quarta-feira, 30 de setembro de 2009

GP Memória - Canadá 1979

Depois do pelotão da Formula 1 comemorar os títulos de pilotos e construtores da Ferrari, na sua casa de Monza, era a altura de correr as duas etapas finais deste campeonato, em paragens americanas. A primeira dessas corridas era em Montreal, no Canadá, onde o agora vice-campeão do mundo, Gilles Villeneuve, se sentia em casa, e queria repetir o feito do ano anterior, onde venceu a corrida.


Na lista de inscritos havia algumas alterações significativas. A Fittipaldi inscrevia um segundo F6 para Alex Dias Ribeiro, enquanto que a Tyrrell tinha um terceiro carro para o irlandês Derek Daly. A Alfa Romeo tinha levado para Montreal os seus dois carros, para Bruno Giacomelli e Vittorio Brambilla, preparando-se para a temporada de 1980, onde apareceriam em força. Ao todo estavam 30 carros, para 24 lugares, e os problemas começaram a surgir para os organizadores. Assim sendo, pediram à Alfa Romeo para que participassem sozinhas numa pré-qualificação, onde o melhor entraria. A equipa recusou, dizendo que tinham direito a correr da mesma forma que os outros pilotos. A organização impediu inicialmente que os Alfa Romeo corressem em pista, mas no final chegou-se a um compromisso, deixando apenas um carro, o de Brambilla, enquanto que o outro carro, o de Giacomelli, ficava de fora.


Com este compromisso alcançado, máquinas e pilotos foram para a pista correr, mas na sexta-feira à tarde, o paddock da Formula 1 é abalado pela inesperada notícia da retirada de Niki Lauda. Após nove anos de competição e dois títulos mundiais, o piloto austríaco, que estava a ter uma má temporada nesse ano, decidira que era altura de retirar-se da competição e dedicar-se ao seu projecto aéreo, a Lauda Air. Apanhado de surpresa pela decisão (mas não tanto, como veio a saber-se mais tarde), Bernie Ecclestone foi buscar o argentino Ricardo Zunino para correr no seu carro para esta corrida. Chegou a pedir pelos altifalantes do circuito se havia algum piloto disponível para correr, e Zunino apareceu.


Depois disto, a qualificação prosseguiu, com Alan Jones e conseguir superar o ídolo local Gilles Villeneuve e fazer a “pole-position”, com Villeneuve logo a seu lado. Na segunda fila estava o segundo Williams de Clay Regazzoni, que tinha a seu lado o Brabham-Alfa Romeo de Nelson Piquet. Na terceira fila estava o Ligier-Cosworth de Jacques Laffite e logo atrás o Tyrrell-Cosworth de Didier Pironi. A quarta fila tinham os Renault de Jean-Pierre Jabouille e René Arnoux, e para fechar o “top ten” estavam o Ferrari de Jody Scheckter, agora campeão do Mundo, e o Lotus-Cosworth de Mário Andretti.


Ricardo Zunino portou-se bem e ficou com o 19º tempo na qualificação, imediatamente atrás de Vittorio Brambilla e o seu Alfa Romeo oficial, enquanto que havia cinco pilotos não-qualificados: o Arrows-Csoworth de Jochen Mass, o Wolf-Cosworth de Keke Rosberg, o Ensign-Cosworth de Marc Surer, o Merzário-Cosworth de Arturo Merzário e o Copersucar-Coaworth de Alex Dias Ribeiro.

No início da corrida, Villeneuve leva a melhor sobre Jones e passa para a liderança. Regazzoni é terceiro, seguido por Piquet. Na volta seguinte, o brasileiro fica com o terceiro lugar, enquanto que Jones persegue Villeneuve. A corrida foi um constante perseguição entre Jones e Villeneuve, com o canadiano, graças ao poder do seu Ferrari, a conseguir superar um Williams que era melhor em termos aerodinâmicos. Esta perseguição durou mais de metade da corrida, até à entrada da 50ª volta. No final da virada do Casino, Jones atacou a liderança do canadiano, e conseguiu superá-lo, com uma ultrapassagem louca, pois ambos os pilotos tocaram nas rodas. Aparentemente esta estava a ser uma manobra usual nas pistas nessa temporada…


Após isso, Jones passou a caça e Villeveuve era o caçador. Perseguido a partir dali, o canadiano quis reempossar a liderança que a tinha tirado no inicio da corrida, mas Jones conseguiu segurar o piloto local, e estava disposto a fazê-lo até ao final da corrida. Mais atrás, Piquet estava num sólido terceiro lugar e a caminho de um pódio mais do que certo. Contudo, a poucas voltas do fim começou a ter problemas com a caixa de velocidades do seu Brabham e começou a perder posições. Mais tarde, acabou por abandonar. Assim, o terceiro lugar ficou nas mãos de Regazzoni.


No final da 72ª volta, a bandeira de xadrez era mostrada e Jones tinha levado a melhor sobre Villeneuve, em solo canadiano, com Clay Regazzoni a acompanhá-los no pódio, na terceira posição. Aquele que viria a ser o último pódio do piloto suíço na sua longa carreira na Formula 1. Nos restantes lugares pontuáveis focaram o novo campeão do Mundo, Jody Scheckter, o Tyrrell-Cosworth de Didier Pironi e o McLaren-Cosworth de John Watson. Agora, máquinas e pilotos rumavam a Watkins Glen para um devido encerramento da temporada.

2 comentários:

  1. Já é oficial o Alonso na Ferrari po 3 anos!

    ResponderEliminar
  2. Amanhã é aniversário de Jean Denis Délétraz, que correu entre 1994 e 1995 por Larrousse e Pacific, e se tornou o último suíço a correr na F-1 antes de Sébastien Buémi.

    Valeu!

    ResponderEliminar

Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...