Duas semanas depois das ruas de Monte Carlo, máquinas e pilotos atravessavam o oceano para correr a mais de 2200 metros de altitude, em paragens mexicanas, mais concretamente no Autódromo Hermanos Rodriguez, em plena cidade do México, a primeira de três corridas que iriam ser disputadas na América do Norte.
A grande novidade nesta corrida era o regresso de Gerhard Berger ao volante da Ferrari, um mês depois do seu acidente espectacular na Curva Tamburello, em Imola, e do qual se safou apenas com queimaduras nas mãos. A presença de Berger ainda esteve em dúvida até ao início da semana anterior, e a Scuderia considerou o italiano Nicola Larini para o lugar, depois de ter conseguido o acordo de cedência por parte de Enzo Osella. Só que Berger recuperou a tempo e pode alinhar pela marca italiana.
Na pré-qualificação de sexta-feira de manhã, os carros que passaram foram os Brabham de Stefano Modena e de Martin Brundle, para além do Dallara-Judd de Alex Caffi e o Onyx de Stefan Johansson, a primeira vez que um carro da marca se qualificava para os treinos oficiais… E curiosamente, estes quatro pilotos conseguiram todos o seu passaporte para a corrida.
No final das duas sessões de qualificação, Ayrton Senna levou a melhor sobre Alain Prost, não só conquistando a sua sétima pole-position consecutiva e igualando o “record” que pertencia a Jim Clark, que na altura estava em 33 colocações na primeira posição da grelha de partida. Na segunda fila estava o Ferrari de Nigel Mansell, que tinha a seu lado o March de Ivan Capelli, que estreava o novo modelo CG891, projectado por um tal de Adrian Newey. Na terceira fila estavam o Williams de Riccardo Patrese e o segundo Ferrari de Gerhard Berger e na quarta fila os contemplados eram o Tyrrell de Michele Alboreto e o segundo Williams de Thierry Boutsen. A fechar o “top ten” estavam o Brabham de Stefano Modena e o Arrows-Cosworth de Derek Warwick.
A última fila da grelha era de luxo: com problemas de estabilidade no seu Lótus, pois fugia muito de frente, Nelson Piquet conseguiu qualificar-se “in extremis”, na última posição da grelha, atrás de René Arnoux, no seu Ligier-Ford. Ambos tinham, na altura, um total de 27 vitórias, 42 “pole-positions” e um deles era tri-campeão do Mundo! E os dois conseguiram ser melhores do que o Minardi de Luis Perez-Sala, o March de Maurício Gugelmin, o Larrousse de Yannick Dalmas e o Coloni de Roberto Moreno, que não conseguiram qualificar-se para a corrida…
Na partida, Senna larga melhor, seguido de Mansell, Berger e Prost, mas no final da primeira volta, Stefano Modena e Olivier Grouillard envolvem-se num toque na Curva Peraltada, e o Brabham fica em zona perigosa, fazendo com que fosse mostrada a bandeira vermelha, provocando uma nova partida. Na segunda largada, Senna continua na frente, com Prost atrás, já que tinha pneus mais macios, o que lhe permitia ser eficaz… a curto prazo. Na 19ª volta, o piloto francês tem que às boxes para trocar de pneus, mas um erro na escolha do tipo de pneus faz com que pare de novo 15 voltas mais tarde, atrasando-se irremediavelmente na classificação geral. Para Senna, ver o seu maior rival lá atrás lhe dava um maior alivio na corrida, que tinha dominado completamente. E até chega a dar uma volta de avanço sobre ele!
No final da corrida, Senna subia ao pódio como vencedor, seguido por Riccardo Patrese, que dava à Williams e à Renault o seu primeiro pódio do ano, e a Michele Alboreto o primeiro pódio à Tyrrell desde 1983, e o seu primeiro pódio desde a saída da Ferrari. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Benetton de Alessandro Nannini, o McLaren de Alain Prost e o AGS de Gabriele Tarquini, na única vez que este piloto chegou aos pontos em toda a sua carreira de Formula 1.
Fontes:
Santos, Francisco – Formula 1 1989/90, Ed. Talento, Lisboa/São Paulo, 1989
http://en.wikipedia.org/wiki/1989_Mexican_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr472.html
A grande novidade nesta corrida era o regresso de Gerhard Berger ao volante da Ferrari, um mês depois do seu acidente espectacular na Curva Tamburello, em Imola, e do qual se safou apenas com queimaduras nas mãos. A presença de Berger ainda esteve em dúvida até ao início da semana anterior, e a Scuderia considerou o italiano Nicola Larini para o lugar, depois de ter conseguido o acordo de cedência por parte de Enzo Osella. Só que Berger recuperou a tempo e pode alinhar pela marca italiana.
