Sejam bem-vindos. Com os feriados por estas bandas, a 5ª Coluna desta semana é mais uma “6ª Coluna”, mas esta é uma situação excepcional, numa semana excepcional, em todos os aspectos, pois hoje foi o dia da confirmação por parte da FIA das equipas inscritas para a temporada de 2010. Com algumas surpresas, e um truque de Max Mosley, nesta luta de poder entre as equipas (FOTA) e Max Mosley (FIA), com Bernie Ecclestone como franco-atirador, o futuro da Formula 1 está em jogo, e aparentemente, o fim ainda está longe. Mas antes de passarmos para este assunto, falemos do fim-de-semana que passou.
Formula 1: já temos campeão, aparentemente…
A Formula 1 esteve no passado fim-de-semana no circuito de Istambul, e aparentemente, as coisas poderiam ser um pouco melhores, quando Sebastien Vettel conseguiu bater Jenson Button pela segunda vez este ano, com o seu Red Bull. O piloto alemão, que todo o potencial para ser um campeão do mundo, e tem carisma fora de pista, tinha todas as condições para ser o vencedor da corrida turca, dado que todos os “poleman” da história deste traçado tinham acabado vencedores. Pois bem, isso foi real… até à curva 10. Logo na primeira volta do Grande Prémio, Vettel perdeu o controle do seu carro e saiu de pista, permitindo a ultrapassagem por parte de Button. A corrida terminou logo ali, pois Button nunca perdeu o comando das operações, apesar das tentativas do piloto alemão de regressar à liderança. Mas uma má estratégia de corrida (três paragens) fez com que até perdesse o segundo lugar em favor de Mark Webber, que conseguiu aqui o seu terceiro pódio deste ano, e igualar a sua melhor classificação de sempre. Os Red Bull estão, de facto, a demonstrar ser a maior rival da Brawn GP, o que é bom, pois demonstra que o génio de Adrian Newey continua intacto, e que o RB5 é um carro bem-nascido.
Quando ao resto do pelotão, destaco Rubens Barrichello. Ao piloto brasileiro sai-lhe sempre “a fava” na Brawn GP, e em Istambul, saiu a pior das favas: terceiro na grelha, partiu mal, fez uma corrida desastrada, pois bateu em Heiki Kovalainen quando o tentava ultrapassar, e tornou-se no primeiro piloto da Brawn GP a desistir na corrida, com a caixa de velocidades partida. Azar, muito azar para o Rubinho. Ou será outra coisa?
A Ferrari marcou pontos, fazendo a sua corrida normal para o campeonato, mas isto demonstrou que as novas evoluções do F60 não estão a resultar, pelo menos no sentido de contestar a liderança da Brawn GP. Nesta altura, todos consideram que esta é uma época perdida.
A mesma coisa pensa a McLaren, mas aí, eles andam mesmo nas ruas da amargura! Se alguém dissesse há um ano atrás que Lewis Hamilton, o campeão do Mundo, iria ter uma das piores defesas do título desde Jody Scheckter, em 1980 (no mesmo carro, entenda-se), acho que rebolaríamos no chão a rir! Mas também, esta tem sido uma temporada atípica…
GP2: O potencial está lá, mas…
Vitaly Petrov e Lucas di Grassi foram os vencedores das duas etapas da GP2 no circuito de Istambul, numa prova onde a normalidade é andarem aos toques e aos empurrões, embora desta vez, as coisas não foram muito graves. A Ocean Racing mostrou finalmente a sua raça nos treinos, com Karun Chandhok e Álvaro Parente a ficar respectivamente na quinta e sétima posições, mas na corrida, tudo correu mal. O indiano ficou parado na grelha, e Parente imprimiu um ritmo elevado e rodava na segunda posição, quando um excesso na famigerada Curva 8 o fez abandonar a corrida. O potencial para um bom fim-de-semana acabou com um resultado muito frustrante… A segunda corrida foi melhor, onde Álvaro Parente recuperou dez lugares (de 20º para décimo), mas esse esforço não contou para os pontos. E ficou à frente de Karun Chandhok. (14º)
Entretanto, para Romain Grosjean, as coisas não correram muito bem, e o seu companheiro Petrov aproveitou, fazendo com que agora, ele seja o novo líder da competição. Mas ambos estão muito longe da concorrência, pois o terceiro classificado é o belga Jerôme D’Ambrosio, que tem… 15 pontos. Que eu saiba, a GP2 é uma competição monomarca. Então… porque é que a Campos agora tenta imitar a Brawn GP?
