Duas semanas depois da Formula 1 ter passado por Lisboa, esta preparava-se para correr nas longas tectas de Monza, um circuito que só tinha três curvas dignas desse nome, as Lesmos e a Parabólica, enquanto que as outras não eram mais do que rectas curvas, pois faziam-se quase sem que os pilotos levantassem o pé.
Sitrling Moss queria ganhar de novo, pois sabia que assim as suas hipóteses de título, no seu Cooper-Climax da Rob Walker Racing aumentariam expoencialmente. Mas o seu maior rival tinha o mesmo chassis, embora da equipa oficial: Jack Brabham. Contudo, os Ferrari, que corriam em casa com os seus modelos 246 de motor dianteiro, apesar de começar a ficar datados perante os Cooper de motor traseiro, ainda eram uma ameaça, dado estarem à vontade neste circuito de alta velocidade. E Tony Brooks era um candidato ao título.
A Ferrari preparou-se para Monza não deixando os créditos por mãos alheias: inscreveu cinco (!) carros para esta ocasião. Para além de Tony Brooks, os americanos Phil Hill e Dan Gurney, os outros dois carros inscritos foram para o belga Olivier Gendebien e o inglês Cliff Allison. A Cooper tinha três carros oficiais para Jack Brabham, o jovem neozelandês Bruce McLaren e o local Guido Scarlati, enquanto que na Rob Walker Racing, para além de Stirling Moss, outro carro estava inscrito para o francês Maurice Trintignant. Havia mais três Cooper inscritos, mas eram da Scuderia Centro-Sud e tinham motor Maserati. Os ingleses Jack Fairman, Ian Burgess e Colin Davies iriam pilotar esses carros.
Na BRM, os três habituais pilotos estavam presentes: o americano Harry Schell, o inglês Ron Flockhart e o sueco Jo Bonnier lá estavam, enquanto que a Aston Martin trazia o americano Carrol Shelby e o inglês Roy Salvadori. Para fechar a lista estavam os Lotus de Innes Ireland e Graham Hill, mais um Maserati 250F tripulado por Guido Cabbianca.
Nos treinos, apesar da velocidade de ponta dos Ferrari, quem levou a melhor foi Stirling Moss, no seu Cooper da Rob Walker Racing, com Tony Brooks no segundo posto, ao volante do seu Ferrari. A fechar a primeira fila ficou Jack Brabham, no Cooper oficial. Na segunda fila estavam dois americanos, nos seus Ferrari. Dan Gurney tinha levado a melhor sobre Phil Hill, enquanto que na terceira fila estavam o Ferrari de Olivier Gendebien, o BRM de Harry Schell e o quarto Ferrari de Cliff Allison. A fechar o "top ten" estavam o Cooper de Bruce McLaren e o Lotus-Climax de Graham Hill.
Na partida, as hipóteses de uma vitória Ferrari foram por água abaixo quando o motor de Brooks cedeu logo nos primeiros metros, colocando-o praticamente fora do título. Moss conservou a liderança, com Phil Hill na segunda posição e Brabham na terceira. Com o passar das voltas, a potência dos Ferrari fez com que Hill e Gurney passassem os Cooper, mas Moss não perdia rasto deles, pois estava a fazer um andamento conservador, no sentido de poupar os pneus para a corrida, dado que o andamento naquele rápido circuito fazia com que estes gastassem rapidamente...
A meio da corrida, os Ferrari tiveram de parar para efectuar as suas trocas de pneus, mas Moss e Brabham decidiram não parar. Esse gesto foi decisivo para o inglês, já que com o seu andamento, poupou os pneus o suficiente para cavalgar rumo à vitória em casa da Ferrari, com o próprio Commendatore a assistir. Phil Hill recuperou o suficiente para apanhar Brabham, mas Moss já estava distante para o conseguir apanhar.
Sendo assim, no final das 72 voltas ao circuito italiano, Moss era o vencedor, com Hill no segundo posto e Brabham no terceiro. Outros dois Ferrari, o de Dan Gurney e o Cliff Allison, ficaram com os restantes lugares pontuáveis. Com somente um Grande Prémio para acabar, no novo circuito de Sebring, nos Estados Unidos, a diferença entre Moss e Brabham era agora de 5,5 pontos (31 contra 25.5), com Brooks em terceiro, com 23 pontos, mas com uma tarefa muito mais difícil para alcançar os Cooper. Quanto ao título de construtores, já tinha um dono: pertencia à Cooper, o primeiro para um carro com motor traseiro.
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