Quinze dias depois de Jacarépaguá, o pelotão da Formula 1 desembarcava em paragens sul-africanas para disputar a segunda prova do campeonato. No circuito de Kyalami, quase seis meses depois da decisão do campeonato, máquinas e pilotos estavam de volta.
A McLaren, depois da vitória de Alain Prost no Brasil, esperava continuar a senda vitoriosa, mas tinha que contar com fortes oposições da Lótus, Williams e Brabham. E nada melhor do que o resultado dos treinos, onde Nelson Piquet levou a melhor sobre o Williams-Honda de Keke Rosberg, enquanto que na segunda fila ficavam Nigel Mansell, no seu Lótus-Renault, à frente do Renault oficial de Patrick Tambay. Só na terceira fila é que aparecia o primeiro McLaren, de Alain Prost, tendo a seu lado o segundo Brabham de Teo Fabi. Niki Lauda partia do oitavo lugar, atrás de Elio de Angelis, que tinha feito a “pole-position” no circuito brasileiro. Para fechar o “top ten”, ficaram o segundo Renault de Derek Warwick e o Ferrari de Michelle Alboreto.
Ayrton Senna, ainda no seu Toleman do ano anterior, foi 13º na grelha, muito à frente de Johnny Cecotto. O melhor Cosworth era o de Marc Surer, na 23ª posição da grelha. Dos 27 inscritos, havia apenas 26 vagas, e o infeliz contemplado foi o Arrows-Cosworth do belga Thierry Boutsen. Mas o azar do belga rapidamente se transformou em sorte: no Domingo de manhã, o Osella de Piercarlo Ghinzani despista-se violentamente, partindo-se a meio e pegando fogo. O italiano, quando tentava sair do carro, tirou a sua luva e ficou queimado da mão, impedindo assim de correr. E assim, Boutsen pode correr na Africa do Sul.
Nos momentos em que antecederam a partida, Alain Prost teve um problema com o carro, pois este recusava-se a partir, e teve de ir para o carro de reserva, e largou das boxes, algo que segundo os regulamentos… era ilegal. Contudo, no meio do azar, Prost teve sorte, pois a partida tinha sido abortada devido ao facto do Lótus de Mansell ter ficado parado na grelha, em posição perigosa. Uma segunda partida foi feita, e Prost largava das boxes.
Nessa segunda partida, mais confusão: desta vez, Piquet largou mal e foi suplantado por Mansell. Mas o inglês engatou mal uma marcha e foi passado pelo resto do pelotão, liderado por Rosberg. Enquanto isso, o brasileiro da Brabham conseguiu colocar o carro e usando o seu poderoso motor BMW, passou os vários carros que tinha atrás e chegar à segunda posição, atrás de Rosberg. No inicio da segunda volta, Piquet desafia Roberg para a liderança e consegue ultrapassá-lo, com o segundo Brabham de Teo Fabi na terceira posição. Na volta seguinte, é a vez de Fabi passar Rosberg e os Brabham monopolizavam as duas primeiras posições, com Rosberg em terceiro, e os dois McLaren atrás, com Derek Warwick no sexto posto. Por esta altura, o novato Ayrton Senna perde parte do nariz, mas em vez de parar para o substituir, decide continuar a correr.
Com o desenrolar das voltas, os pneus Goodyear de Rosberg tem problemas, em contraste com os Michelin que calçam os McLaren e os Renault, que estão mesmo atrás do piloto da Williams-Honda. Em menos de duas voltas, Lauda passa Rosberg e aproveita a paragem de Fabi nas boxes para chegar à segunda posição. As coisas continuam assim até á volta 21 quando Piquet, que lutava contra os pneus Pirelli usados, fora para as boxes no sentido de os trocar. Contudo, Piquet partiu para o contra-ataque, com o seu poderoso motor BMW Turbo. Mas esse mesmo turbo o iria trair na volta 29, quando já estava na segunda posição e a ameaçar a liderança de Lauda.
Assim, o austríaco esta mais confortável na liderança, com Rosberg e Warwick lutando pela segunda posição. Entretanto, Prost estava atrás dos dois pilotos, e quando estes foram para as boxes (no caso do finlandês, para não mais voltar), o francês herdou a segunda posição, mas quando foi a sua vez de parar, o segundo posto ficou nas mãos do segundo Williams-Honda de Jacques Laffite. Na volta 60, uma das rodas de Laffite decidiu ganhar vida própria e Prost herdou a segunda posição, com Tambay e Warwick nas posições seguintes. Mas a nove voltas do fim, Tambay fica sem combustível no seu Renault, pela segunda vez consecutiva, e Warwick herda o terceiro posto, conseguindo o seu primeiro pódio da sua carreira.
