Se estivesse vivo, faria hoje cem anos. Bernd Rosemeyer foi um dos grandes pilotos alemães da era do Grand Prix nos anos 30, contemporâneo de pilotos como Rudolf Caracciola, Manfred Von Brautisitch, Hermann Lang, Tazio Nuvolari e Achille Varzi, entre outros.
Numa era em que, graças aos milhões dados pelo governo Nazi à Mercedes e Auto Union, criando aquilo que se veio a chamar de "Flechas de Prata", o facto de Rosemeyer ter sido dos poucos a controlar os carros com motor traseiro da Auto Union, desenhados por um dos maiores génios da engenharia do século XX chamado Ferdinand Porsche, e retirar delas o seu grande potencial, graças ao facto da sua carreira ter começado nas motos, deu-lhe muita a fama que adquiriu, e o título europeu em 1936.
Rosemeyer era uma celebridade no seu tempo. Casou com a aviadora Elly Beinhorn (falecida em 2007, aos cem anos), naquilo que se tornou no "casamento do ano" na Alemanha, e teve um filho, que se tornou médico. Adorava o numero... 13. Diz-se que foi porque conheceu Elly num dia 13, casou num dia 13 e ganhou o GP da Alemanha de 1936... treze dias depois do seu casamento, numa prova onde o nevoeiro foi o rei. Aliás, um dos seus nomes era esse: "Nebelmeister" (Rei do Nevoeiro)
A 28 de Janeiro de 1938, Mercedes e Auto Union juntaram-se no troço da "Autobahn" entre Frankfurt e Darmstadt, no unico objectivo de alcançar o recorde mundial de velocidade. No lado da Mercedes estava Rudolf Caracciola (cujo cinquantenário da sua morte aconteceu no passado dia 26 de Setembro), e estes duelos eram tão publicitados como as corridas em si. Rosemeyer detestava este tipo de provas, devido aos perigos que acarretava, mas aceitava os desafios. Quando Caracciola marcou 428 km/hora no seu Mercedes, Rosemeyer sorriu e disse: "Agora é a minha vez!" Ele foi para o seu carro, correu, sofreu um golpe de vento, desfez-se e foi projectado para fora do carro. Teve morte quase imediata, aos 28 anos.
A sua morte foi um acontecimento, e o seu funeral foi assistido pelos mais altos dignatários nazis. Nem Rosemeyer, nem Beinhorn tinham muitas simpatias pelo regime de então (Rosemeyer era membro das SS, mas estava lá contrariado...), e ela até recusou as honrarias, abandonando o funeral a meio, deixando ambaraçados os dirigentes nazis.
"Bernd não conhecia o medo", disse depois Rudolf Caracciola, "e isso às vezes não é bom. Nós temiamos pela sua vida cada vez que corria. Tinha a sensação de que ele não viveria por muito tempo, e que tal acidente aconteceria mais cedo ou mais tarde..." Mas a lenda resistiu até aos nossos dias.
Na altura em que se comemorou o 70º aniversário da sua morte, fiz-lhe uma biografia sobre a sua vida e a sua carreira. Se quiserem ler, basta seguirem o link.
"Bernd não conhecia o medo", disse depois Rudolf Caracciola, "e isso às vezes não é bom. Nós temiamos pela sua vida cada vez que corria. Tinha a sensação de que ele não viveria por muito tempo, e que tal acidente aconteceria mais cedo ou mais tarde..." Mas a lenda resistiu até aos nossos dias.
Na altura em que se comemorou o 70º aniversário da sua morte, fiz-lhe uma biografia sobre a sua vida e a sua carreira. Se quiserem ler, basta seguirem o link.
rudolf caracciola estava fazendo 428 km/hr no seu mercedes.... será que Bernd Rosemeyer chegou só aos 427 km/hr?
ResponderEliminarporque?:
429 = 4+2+7 = 13
valiosa Lembranca!!!Bom saber que exitem pessoas que se interessam pela essencia das corridas de grandes premios, inciada em 1906 na França e que atingiu o apice justamente na decada de 1930, onde correu Bernd Rosemeyer.
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