Na pré-qualificação de sexta-feira de manhã, os carros que passaram foram os Brabham de Stefano Modena e de Martin Brundle, para além do Dallara-Judd de Alex Caffi e o Onyx de Stefan Johansson, a primeira vez que um carro da marca se qualificava para os treinos oficiais… E curiosamente, estes quatro pilotos conseguiram todos o seu passaporte para a corrida.
No final das duas sessões de qualificação, Ayrton Senna levou a melhor sobre Alain Prost, não só conquistando a sua sétima pole-position consecutiva e igualando o “record” que pertencia a Jim Clark, que na altura estava em 33 colocações na primeira posição da grelha de partida. Na segunda fila estava o Ferrari de Nigel Mansell, que tinha a seu lado o March de Ivan Capelli, que estreava o novo modelo CG891, projectado por um tal de Adrian Newey. Na terceira fila estavam o Williams de Riccardo Patrese e o segundo Ferrari de Gerhard Berger e na quarta fila os contemplados eram o Tyrrell de Michele Alboreto e o segundo Williams de Thierry Boutsen. A fechar o “top ten” estavam o Brabham de Stefano Modena e o Arrows-Cosworth de Derek Warwick.
A última fila da grelha era de luxo: com problemas de estabilidade no seu Lótus, pois fugia muito de frente, Nelson Piquet conseguiu qualificar-se “in extremis”, na última posição da grelha, atrás de René Arnoux, no seu Ligier-Ford. Ambos tinham, na altura, um total de 27 vitórias, 42 “pole-positions” e um deles era tri-campeão do Mundo! E os dois conseguiram ser melhores do que o Minardi de Luis Perez-Sala, o March de Maurício Gugelmin, o Larrousse de Yannick Dalmas e o Coloni de Roberto Moreno, que não conseguiram qualificar-se para a corrida…
Na partida, Senna larga melhor, seguido de Mansell, Berger e Prost, mas no final da primeira volta, Stefano Modena e Olivier Grouillard envolvem-se num toque na Curva Peraltada, e o Brabham fica em zona perigosa, fazendo com que fosse mostrada a bandeira vermelha, provocando uma nova partida. Na segunda largada, Senna continua na frente, com Prost atrás, já que tinha pneus mais macios, o que lhe permitia ser eficaz… a curto prazo. Na 19ª volta, o piloto francês tem que às boxes para trocar de pneus, mas um erro na escolha do tipo de pneus faz com que pare de novo 15 voltas mais tarde, atrasando-se irremediavelmente na classificação geral. Para Senna, ver o seu maior rival lá atrás lhe dava um maior alivio na corrida, que tinha dominado completamente. E até chega a dar uma volta de avanço sobre ele!
No final da corrida, Senna subia ao pódio como vencedor, seguido por Riccardo Patrese, que dava à Williams e à Renault o seu primeiro pódio do ano, e a Michele Alboreto o primeiro pódio à Tyrrell desde 1983, e o seu primeiro pódio desde a saída da Ferrari. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Benetton de Alessandro Nannini, o McLaren de Alain Prost e o AGS de Gabriele Tarquini, na única vez que este piloto chegou aos pontos em toda a sua carreira de Formula 1.
Fontes:
Santos, Francisco – Formula 1 1989/90, Ed. Talento, Lisboa/São Paulo, 1989
http://en.wikipedia.org/wiki/1989_Mexican_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr472.html
belíssimo post, speeder...muito bom..sempre vejo essa corrida no youtube mas nem dá p/ ter uma idéia do que se passa nela. eu nem tinha um ano completo na época...abraço
ResponderEliminarah, novo post, acho que escrevi bem nesse
Escrevo questionando a existência de um racha na Fota, questionando se há mesmo uma identidade na Formula 1..uma análise de historiador e convido a todos a lerem se puderem. Tá mei longo, mas acho que tá bem didático
http://historiasevelocidade.blogspot.com/2009/05/racha-na-fota.html
http://historiasevelocidade.blogspot.com/2009/05/racha-na-fota.html
ResponderEliminarnum sei parece que deu problema...eis o link de novo
Lembro muito bem desta corrida...eu tinha 8 anos e a assisti na casa de uma amiga da minha mãe enquanto elas faziam um bolo pra uma festa de aniversário!
ResponderEliminarAlguns erros de portuuês, mas o post está excelente.
ResponderEliminarGostaria de mais detalhes sobre o Ivan Capelli, na 1ª largada ele ficou e na 2ª largada saiu dos boxes.