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Quem me "lembrou" hoje sobre Timmy Mayer foi o
Daniel Médici, no seu excelente
Cadernos do Automobilismo, que por estes dias está a explorar algo que ainda ninguém, pelo menos nos falantes em português, tenha feito: a Tasman Series, uma competição que desenrolava em pistas australianas e neozelandesas, e que teve as suas épocas de glória entre 1964 e 69.
Como é obvio, este nome pode não vos dizer nada, mas se puxarem um pouco pela memória das últimas semanas, certamente recordar-se-ão do seu irmão Teddy Mayer, falecido há algumas semanas. Timmy, irmão mais novo de Teddy, foi um apaixoando por automobilismo, e ajudou a montar a Bruce McLaren Motor Company Ltd. com o seu irmão, Tyler Alexander e outros entusiastas do desporto automóvel.
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Teve uma passagem efémera pela Formula 1 (uma corrida, em 1962, pela Cooper), mas tinha planos para correr toda a temporada de 1964 pela Cooper, ao lado de
Bruce McLaren. Nessa altura correu na Tasman Series, onde conseguiu quatro pódios, antes da corrida fatal, em Longford, na Tasmânia, quando perdeu o controlo do seu carro numa recta e bateu numas arvores que estavam no caminho, tendo morte imediata.
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Algumas semanas mais tarde, McLaren escreveu
um artigo de homenagem ao seu companheiro e amigo morto, como forma de tributo ao seu caractér, como uma forma de dedicar o triunfo na Tasman Series daquele ano. Foi aí que escreveu a tal frase que serve de lema a este blog, e que seis anos depois lhe serviu, tragicamente, como seu epitáfio.
Eis o artigo, traduzido na integra:
"Sentamo-nos no topo das boxes, aproveitando o sol de Longford, esperando para que começasse a primeira sessão de treinos: eu, Timy, a sua mulher Garril e os mecânicos - a nossa equipa. Dali, tinhamos a pitoresca vista do campo, e imediatamente abaixo de nós ficava o "Paddock", com coloridos e polidos carros desportivos.
Estavmos felizes. Era o último evento da série. Nos dois meses em que nós corremos, trabalhamos e relaxamos juntos, talvez mais do que todos nós, Timmy estava gozando a temporada. Tinha confessado que adorara verdadeiramente ter estado na Austrália. Inteligente e charmoso, tinha feito dezenas de amigos. Quem não o conhecesse, não acreditava ver um corredor, tinha de o cohnhecer verdadeiramente para notar o seu desejo de competir, fazer algo melhor do que a pessoa ao lado, seja a nadar, e fazer esqui aquático ou a correr.
Então, quando durante a segunda sessão de treinos, soubemos que tinha batido a alta velocidade, soubemos imediatamente que era mau, mas sabiamos que ao menos, estava a fazer o que mais gostava. As noticias de que teve morte imediata foram um terrivel choque para todos nós. Mas quem é que nos diz que nos seus curtos 26 anos de vida fez mais, viu mais, e aprendeu mais do que muitos de nós fizeram nas suas vidas? É trágico, particularmente para nós, os que ficaram para trás. Planos que foram cancelados, e esperanças que desapareceram. Sem homens como Tim, tais planos e esperanças já não significam nada.Fazer algo bem vale tanto a pena que morrer fazendo ainda melhor, não pode ser loucura. Não consigo dizer isto muito bem, mas sei que isto é verdadeiro. Seria um desperdicio fazer coisas com as habilidades dos outros, mas para mim a vida é medida por realizações e não por anos.
A aqueles que mostraram á sua mulher Garril, ao seu irmão Teddy e aos restantes membros da nossa equipa, as suas simpatias e considerações, quero dizer 'obrigado'. Os vários telegramas que nos chegaram um pouco de todo o mundo são o testemunho do vasto circulo de amigos que tinha e da perda que sentiram. Timmy era um verdadeiro amigo e um excelente companheiro de equipa"
Maravilha ter sido o 'pauteiro' deste post!
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