No final da corrida, a McLaren tinha a sua segunda vitória consecutiva no campeonato, com um vencedor diferente, com Lauda na posição de vencedor, a primeira desde Long Beach, um ano antes. Prost, o segundo classificado, era agora o líder do campeonato, enquanto que Warwick dava o primeiro pódio do ano à Renault. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam o Alfa Romeo de Riccardo Patrese, o Ligier-Renault de Andrea de Cesaris, e o Toleman-Hart de Ayrton Senna. A decisão de não parar para trocar de asa tinha compensado, e o brasileiro obtinha o primeiro ponto da sua carreira.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/1984_South_African_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr390.html
A McLaren, depois da vitória de Alain Prost no Brasil, esperava continuar a senda vitoriosa, mas tinha que contar com fortes oposições da Lótus, Williams e Brabham. E nada melhor do que o resultado dos treinos, onde Nelson Piquet levou a melhor sobre o Williams-Honda de Keke Rosberg, enquanto que na segunda fila ficavam Nigel Mansell, no seu Lótus-Renault, à frente do Renault oficial de Patrick Tambay. Só na terceira fila é que aparecia o primeiro McLaren, de Alain Prost, tendo a seu lado o segundo Brabham de Teo Fabi. Niki Lauda partia do oitavo lugar, atrás de Elio de Angelis, que tinha feito a “pole-position” no circuito brasileiro. Para fechar o “top ten”, ficaram o segundo Renault de Derek Warwick e o Ferrari de Michelle Alboreto.
Ayrton Senna, ainda no seu Toleman do ano anterior, foi 13º na grelha, muito à frente de Johnny Cecotto. O melhor Cosworth era o de Marc Surer, na 23ª posição da grelha. Dos 27 inscritos, havia apenas 26 vagas, e o infeliz contemplado foi o Arrows-Cosworth do belga Thierry Boutsen. Mas o azar do belga rapidamente se transformou em sorte: no Domingo de manhã, o Osella de Piercarlo Ghinzani despista-se violentamente, partindo-se a meio e pegando fogo. O italiano, quando tentava sair do carro, tirou a sua luva e ficou queimado da mão, impedindo assim de correr. E assim, Boutsen pode correr na Africa do Sul.
Nos momentos em que antecederam a partida, Alain Prost teve um problema com o carro, pois este recusava-se a partir, e teve de ir para o carro de reserva, e largou das boxes, algo que segundo os regulamentos… era ilegal. Contudo, no meio do azar, Prost teve sorte, pois a partida tinha sido abortada devido ao facto do Lótus de Mansell ter ficado parado na grelha, em posição perigosa. Uma segunda partida foi feita, e Prost largava das boxes.
Nessa segunda partida, mais confusão: desta vez, Piquet largou mal e foi suplantado por Mansell. Mas o inglês engatou mal uma marcha e foi passado pelo resto do pelotão, liderado por Rosberg. Enquanto isso, o brasileiro da Brabham conseguiu colocar o carro e usando o seu poderoso motor BMW, passou os vários carros que tinha atrás e chegar à segunda posição, atrás de Rosberg. No inicio da segunda volta, Piquet desafia Roberg para a liderança e consegue ultrapassá-lo, com o segundo Brabham de Teo Fabi na terceira posição. Na volta seguinte, é a vez de Fabi passar Rosberg e os Brabham monopolizavam as duas primeiras posições, com Rosberg em terceiro, e os dois McLaren atrás, com Derek Warwick no sexto posto. Por esta altura, o novato Ayrton Senna perde parte do nariz, mas em vez de parar para o substituir, decide continuar a correr.
Com o desenrolar das voltas, os pneus Goodyear de Rosberg tem problemas, em contraste com os Michelin que calçam os McLaren e os Renault, que estão mesmo atrás do piloto da Williams-Honda. Em menos de duas voltas, Lauda passa Rosberg e aproveita a paragem de Fabi nas boxes para chegar à segunda posição. As coisas continuam assim até á volta 21 quando Piquet, que lutava contra os pneus Pirelli usados, fora para as boxes no sentido de os trocar. Contudo, Piquet partiu para o contra-ataque, com o seu poderoso motor BMW Turbo. Mas esse mesmo turbo o iria trair na volta 29, quando já estava na segunda posição e a ameaçar a liderança de Lauda.
Assim, o austríaco esta mais confortável na liderança, com Rosberg e Warwick lutando pela segunda posição. Entretanto, Prost estava atrás dos dois pilotos, e quando estes foram para as boxes (no caso do finlandês, para não mais voltar), o francês herdou a segunda posição, mas quando foi a sua vez de parar, o segundo posto ficou nas mãos do segundo Williams-Honda de Jacques Laffite. Na volta 60, uma das rodas de Laffite decidiu ganhar vida própria e Prost herdou a segunda posição, com Tambay e Warwick nas posições seguintes. Mas a nove voltas do fim, Tambay fica sem combustível no seu Renault, pela segunda vez consecutiva, e Warwick herda o terceiro posto, conseguindo o seu primeiro pódio da sua carreira.
No final da corrida, a McLaren tinha a sua segunda vitória consecutiva no campeonato, com um vencedor diferente, com Lauda na posição de vencedor, a primeira desde Long Beach, um ano antes. Prost, o segundo classificado, era agora o líder do campeonato, enquanto que Warwick dava o primeiro pódio do ano à Renault. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam o Alfa Romeo de Riccardo Patrese, o Ligier-Renault de Andrea de Cesaris, e o Toleman-Hart de Ayrton Senna. A decisão de não parar para trocar de asa tinha compensado, e o brasileiro obtinha o primeiro ponto da sua carreira.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/1984_South_African_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr390.html
Excelente registro, Speeder.
ResponderEliminar1abraço,
Henry
Paulo, só uma correção. Em 1984, a Brabham usava Michelin. Os Pirelli só apareceram por lá em 1985. Abs
ResponderEliminar