quarto, no Matra-Cosworth. Chris Amon e Mário Andretti ficavam com a terceira fila da grelha, enquanto que o campeão do Mundo Graham Hill era o sétimo a partir, tendo a seu lado Bruce McLaren. Basil van Rooyen era o melhor dos locais, ficando no nono lugar, com John Love a fechar o “top ten”.
No dia da corrida, Brabham partiu bem, mas Stewart partiu melhor, saltando de quarto para segundo no final da primeira volta. Na volta 2, o escocês desfiou a liderança do australiano, e foi bem sucedido, instalando-se na primeira posição até à bandeirada de xadrez, afastando-se paulatinamente da concorrência. Brabham ficou na segunda posição, até que a asa dianteira cedeu no final da sétima volta, e teve de parar nas boxes para colocar uma nova. Rindt ficou então com o segundo posto, mas cedo foi apanhado pelo seu companheiro Hill, que o ultrapassou. O austríaco era acossado por Siffert, Hulme e Andretti, tendo no final da volta 30 caido para a sexta posição. Nessa altura, já sofria os efeitos de uma bomba de gasolina defeituosa, que o levou a abandonar na volta 44. Já um pouco antes, na volta 31, Mário Andretti teve de encostar, com problemas de transmissão.
Com Stewart e Hill bem instalados nas duas primeiras posições, o motivo de interesse era a luta pelo terceiro lugar, entre o Lótus de Siffert e o McLaren de Hulme. Primeiro, o suíço se instalou no terceiro posto, mas o neozelandês atacou essa posição, e conseguiu-a perto do meio da corrida. A luta continuou até perto do fim, mas Siffert nunca esteve em posição de ameaçar Hulme, e este ficou com o lugar mais baixo do pódio.
No final da corrida, Jackie Stewart conseguia a primeira vitória do ano, demonstrando que a Matra era um sério candidato ao título, contra a Lótus. Depois de Stewart, Hill e Hulme, os restantes lugares pontuáveis ficaram para o suiço Jo Siffert, o neozelandês Bruce McLaren e o francês Jean-Pierre Beltoise.
Fontes:
http://www.grandprix.com/gpe/rr174.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1969_South_African_Grand_Prix
Stewart arrancava para o seu primeiro título mundial. Interessante que nessa corrida ele derrotou os dois campeões anteriores. Hill, campeão de 1968 chegou em 2° e Hulme, campeão em 1967, chegou em 3°.
ResponderEliminarGran blog y gran artículo.
ResponderEliminarTe he puesto en blogs que sigo.
Seguiré tu blog atentamente.
Un saludo.
Belas imagens e ótimo trabalho de resgate é pura história.
ResponderEliminarabs
Anónimo:
ResponderEliminarBem lembrado!
Ovi:
Bienvenido. Espero que seas un passajero frecuente en esto blog.
Joel:
Tens razão. E como este é um Domingo chato e não quero falar dos testes de Jerez, acho que um pouco de História não faz mal, para contrariar a tendência...