O circuito de Vila Real recebeu este fim de semana mais uma ronda do PTCC, a contar para a segunda competição do ano: a Taça de Portugal de Circuitos. À emoção do costume, acrescentou-se a polémica: o Mitsubishi Lancer de José Monroy venceu a Taça de Portugal com uma nitida falsa partida na segunda corrida, que não foi penalizada pelos comissários. O segundo lugar dessa corrida foi o suficiente para Monroy levar a Taça para casa. Oficiosamente...
O piloto garante que não fez falsa partida: "O carro descaiu mas eu só arranquei com a luz verde. Por isso não cumpri o 'drive through'. Os comissários estão a analisar as imagens e estou certo que vão estar de acordo comigo. Fico feliz por ter vencido a Taça", disse.
Essa polémica manchou definitivamente o fim de semana de corridas no mitico traçado urbano, recuperado em 2007 para a competição. Na primeira corrida do dia, César Campaniço, que regressava à competição depois de ter estado ausente na Boavista para cumprir mais uma jornada do ADAC GT Masters, fez a "pole-position" no seu BMW 320i e venceu a corrida. Mas esta começou de forma atribulada, quando o BMW 320i de José Pedro Fontes entrou em pião e causou uma carambola onde estiveram envolvidos o Peugeot 407 de João Figueiredo e o Seat Leon de Duarte Felix da Costa. A corrida foi interrompida e retomada pouco depois, com o piloto da BMW a manter a liderança até final.
"Depois do acidente do Fontes e da nova partida, fiz um bom arranque e senti alguma pressão do Jorge Arreal, mas depois fui ganhando margem e a determinada altura estava confortavelmente na frente. O problema foi mesmo gerir a concentração e as altas temperaturas no carro. Foi uma vitória justa", disse Campaniço. A acompanhá-lo no pódio foram o Seat de Patrick Cunha e o Mitsubishi de José Monroy.
"Estava a pressionar o Arreal na esperança que ele cometesse um erro. Acabou por falhar uma travagem e eu passei-o. Tentei aproximar-me do César mas ele já estava demasiado longe pelo que optei por não correr riscos e garantir o segundo lugar", explicou Cunha, piloto que guia um Seat Leon Supercopa.
Na segunda corrida da tarde, a polémica partida de José Monroy marcou todo o fim de semana. Para piorar as coisas, foi-lhe aplicado um "drive through" que ele... não obdeceu. No resto, o vencedor foi João Pedro Figueiredo, que com o seu Peugeot 407 S2000, conseguira levar o seu carro ao oitavo lugar na primeira corrida, o que lhe daria a pole-position para a segunda. Partiu bem e manteve essa posição até ao final, aguentando Monroy e o BMW 320i de Cesar Campaniço.
"Depois do incidente da primeira prova a minha equipa fez um trabalho excelente ao conseguir colocar, em tempo útil, o meu Peugeot em pista. Isso permitiu-me terminar a corrida em oitavo e largar para a segunda da pole. Confesso que no arranque fiquei um pouco baralhado ao ver o Monroy e caí para terceiro. Mas depois recuperei um lugar e comecei a pressionar o Mitsubishi Evo IX e acabei por passá-lo. Estava claramente mais rápido. Senti que o carro estava fiável e consistente e isso permitiu-me rodar nos limites. Estou muito contente com esta vitória e espero que este resultado afaste o azar de uma vez por todas", afirmou o piloto de Coimbra.
Quanto a César Campaniço, que partia de oitavo, teve uma corrida atribulada, mas foi capaz de subir posições que o permitiram chegar ao pódio no final. "Logo no arranque fico perplexo quando vejo o Monroy arrancar de sexto para primeiro. Depois a porta do meu BMW abriu-se e perdi muito tempo a tentar fechá-la. Felizmente que ela acabou por fechar por si mas nessa altura já tinha perdido demasiado tempo face aos meus adversários. Daí em diante foi sempre a dar o meu melhor para chegar ao grupo da frente, pressionei até os meus adversários cometerem erros. Cheguei ao terceiro lugar e como percebei que o Monroy teria de efectuar o 'drive through' nem me preocupei em passá-lo. A realidade é que ele não cumpriu. No geral, estou satisfeito com o resultado final deste fim-de-semana", declarou.
No final, Monroy é o vencedor da Taça de Portugal, pois mesmo que seja desclassificado, iria ficar com os mesmos pontos que Patrick Cunha. Mas Monroy tem uma vitória no seu currículo, que é importante em caso de desempate, ele é praticamente o vencedor. Mas mesmo assim, a polémica está lançada...
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