Esta semana falei da corrida presidencial da FIA, entre o Ari Vatanen e o Jean Todt, e sabia de antemão que estava a ser tudo, menos um passeio no parque para o "pequeno Napoleão", especialmente depois de saber que muitos dos apoios que inicialmente julgava ter, poderem ter desertado para o campo do ex-piloto finlandês e eurodeputado europeu.
Hoje, a dez dias da eleição presidencial, os candidatos atacaram mutuamente, com Vatanen a dizer que Todt é "a continuidade de Mosley na FIA", o que provavelmente é verdade, enquanto que o candidato francês acusou o finlandês de usar truques sujos.
Hoje, a dez dias da eleição presidencial, os candidatos atacaram mutuamente, com Vatanen a dizer que Todt é "a continuidade de Mosley na FIA", o que provavelmente é verdade, enquanto que o candidato francês acusou o finlandês de usar truques sujos.
Algo interessante surgiu hoje, com a entrada em acção de Michael Schumacher. Apoiante de Todt, o ex-piloto alemão escreveu uma carta aberta aos clubes eleitores, criticando a sua postura nesta corrida eleitoral:
"Devo dizer que estou surpreso e desapontado com a forma com que os Grandes Clubes têm agido durante esse período de eleição: parece que eles já têm suas cabeças feitas mesmo antes de ler as propostas políticas de Jean ou encontrá-lo... Esta não é a minha idéia de transparência e profissionalismo.”, declarou.
Estas declarações foram entendidas por pessoas como James Allen, como uma espécie de "jogada desesperada" vinda do campo do francês, pois parece que muitos dos votos que julgavam certas, desertaram para o lado finlandês. E o próprio Ari nem se coibe de esconder: também hoje, escreveu uma carta onde reclama o apoio de 70 por cento dos clubes!
“Eu e a minha equipa acreditamos que ttemos mais de metade dos votos. Estamos a dar esperança às pessoas e elas estão a acreditá-la", afirma. "A maioria dos clubes sente a necessidade de uma FIA mais democrática, que tome conta dos problemas de todos. Todt é apoiado por pessoas que estão no poder por muitos anos, como Mosley e Ecclestone, e ambos não representam o futuro. Eu sou o unico que representa a mudança que se quer ter. O presidente da FIA deve servir a todos e não as pessoas que representam certos interesses. É isso que as pessoas querem e é o que terão caso me elegam", concluiu.
Para finalizar: o Ron Groo falou-me da outra vez que teme Vatanen pelo facto de ter dito que, caso seja eleito, que "a Formula 1 terá medo de mim". E achava que o nórdico seria um Mosley II, mais novo e menos tarado. Tudo isto porque o finlandês disse numa entrevista ao jornal "The Straits Times", de Singapura, frases como esta:
- "Temos de reconstruir a Formula 1 em conjunto com o senso comum, a democracia, a honestidade e a transparência. Quero colocar a categoria em pé de igualdade com o resto. A FIA não se trata apenas da Formula 1”.
- “A Formula 1 é o desporto mais rico do mundo em investimentos de capital, mas nem todo o dinheiro é voltado para outras categorias. Isso é errado."
Foram declarações polémicas, sem dúvida. Mas o que ele quer dizer é que não quer desinvestir na Formula 1 a favor de outras categorias como o WRC, os Sport-Protótipos e outros. Na minha óptica, ele quer dar maior igualdade, sem ter de desvirar recursos. Nâo creio que Vatanen vá fazer o que foi feito em 1991, quando Mosley, recém-eleito presidente da FIA, e Ecclestone decidiram "matar" uma competição florescente, e que rivalizava com a Formula 1 chamado Mundial de Sport-Protótipos (o Grupo C).
Nessa altura estavam marcas como a Porsche, Mercedes, Jaguar, Mazda, Nissan e Peugeot. E eles queriam essas marcas na Formula 1. O regulamento que entrou em vigor nesse ano obrigava a que as máquinas tivessem apenas motores de 3500 cc (os mesmos que tinham então a Formula 1) e com máquinas a pesar 750 kg. Este regulamento fez com que os custos subissem expoencialmente e as marcas acabaram por desistir, vendo que seria mais barato estar na Formula 1. Coincidência das coincidências, foi nesta altura que entraram as equipas de fábrica...
Nâo acredito que Vatanen queira ser o coveiro da Formula 1. Na minha opinião, apenas quer mostrar que há mais automobilismo para além da Formula 1. Se alguém que pode ser apontado como "coveiro" de alguma coisa, é o "tio" Bernie, com a ajuda do "tio" Max...
Coveiros muito caros inclusive...
ResponderEliminar