Para piorar as coisas, além da estreiteza do traçado, o tempo não ajudou muito no Domingo de manhã, fazendo com que chovesse durante a primeira corrida, e fazendo com que os toques fossem habituais e em consequência, a entrada do Safety Car ocorresse por duas vezes, pelo menos na primeira corrida, pois na segunda, esta durou apenas... quatro voltas.
Vamos aos factos. Na partida da primeira corrida, José Pedro Fontes, o "poleman", temia a largada do seu companheiro de fila o Mitsubishi Lancer Evo IX de José Monroy, que costuma ser muito bom, ajudado pelo facto de ter um carro de quatro rodas motrizes. E foi o que aconteceu. Mais lesto no sinal verde, Monroy ficou com a liderança. Contudo, algumas centenas de metros mais à frente, ainda na descida da circunvalação, Monroy "fecha a porta" a Fontes e o Mitsubishi entra em slide, mas Monroy preservou a liderança. "Pensava que já estava à frente do José Pedro mas afinal faltava ainda um bocadinho..." referiu, no final da corrida.
Nas duas voltas seguintes, Monroy ganhou 5,7 segundos ao BMW de Fontes, enquanto este sofria a pressão dos Seat Leon Supercopa. Entretanto, João Figueiredo, no seu Peugeot 407 S2000, tentava recuperar posições mas um falhanço na travagem à chicane da Boavista, fez com que a sua corrida acabasse contra os pneus. Os toques e piões sucediam-se, com o pior caso a ser a nova chicane da recta da meta, a qual acabou destruída por diversas travagens falhadas na primeira volta, facto que motivou a primeira entrada do "safety-car".
Retomada a corrida, José Monroy volta a ser mais eficaz que José Pedro Fontes e este volta a ter os Seat a pressioná-lo, mas as confusões vão-se sucedendo ao longo de toda a pista com toques, piões e saídas. Joffrey Didier, no seu Seat, faz um pião na entrada do miolo do circuito, e vários concorrentes conseguem evitá-lo... menos Nuno Barroso Pereira, que, na tentativa de corrigir a trajectória do seu Subaru toca no Seat e abre a direcção. Resultado: nova entrada do "safety-car".
Quando o safety-car recolheu às boxes pela segunda vez, faltavam apenas 4 minutos e 20 segundos para o limite de tempo. O suficiente para duas voltas. Monroy voltou a ganhar vantagem enquanto Fontes se debatia com problemas de caixa e permitia a passagem do Seat de Francisco Carvalho. A seguir foi Jorge Areal e Patrick Cunha que passaram o homem do BMW, que terminou na quinta posição final.
Duarte Felix da Costa perdeu tacticamente dois lugares antes da última curva. "Assim parto na frente para a segunda corrida... vamos a ver se a táctica resulta" afirmava o piloto do Seat, esperançado que a segunda corrida fosse menos tumultuosa do que a primeira.
Na segunda corrida da tarde portuense, havia maiores expectativas pelo facto desta decorrer em piso seco. Porém, mal se sabia que que a corrida teria apenas... quatro voltas disputadas em ritmo de corrida! Partindo em arranque parado, com os oito primeiros lugares da corrida anterior invertidos, não houve grandes problemas nos lugares cimeiros. Duarte Felix da Costa não consegiuu fazer valer a sua táctica de partir na "pole", pois cedo o BMW de José Pedro Fontes ascendeu à liderança.
Apesar do bom aranque com a conquista de dois lugares nos primeiros 50 metros, o vencedor da primeira corrida, José Monroy, demorou tempo a chegar ao terceiro lugar, numa altura em que Duarte Felix da Costa se preparava para abandonar, com problemas no seu carro. Mais atrás, Martine Pereira via o seu Alfa Romeo 147 escorregar numa das piores zonas para esse tipo de manobras - entre as duas esquerdas que antecedem a meta - acabando por embater violentamente nos muros. Graças a esse embate, o Safety Car entrou em pista.
Os comissários demoraram a tirar o carro do seu local, e quando isso aconteceu, os pilotos só tinham seis minutos para conseguir fazer voltas competitivas até ao cair da bandeira de xadrez. Contudo, na volta de regresso, o Mitsubishi de Monroy, o terceiro, pressionava o Seat Leon de Patrick Cunha, mas este último acabaria por ver o seu carro escorregar à saída da chicane da meta, raspando no muro com a quebra da direcção como resultado desse impacto. Monroy vinha colado e acabou por embater no Seat, ficando os dois carros a obstruir a pista, e com isso, a corrida foi dada como terminada e José Pedro Fontes declarado vencedor.
"Cumprimos o nosso objectivo de ganhar uma das corridas. Não era só pelo resultado que s epode aproveitar para o campeonato, era também pela visibilidade que isso nos dá," referiu Fontes no final. Ironia das ironias: os envolvidos na confusão que ditou o fim prematuro da corrida, Patrick Cunha e José Monroy, acabaram por ficar com os lugares seguintes do pódio, já que a classificação válida... era a da volta anterior.
A proxima jornada da Taça de Portugal de circuitos ocorrerá entre 26 e 28 de Julho, noutro circuito urbano, o de Vila Real.
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