Uma semana depois de Zeltweg, o Mundial de Pilotos encontrava-se ao rubro, com Eddie Irvine e Mika Hakkinen separados por dois pontos, tendo o irlandês aproveitado bem a confusão entre os dois pilotos da McLaren na pista austriaca. Agora, em Hockenheim, sem o seu herói Michael Schumacher, ainda em convalescença devido ao acidente de Silverstone, duas semanas antes, os alemães passariam por torcer ou pelos outros tedescos na grelha, como o seu irmão Ralf Schumacher ou Heinz-Harald Frentzen, ou então eram leais ao "Barão Vermelho" e torcer pela Ferrari.
Sem alterações nos inscritos, na qualificação assistiu-se à luta entre Ferrari e McLaren, com uma honrosa intromissão da Jordan de Frentzen, que naquela temporada tinha um excelente carro nas suas mãos. Hakkinen levou a melhor, mas por muito pouco, na luta pela "pole-position". Na segunda fila, o McLaren de David Coulthard tinha a seu lado o Ferrari de Mika Salo, que tinha batido o seu comapnheiro Eddie Irvine. Em sexto na grelha estava o Stewart-Ford de Rubens Barrichello. Na quarta fila estavam o Prost-Peugeot de Olivier Panis e o segundo Jordan-Honda de Damon Hill, enquanto que a fechar o "top ten" ficavam o segundo Prost de Jarno Trulli e o Benetton-Supertec de Giancarlo Fisichella.
A pole-position do piloto finlandês era marcante para a McLaren: era a centésima da marca em toda a sua história desde 1968, 26 anos e meio depois de Peter Revson, no já distante GP do Canadá de 1972.
No dia da corrida, 90 mil espectadores ouviram algums minutos antes da corrida uma mensagem de Michael Schumacher, mostrando estar a caminho da recuperação, e esperando voltar o mais depressa possivel para dentro de um carro, talvez ainda nas últimas corridas dessa temporada.
Na partida, Hakkinen ficou na frente, mas Frentzen e Coulthard foram mais lentos e foram ultrapassados por Salo, que passou para a segunda posição. Irvine ficou em sexto, mas a sua sorte estava prestes a mudar quando Barrichello, que andava à sua frente, desistiu com problemas hidraulicos na volta seis. Dez voltas mais tarde, Coulthard corta a chicane para tentar ultrapassar Olivier Panis, e os comissários decretam um "stop & go" de dez segundos. Assim, Irvine sobe à terceira posição e lá fica até à altura dos primeiros reabastecimentos. quando foi a sua vez, sai na frente de Frentzen e toma a liderança.
A sorte para Irvine iria continuar quando Hakkinen perde demasiado tempo no seu reabastecimento na volta 24 devido a uma avaria no seu depósito. Quando o finlandês volta à pista, cai para a quarta posição, deixando na liderança outro finlandês, outro Mika. Salo. Aos 31 anos, estava pela primeira vez na sua carreira à frente de um Grande Prémio. começa a elaborar uma recuperação, mas na volta seguinte, á entrada do Estádio, o pneu traseiro diteito de Hakkinen explode, despistando-se a alta velocidade contra a barreira de pneus.
Sem Hakkinen a incomodar, e com os Ferrari na frente, a boxe ordena que Salo ceda o comando a Irvine, para assim capitalizar da melhor maneira possivel o resultado. O finlandês cede e assim a Ferrari alcança a dobradinha, com Salo a subir ao pódio pela primeira vez na sua carreira Frentzen fechava o pódio, enquanto que o Williams de Ralf Schumacher, o McLaren de David Coulthard e o Prost de Olivier Panis ocupavam os restantes lugares pontuáveis.
No final, reconhecido pelo gesto, Irvine ofereceu o troféu de vencedor a Salo. apesar de agora liderar o campeonato com oito pontos de avanço sobre Hakkinen, reconhecia que isto se deveu à sorte: "Não ganhamos a corrida à McLaren. Eles deram um tiro no pé", diria depois na conferência de imprensa.
Fontes:
Santos, Francisco - Formula 1 1999/2000, Ed. Talento, Lisboa, 1999
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