Bom dia a todos! Sem Formula 1 para assistir no fim-de-semana que passou, tivemos outras provas. E se estas tinham à partida pouco ou nada a ver com a actual crise e o ambiente de divórcio entre a FOTA e a FIA, a irracionalidade e o comportamento errático de Max Mosley em relação aos regulamentos fez irritar alguns construtores e nos faz pensar que o automobilismo precisa urgentemente de uma mudança. Querem ver?
WTCC: Pau de todos os bicos… e mais alguns!
Se julgavam que sem a Formula 1, as outras provas que aconteciam na semana passada iriam ser normais… enganam-se. O WTCC chegou á Europa, para disputar a sua jornada dupla no circuito urbano de Pau, numa altura em que todos andavam a fazer queixinhas uns dos outros acerca do regulamento, especialmente os Seat Leon TDi, que dominam o campeonato. Na prova passada, em Marrakech, os BMW queixaram-se dos turbos dos Seat, e a FIA decidiu inspeccioná-los a todos. No final, desclassificaram o carro de Tiago Monteiro, alegando que o seu carro tinha o turbo fora da margem de tolerância. E para piorar as coisas, a FIA decidiu retirar essa tolerância em Pau. Resultado: os carros espanhóis estiveram dois segundos mais lentos do que a concorrência, e na cauda do pelotão. E os que fizeram queixinhas da Seat… não dominaram a corrida.
Sim, foram os Chevrolet os maiores dominadores das duas corridas em Pau, que viram algo insólito em muitos, mas muitos anos: um safety-car a eliminar o líder da corrida! Na primeira volta da segunda corrida da tarde, quando o BMW de Félix Portero começou a pegar fogo, o Safety Car, um Chevrolet Cruze, entrou em pista para neutralizar a corrida, mas apareceu no momento errado, na altura errada, pois apanha o BMW do privado Franz Englester a toda a velocidade, e embate a toda a velocidade, arrancando uma roda! Cómico, se não fosse trágico…
E o maior beneficiário foi um Chevrolet, quem diria?
Este incidente em particular faz pensar sobre a ideia dos circuitos citadinos. Qual é a sua utilidade, numa altura em que se constroem circuitos de raiz, onde se gastam centenas de milhões de euros, com todas as hipóteses de ultrapassar, se não são usados, ou são preteridos a favor de circuitos citadinos, apertados, sem pontos de ultrapassagem e inseguros? No caso do calendário do WTCC, qual é a utilidade de Puebla, Marrakech, Boavista, Pau e outros, quando existem circuitos melhores, que não são usados? Os circuitos citadinos, na minha opinião, deveriam ser uma excepção e nunca uma regra. Avançou-se muito em termos de segurança, para proteger pilotos, comissários e espectadores, e esta nova febre de circuitos citadinos não ajuda em nada o espectáculo. Parece ser mais uma medida sem pés e cabeça de Max Mosley e da FIA…
E quanto à polémica dos Turbo Diesel da Seat, algo me diz que se pode esperar por alguma decisão radical por parte da Seat. Caso aconteça, e esperemos que não, significaria a destruição de um excelente campeonato, bem disputado pelos pilotos e divulgado pela Eurosport. E seria uma grande pena…
Formula 1: crónica das mais recentes batalhas
Para começar este capítulo, recomendo vivamente a todos vocês a leitura no Autosport desta semana do excelente artigo do Luís Vasconcelos sobre o “campeonato rebelde”. Confesso que depois de ler os fundamentos do tal campeonato, acredito cada vez mais nessa ideia. E quem leu as notícias desta semana sobre o processo que a Ferrari meteu em tribunal a FIA devido aos regulamentos para 2010, relacionados com o duplo regulamento, ou seja, o tecto orçamental de 44 milhões de dólares a partir de 2010.
Para mim, a história do Tribunal de Paris foi uma forma da Ferrari salvar a Formula 1 para o seu lado. Legitimo, perfeitamente legítimo. Antes de partir para outra, deve-se tentar salvar o actual campeonato, não é? É certo que as equipas não são santas, e que a razão pelo qual andam todas à briga tem a ver com a distribuição de dinheiros das transmissões televisivas. Mas quando temos dois loucos à frente dos destinos do automobilismo mundial, e queremos mudar a situação, tem de se tentar mudar o que se passa no interior, antes de partir para outra, não é? Como este tribunal disse que a FIA tem a legitimidade de elaborar os regulamentos que quiserem e bem apetecerem, cabe às equipas reunir e dizer se querem continuar sob estas regras ou criam as suas próprias.