IRL: Castro Neves, de novo!
Formula 1: já temos campeão, aparentemente…
A Formula 1 esteve no passado fim-de-semana no circuito de Istambul, e aparentemente, as coisas poderiam ser um pouco melhores, quando Sebastien Vettel conseguiu bater Jenson Button pela segunda vez este ano, com o seu Red Bull. O piloto alemão, que todo o potencial para ser um campeão do mundo, e tem carisma fora de pista, tinha todas as condições para ser o vencedor da corrida turca, dado que todos os “poleman” da história deste traçado tinham acabado vencedores. Pois bem, isso foi real… até à curva 10. Logo na primeira volta do Grande Prémio, Vettel perdeu o controle do seu carro e saiu de pista, permitindo a ultrapassagem por parte de Button. A corrida terminou logo ali, pois Button nunca perdeu o comando das operações, apesar das tentativas do piloto alemão de regressar à liderança. Mas uma má estratégia de corrida (três paragens) fez com que até perdesse o segundo lugar em favor de Mark Webber, que conseguiu aqui o seu terceiro pódio deste ano, e igualar a sua melhor classificação de sempre. Os Red Bull estão, de facto, a demonstrar ser a maior rival da Brawn GP, o que é bom, pois demonstra que o génio de Adrian Newey continua intacto, e que o RB5 é um carro bem-nascido.
Quando ao resto do pelotão, destaco Rubens Barrichello. Ao piloto brasileiro sai-lhe sempre “a fava” na Brawn GP, e em Istambul, saiu a pior das favas: terceiro na grelha, partiu mal, fez uma corrida desastrada, pois bateu em Heiki Kovalainen quando o tentava ultrapassar, e tornou-se no primeiro piloto da Brawn GP a desistir na corrida, com a caixa de velocidades partida. Azar, muito azar para o Rubinho. Ou será outra coisa?
A Ferrari marcou pontos, fazendo a sua corrida normal para o campeonato, mas isto demonstrou que as novas evoluções do F60 não estão a resultar, pelo menos no sentido de contestar a liderança da Brawn GP. Nesta altura, todos consideram que esta é uma época perdida.
A mesma coisa pensa a McLaren, mas aí, eles andam mesmo nas ruas da amargura! Se alguém dissesse há um ano atrás que Lewis Hamilton, o campeão do Mundo, iria ter uma das piores defesas do título desde Jody Scheckter, em 1980 (no mesmo carro, entenda-se), acho que rebolaríamos no chão a rir! Mas também, esta tem sido uma temporada atípica…
GP2: O potencial está lá, mas…
Vitaly Petrov e Lucas di Grassi foram os vencedores das duas etapas da GP2 no circuito de Istambul, numa prova onde a normalidade é andarem aos toques e aos empurrões, embora desta vez, as coisas não foram muito graves. A Ocean Racing mostrou finalmente a sua raça nos treinos, com Karun Chandhok e Álvaro Parente a ficar respectivamente na quinta e sétima posições, mas na corrida, tudo correu mal. O indiano ficou parado na grelha, e Parente imprimiu um ritmo elevado e rodava na segunda posição, quando um excesso na famigerada Curva 8 o fez abandonar a corrida. O potencial para um bom fim-de-semana acabou com um resultado muito frustrante… A segunda corrida foi melhor, onde Álvaro Parente recuperou dez lugares (de 20º para décimo), mas esse esforço não contou para os pontos. E ficou à frente de Karun Chandhok. (14º)
Entretanto, para Romain Grosjean, as coisas não correram muito bem, e o seu companheiro Petrov aproveitou, fazendo com que agora, ele seja o novo líder da competição. Mas ambos estão muito longe da concorrência, pois o terceiro classificado é o belga Jerôme D’Ambrosio, que tem… 15 pontos. Que eu saiba, a GP2 é uma competição monomarca. Então… porque é que a Campos agora tenta imitar a Brawn GP?
