Para quem gosta de velocidade, como eu, ver os Mundiais de Atletismo, que começaram ontem no Estádio Olimpico de Berlim, até é algo excelente. E como é obvio, estava curisoso em ver o "Super-Bolt", e ver como correria depois dos espantosos Jogos Olimpicos de Pequeim, onde levou três medalhas de outro e três recordes do Mundo, nos 100, 200 e 4x100 metros (este último pela Jamaica)
Durante anos e anos, a velocidade sempre foi um feudo americano, com ocasiões onde se poderia interferir os seus vizinhos caribenhos como a Jamaica, Trinidad e Tobago e ocasionalmente alguém vindo das Bahamas ou uma qualquer ilhota lá perto. França, Canadá, Russia, Alemanha... essa desapareceram há muito do mapa velocipédico humano. Ocasionalmente lá aparece um britânico ou um francês, e nós já tivemos o nosso pequeno momento de glória, com o Francis Obikwelu, um nigeriano que um dia, com 16 anos, veio para Portugal e se apaixonou pelo nosso país.
Agora, nunca os americanos foram tão ameaçados como agora. Um país que teve Jesse Owens, Carl Lewis e Maurice Greene habituados a serem campeões do mundo e olimpicos, arricam a ter uma geração de atletas secundários. Tyson Gay, por exemplo, tinha tudo para suceder a essa longa linha. Só que apareceu Usain Bolt, provavelmente teletransportado do século XXII, numa máquina do tempo qualquer, e consegue tirar 16 centésimos de segundo ao recorde mais seguido e celebrado do atletismo: os cem metros planos.
No ano passado, na final olimpica de Pequim, quando Bolt tirou três segundos ao recorde, a descontração era tal que veio a gozar na parte final da corrida, antecipando as celebrações da medalha de ouro, por uma margem enooorme! E quando esse recorde fixou-se em 9.69 segundos, o seu treinador censurou-o dizendo que se estivesse concentrado o tempo todo, poderia ter baixado o recorde dos 9.60, pois tinha capacidade para tal.
Muitos não acreditaram naquilo que dizia. Outros insinuaram que aquele feito teve "ajuda", mas ele disse que não era assim, era apenas o seu metabolismo e os seus métodos de treino. E que iria provar isso na próxima competição. Essa oportunidade verificou-se hoje à noite, quando contra os americanos, Bolt tira 11 centésimos de segundo ao seu próprio recorde, fixando-o em 9.58 segundos. Parece um tempo de fantasia, conseguido apenas na Playstation. Mas não: é real, foi feito por um atleta real. E Usain Bolt, a poucos dias de comemorar 23 anos de idade, consegue definitivamente o seu lugar na história.
Os recordes vivem para ser superados, é certo. Mas será que nós viveremos para ver o sucessor de Bolt esmagar esses recordes. E outra coisa: onde é que Bolt vai deixar o seu recorde? Abaixo dos 9.50? Se assim for, só demonstra que é sobre-humano. E ainda por cima, no mesmo palco onde, 73 anos antes, Jesse Owens humilhou os nazis convencidos da sua "superioridade ariana"...
Eu vi! Eu vi em directo! E OMG este Sr. Bolt é uma flecha. muito bom mesmo.
ResponderEliminarAquele episódio nos acessos à final em que ele antes de cortar a meta ja ia a conversar com o atleta do lado (Bailey)... Priceless
Nesta final ele parece ter dado tudo mas eu tenho a certeza que ele consegue baixar dos 9.45.
Faz-me lembrar um saltador (à vara se não estou em erro) que em todos os meetings batia o seu recorde (e do mundo) por um cm ganhando assim uma pipa de massa.
Cumprimentos, Pensador Axadrezado
e deculpem a divagação -.-'