segunda-feira, 9 de março de 2009

Uma defesa de Rubens Barrichello

Eu já disse isto há uns dias atrás, e volto a repeti-lo: sendo eu um "blogger" estabelecido fora do Brasil, e sabendo eu que a maioria dos meus visitantes são brasileiros, posso observar as vossas reticências em relação da escolha de Rubens Barrichello em relação a Bruno Senna, na nova Brawn Grand Prix (ex-Honda) um nome que revive em muita gente um apelido que foi sinónimo de sucesso nos anos 80 e 90. Mas eu defendi que deitar fora a experiência em deterimento de um apelido significa "queimá-lo", e para queimados, já temos o Nelson Ângelo Piquet...


Hoje, lendo o blogger AC, do Blogtorsport, vem dar cada vez mais razão á minha tese, e exemplifica, da maneira mais simples possivel, que tipo de pessoa temos á frente da Brawn Grand Prix, e qual é o seu objectivo este ano, com este carro e com estes pilotos. E os tempos de hoje, em Barcelona, demonstram cada vez mais que essa foi a melhor opção...

A escolha de Rubens Barrichello, em detrimento do sobrinho do Senna, para acompanhar Jenson Button, na recém-formada Brawn GP (ex-Honda F1), mostra bem que o comando da equipa está nas mãos de um técnico.

Qualquer director de equipa dos tempos modernos, teria colocado Bruno Senna no segundo carro, beneficiando do sobrenome do brasileiro para atrair a atenção e consequentemente os patrocinadores, mesmo que sacrificando os resultados devido à sua inexperiência.

Escolher Barrichello é escolher a experiência, o “know-how” e a capacidade para desenvolver o carro no sentido certo. Muitos dirão que o Rubinho não é o mais rápido dos pilotos, mas o Brawn sabe bem que quando só se tem material para andar do meio do pelotão para trás, a rapidez não é a característica primordial. Numa equipa nova, ou quase nova, é necessário alguém confiável para que se possa sobreviver ao primeiro ano, que normalmente é a prova de fogo entre os que vingarão e os que acabarão por se extinguir.

Escolher Barrichello é também uma escolha dispendiosa, não pelo que o brasileiro vai ganhar (parece que vai correr de borla), mas pelo que não se ganha com o ingresso de um piloto pagante.

Escolher Barrichello é a demonstração de que Ross Brawn sabe o caminho a seguir, afirmando-se primeiro tecnicamente, com uma estrutura competitiva, para depois então com resultados firmados, conseguir uma situação comercial mais proveitosa. Este tem sido quase sempre o erro de quem tentou entrar na F1 nos últimos anos (excepção feita aos grandes construtores) começando por apostar no lado comercial, tentando reunir o maior budget possível sacrificando quase sempre o lado competitivo.

Para completar o dia, o Luiz Fernando Ramos, vulgo o Ico, está em Barcelona, onde conseguiu uma entrevista exclusiva com o Rubens Barrichello, onde foram abordados todos os assuntos e mais alguns. O post está aqui, e se forem lá, podem ouvir a entrevista.

2 comentários:

  1. Concordo plenamente! Foi a decisao mais acertada nesse momento. Acho que a Brawn GP só tem a ganhar com o Barrichello na equipe.

    O Senna poderá entrar na F1 pelas maos de outra equipe...

    ResponderEliminar
  2. com ctz, tb concordo plenamente. Até qdo os que criticam a decisão da BGP não vão entender que colocar Senna agora queimaria sua entrada na F1, não é? Melhor msm que o Senna entre em uma equipe melhor.

    ResponderEliminar

Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...