IRL: Castro Neves, de novo!
Um parágrafo para a IRL: o campeonato está agora na sua fase oval (quatro provas seguidas), e no passado fim-de-semana, no Texas, teve a sua primeira prova nocturna. Foi uma corrida monótona (sim, até nas ovais, as corridas podem não ser emocionantes…), onde os Penske dominaram a seu bel-prazer. Ryan Briscoe liderou durante boa parte da corrida, mas no momento que interessava, o da meta, o melhor foi Hélio Castro Neves, duas semanas depois da sua vitória nas 500 Milhas de Indianápolis. Com esta vitória, aproxima-se cada vez mais da liderança, e a ideia cada vez mais solidificada é que ele é um candidato sério ao título na IRL. Quem diria… no inicio do ano, todos davam a sua carreira como acabada! Não tarda, Hollywood faz um telefilme baseado na sua vida…
Agora, a IRL só volta às pistas no próximo dia 21, em mais uma oval, no Iowa. O vencedor continua a ser incerto… ou não?
FOTA vs FIA: acreditam que a guerra acabou?
Voltemos agora para o assunto do dia. Quando esta manhã, a FIA anunciou as equipas inscritas para o Mundial de 2010, houve algumas surpresas. Primeiro, o facto da Prodrive e a Lola não terem sido escolhidas para ficar com as três vagas abertas. Segundo, o facto da Campos Grand Prix e a até agora desconhecida Manor Grand Prix (uma equipa inglesa que compete na Formula 3 europeia) terem sido as contempladas.
Mas outra grande surpresa é o facto de as inscrições da FOTA terem sido dadas como “condicionais”. Mosley respeitou essa permissa… até um certo ponto. Quando a lista foi divulgada, as inscrições da Ferrari, Red Bull e Toro Rosso foram dadas como “definitivas”, para além da Williams e Force Índia, mas esses dois já se sabia que iriam agir dessa maneira. Quem viu a lista, topou logo a jogada: é a táctica de Max Mosley para partir a FOTA ao meio, pois sabe-se que tendo somente cinco equipas de lado (a FOTA concentra dez), o organismo ficaria irremediavelmente dividido, e Mosley ganharia a guerra.
A FOTA, zangada, reagiu desta forma, indicando a sua irritação por esta lista, que classifica como “errónea”. "Em resposta à declaração errónea feita hoje pela FIA, a Associação de Equipas de Fórmula 1 (FOTA) gostaria de sublinhar que as inscrições de todos os seus membros - excluindo as temporariamente suspensas Force India e Williams - foram apresentadas à FIA como condicionais".
Agora, a IRL só volta às pistas no próximo dia 21, em mais uma oval, no Iowa. O vencedor continua a ser incerto… ou não?
FOTA vs FIA: acreditam que a guerra acabou?
Voltemos agora para o assunto do dia. Quando esta manhã, a FIA anunciou as equipas inscritas para o Mundial de 2010, houve algumas surpresas. Primeiro, o facto da Prodrive e a Lola não terem sido escolhidas para ficar com as três vagas abertas. Segundo, o facto da Campos Grand Prix e a até agora desconhecida Manor Grand Prix (uma equipa inglesa que compete na Formula 3 europeia) terem sido as contempladas.
Mas outra grande surpresa é o facto de as inscrições da FOTA terem sido dadas como “condicionais”. Mosley respeitou essa permissa… até um certo ponto. Quando a lista foi divulgada, as inscrições da Ferrari, Red Bull e Toro Rosso foram dadas como “definitivas”, para além da Williams e Force Índia, mas esses dois já se sabia que iriam agir dessa maneira. Quem viu a lista, topou logo a jogada: é a táctica de Max Mosley para partir a FOTA ao meio, pois sabe-se que tendo somente cinco equipas de lado (a FOTA concentra dez), o organismo ficaria irremediavelmente dividido, e Mosley ganharia a guerra.