Acerca do “duplo regulamento”, Bernie Ecclestone já disse que este já caiu, mas… sinceramente, quem acredita mais no Tio Bernie, esse velho jarreta de 78 anos? Diz coisas que noutro dia já não são considerados válidos, ou são pura mentira. Com todos estes exemplos, quem mais acredita nele? Quem é que ainda quer dar voz? Só porque é o homem mais rico da Formula 1 e está aqui há mais de 40 anos? Só por isso, não chega… Acho que os jornalistas e outros agentes deviam desconfiar de tudo que vem da boca do Tio Bernie, em nome dos seus profissionalismos!
Para finalizar, as equipas que Max Mosley apresentou como possíveis substitutas das equipas FOTA são, muitas delas, meras aventureiras, sem grande experiência em construção de chassis: iSport, Addax Campos ou Épsilon Euskadi participam na GP2, onde os chassis são feitos pela Dallara, e a Épsilon Euskadi está na Le Mans Séries, onde o seu chassis de LMP1 não teve bons resultados… em suma, tirando a USGPE, do Ken Anderson e do Peter Windsor, e a Lola, com a dúvida Aston Martin/Prodrive, todo o resto faz lembrar os aventureiros do inicio da década de 90, como o Andrea Moda ou pior… julgava que isso já tinha acabado!
E agora chegamos ao melhor fim-de-semana do ano, o sonho de qualquer adepto de automobilismo: GP do Mónaco e as 500 Milhas de Indianápolis. No ano em que se comemora o centenário da mítica pista americana (mas não da prova, pois será comemorada em 2011), este fim-de-semana deve ser a mais tradicional de todas. E ainda por cima, para os brasileiros em particular, é uma boa chance de ver um dos seus no lugar mais alto do pódio, pois o “poleman” é o regressado Hélio Castroneves, no Penske. Digo “regressado”, pois no inicio do ano foram muitos os que lhe asseguraram o final de carreira, devido ao seu julgamento por evasão fiscal, e a possibilidade de ficar 20 anos na prisão. Mas como ele foi ilibado de todas as acusações, pode regressar, e está a ter um senhor regresso!
Em suma, este fim-de-semana vai ser de sonho, para qualquer fã de automobilismo! Pelo menos no papel…
WTCC: Pau de todos os bicos… e mais alguns!
Se julgavam que sem a Formula 1, as outras provas que aconteciam na semana passada iriam ser normais… enganam-se. O WTCC chegou á Europa, para disputar a sua jornada dupla no circuito urbano de Pau, numa altura em que todos andavam a fazer queixinhas uns dos outros acerca do regulamento, especialmente os Seat Leon TDi, que dominam o campeonato. Na prova passada, em Marrakech, os BMW queixaram-se dos turbos dos Seat, e a FIA decidiu inspeccioná-los a todos. No final, desclassificaram o carro de Tiago Monteiro, alegando que o seu carro tinha o turbo fora da margem de tolerância. E para piorar as coisas, a FIA decidiu retirar essa tolerância em Pau. Resultado: os carros espanhóis estiveram dois segundos mais lentos do que a concorrência, e na cauda do pelotão. E os que fizeram queixinhas da Seat… não dominaram a corrida.
Sim, foram os Chevrolet os maiores dominadores das duas corridas em Pau, que viram algo insólito em muitos, mas muitos anos: um safety-car a eliminar o líder da corrida! Na primeira volta da segunda corrida da tarde, quando o BMW de Félix Portero começou a pegar fogo, o Safety Car, um Chevrolet Cruze, entrou em pista para neutralizar a corrida, mas apareceu no momento errado, na altura errada, pois apanha o BMW do privado Franz Englester a toda a velocidade, e embate a toda a velocidade, arrancando uma roda! Cómico, se não fosse trágico…
E o maior beneficiário foi um Chevrolet, quem diria?
