À hora que escrevo isto, a Europa já vive a Terça-feira, 6 de Outubro. E hoje faz 35 anos sobre a conquista do bicampeonato do mundo por parte de Emerson Fittipaldi, no circuito americano de Watkins Glen.
Para quem está a acompanhar os posts que coloco sobre a temporada de 1974, tem notado que este foi um campeonato renhido entre Fittipaldi, os Ferrari de Clay Regazzoni e um jovem austriaco chamado Niki Lauda, e o Tyrrell de Jody Scheckter, que carregava o bastão passado por Jackie Stewart no final do ano anterior, quando se retirou da competição. Fittipaldi venceu somente três corridas (Brasil, Belgica e Canadá), numa temporada equilibrada. Beneficiou também do facto de ter uma excelente máquina entre mãos, o modelo M23, estreado no ano anterior, às mãos de Peter Revson e Dennis Hulme.
O seu estilo de pista, veloz mas calculista, provara ser o ideal, pois a sua juventude (tinha 27 anos na altura) chocava, por exemplo, com a veterania que os 35 anos de Clay Regazzoni mostravam, ou a inexperiência que Niki Lauda, então na sua terceira temporada completa, e Jody Scheckter (tirando cinco corridas em 1972 e 73, Scheckter era um "rookie") demonstravam, e lhes custou algumas corridas. Mas Lauda e Scheckter davam sinais de crescimento, e se o tempo lhes permitisse, seriam campeões.
Pensava-se que o grande rival de Fittipaldi fosse Ronnie Peterson, seu ex-companheiro na Lotus. Mas o Lotus 72 já dava sinais de desgaste, e o seu sucessor, o modelo 76, revelou-se um fracasso. Mesmo assim, Peterson venceu três corridas: Mónaco, França e Itália. Tantas corridas quantas Fittipaldi, mas o brasileiro tinha sido mais regular.
Com o bicampeonato, conquistado no mesmo dia que o seu compatriota e amigo José Carlos Pace comemorava o seu 30º aniversário natalicio, Fittipaldi atingia o auge da sua carreira automobilistica, e julgava-se que mais conquistas estariam para vir. Mas um ano depois, terminando mais um campeonato onde tinha sido batido pelo Ferrari de Niki Lauda, iria partir da McLaren rumo à maior aventura de todas: ajudar o seu irmão Wilson Fittipaldi no projecto Copersucar de Formula 1.
O que impressiona é ver o Emerson sempre feliz. E que deixa a gente igual. Devemos conhecer tantos homens ricos econômica e financeiramente como ele, mas é indiscutível que, ao ver ele com o indefectível sorriso estampado no rosto, vive ali um homem apaixonado pelo que já fez. É o que chamamos em inglês de legend.
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