A FOTA, zangada, reagiu desta forma, indicando a sua irritação por esta lista, que classifica como “errónea”. "Em resposta à declaração errónea feita hoje pela FIA, a Associação de Equipas de Fórmula 1 (FOTA) gostaria de sublinhar que as inscrições de todos os seus membros - excluindo as temporariamente suspensas Force India e Williams - foram apresentadas à FIA como condicionais".
"As inscrições para o Campeonato do Mundo de Fórmula 1 de 2010 da FIA apresentado pela BMW-Sauber, Brawn GP, Ferrari, McLaren, Red Bull Racing, Renault, Toro Rosso e Toyota foram baseadas em condições que ainda não foram preenchidas".
"A FOTA continuará a agir construtivamente na resolução das divergências com a FIA. Lamentavelmente, a FOTA está a ser forçada a descrever em pormenor as nossas objecções às novas propostas arbitrárias da FIA e vamos revelar num futuro próximo os detalhes das nossas preocupações, que irão explicar construtivamente por que razão as propostas da FIA são más para o futuro da Fórmula 1, para os postos de trabalho dos que trabalham na indústria das corridas de automóveis, e especialmente para os milhões de adeptos fiéis que estão consternados e confusos com as quezílias internas no seio do nosso desporto".
"A unidade e a força dos seus membros congratula-se com as três novas equipas de Formula 1 hoje anunciadas e continua empenhada em trabalhar com todos os órgãos da Federação Internacional do Automóvel para resolver as nossas divergências", conclui o comunicado, revelado esta tarde.
Em suma, aquilo que deveria ser uma espécie de “terminus” nesta guerra, não é mais que o final de um episódio e o começo de outro. A Luta continua! A Ferrari já veio a público afirmar que Apesar de tudo, ambas as partes afirmam que querem chegar a uma “resolução pacífica”. Ah é? Quando os dois lados querem matar o seu oponente? Pago para ver! Agora fala-se num novo prazo: 19 de Junho. Não acredito muito que as coisas se resolvam até lá. Mais: começo a acreditar seriamente que a cada dia que passa, as coisas estão cada vez mais sérias, e as diferenças são cada vez mais profundas.
A ideia de uma cisão é cada vez mais real… caso Max Mosley continue à frente dos destinos da FIA. É que começam a existir entidades que apoiam as pretensões da FOTA, como a Associação Europeia dos Construtores. Nesse grupo estão membros como: Grupo BMW, DAF Trucks, Daimler, o Grupo FIAT, Ford of Europe, General Motors Europe, Jaguar Land Rover, MAN Nutzfahrzeuge, Porsche, PSA Peugeot Citroën, Renault, Scania, Toyota Motor Europe, Volkswagen e Volvo. E o que pedem?
"Hoje, os membros da direcção da Associação Europeia de Construtores Automóveis discutiram a actual situação da Fórmula 1, e concluíram que o actual sistema de governação não pode continuar. A ACEA chegou à conclusão de que a FIA precisa de um sistema de governação e de processos modernos e transparentes, incluindo a revisão da sua constituição, para assegurar que as vozes dos seus membros, participantes no automobilismo de todo o mundo e pilotos são devidamente auscultadas".
Esta associação pode não ter voz no processo de escolha do presidente da FIA, mas representa uma parcela importante do automobilismo, que são os construtores. Essa mesma entidade que até há ano e meio, Max Mosley e Bernie Ecclestone namoravam descaradamente para que passassem para a Formula 1, o maior “diamante” da loja. Em suma, Mosley é um jogador, e a sua táctica actual é o “dividir para reinar”, mas parece que finalmente, existem reacções… mas nós, os adeptos, é que estamos a pagar o preço desta guerra.
Para concluir, se quiserem esquecer momentaneamente esta guerra, posso recomendar o programa deste fim-de-semana, que é… excelente. As 24 Horas de Le Mans, lá fora, o Rali da Grécia, e o PTCC no Estoril são os principais eventos dos próximos dois dias. Espero que valham a pena. Até à próxima quinta-feira… 18 de Junho.
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