Este incidente em particular faz pensar sobre a ideia dos circuitos citadinos. Qual é a sua utilidade, numa altura em que se constroem circuitos de raiz, onde se gastam centenas de milhões de euros, com todas as hipóteses de ultrapassar, se não são usados, ou são preteridos a favor de circuitos citadinos, apertados, sem pontos de ultrapassagem e inseguros? No caso do calendário do WTCC, qual é a utilidade de Puebla, Marrakech, Boavista, Pau e outros, quando existem circuitos melhores, que não são usados? Os circuitos citadinos, na minha opinião, deveriam ser uma excepção e nunca uma regra. Avançou-se muito em termos de segurança, para proteger pilotos, comissários e espectadores, e esta nova febre de circuitos citadinos não ajuda em nada o espectáculo. Parece ser mais uma medida sem pés e cabeça de Max Mosley e da FIA…
E quanto à polémica dos Turbo Diesel da Seat, algo me diz que se pode esperar por alguma decisão radical por parte da Seat. Caso aconteça, e esperemos que não, significaria a destruição de um excelente campeonato, bem disputado pelos pilotos e divulgado pela Eurosport. E seria uma grande pena…
Formula 1: crónica das mais recentes batalhas
Para começar este capítulo, recomendo vivamente a todos vocês a leitura no Autosport desta semana do excelente artigo do Luís Vasconcelos sobre o “campeonato rebelde”. Confesso que depois de ler os fundamentos do tal campeonato, acredito cada vez mais nessa ideia. E quem leu as notícias desta semana sobre o processo que a Ferrari meteu em tribunal a FIA devido aos regulamentos para 2010, relacionados com o duplo regulamento, ou seja, o tecto orçamental de 44 milhões de dólares a partir de 2010.
Para mim, a história do Tribunal de Paris foi uma forma da Ferrari salvar a Formula 1 para o seu lado. Legitimo, perfeitamente legítimo. Antes de partir para outra, deve-se tentar salvar o actual campeonato, não é? É certo que as equipas não são santas, e que a razão pelo qual andam todas à briga tem a ver com a distribuição de dinheiros das transmissões televisivas. Mas quando temos dois loucos à frente dos destinos do automobilismo mundial, e queremos mudar a situação, tem de se tentar mudar o que se passa no interior, antes de partir para outra, não é? Como este tribunal disse que a FIA tem a legitimidade de elaborar os regulamentos que quiserem e bem apetecerem, cabe às equipas reunir e dizer se querem continuar sob estas regras ou criam as suas próprias.
Acerca do “duplo regulamento”, Bernie Ecclestone já disse que este já caiu, mas… sinceramente, quem acredita mais no Tio Bernie, esse velho jarreta de 78 anos? Diz coisas que noutro dia já não são considerados válidos, ou são pura mentira. Com todos estes exemplos, quem mais acredita nele? Quem é que ainda quer dar voz? Só porque é o homem mais rico da Formula 1 e está aqui há mais de 40 anos? Só por isso, não chega… Acho que os jornalistas e outros agentes deviam desconfiar de tudo que vem da boca do Tio Bernie, em nome dos seus profissionalismos!
Para finalizar, as equipas que Max Mosley apresentou como possíveis substitutas das equipas FOTA são, muitas delas, meras aventureiras, sem grande experiência em construção de chassis: iSport, Addax Campos ou Épsilon Euskadi participam na GP2, onde os chassis são feitos pela Dallara, e a Épsilon Euskadi está na Le Mans Séries, onde o seu chassis de LMP1 não teve bons resultados… em suma, tirando a USGPE, do Ken Anderson e do Peter Windsor, e a Lola, com a dúvida Aston Martin/Prodrive, todo o resto faz lembrar os aventureiros do inicio da década de 90, como o Andrea Moda ou pior… julgava que isso já tinha acabado!
E agora chegamos ao melhor fim-de-semana do ano, o sonho de qualquer adepto de automobilismo: GP do Mónaco e as 500 Milhas de Indianápolis. No ano em que se comemora o centenário da mítica pista americana (mas não da prova, pois será comemorada em 2011), este fim-de-semana deve ser a mais tradicional de todas. E ainda por cima, para os brasileiros em particular, é uma boa chance de ver um dos seus no lugar mais alto do pódio, pois o “poleman” é o regressado Hélio Castroneves, no Penske. Digo “regressado”, pois no inicio do ano foram muitos os que lhe asseguraram o final de carreira, devido ao seu julgamento por evasão fiscal, e a possibilidade de ficar 20 anos na prisão. Mas como ele foi ilibado de todas as acusações, pode regressar, e está a ter um senhor regresso!
Em suma, este fim-de-semana vai ser de sonho, para qualquer fã de automobilismo! Pelo menos no papel…
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