Foi provavelmente o maior rival do Lotus 49, apesar de ter um motor inferior à máquina desenhada por Colin Chapman. Contudo, a sua fiabilidade, especialmente em 1967, o segundo ano de vigência dos motores de 3.5 litros, deu um título de pilotos e outro de construtores à Brabham, e nos anos seguintes, às mãos de pilotos privados, deu alguns bons resultados, nomeadamente ao suíço Sílvio Moser, correndo com ele até 1969. Hoje falo do chassis Brabham BT24, desenhado por Ron Tauranac e que deu o título mundial a Dennis Hulme.
Depois do sucesso que foi os chassis BT19 e BT20, que lhes deu os títulos de construtores e de pilotos a Jack Brabham, a equipa ainda estava na mó de cima no inicio de 1967, pois equipas como a Lotus e a BRM ainda não estavam ou totalmente preparadas para a nova Formula de 3 Litros, ou então as suas máquinas não eram totalmente fiáveis. A Brabham, com os seus motores Repco, era a equipa melhor preparada no terreno, e tinha tudo para continuar na senda das vitórias na temporada de 1967.
Foram construidos três chassis BT24, cujas diferenças não eram muitas relativamente aos BT19 e BT20, carros corridos, respectivamente por Brabham e Hulme. O motor Repco era mais fiável, logo, aproveitaria melhor os problemas de juventude que o seu rival, a Lotus, teria com o chassis 49 e o seu motor Cosworth V8. Para além disso, o chassi era mais pequeno e compacto do que o carro desenhado por Colin Chapman. Estreado no GP da Belgica de 1967, deu três vitórias à equipa, o mais memorável delas todas foi a vitória de Hulme no GP da Alemanha. Quando o neozelandês acabou essa corrida, em Nurburgring, para além de comemorar a vitória, ainda levou à boleia... o seu companheiro e patrão, Jack Brabham.
No final de 1967, a regularidade de Hulme foi mais do que suficiente para dar a Hulme o seu unico título de campeão do mundo de Formula 1, batendo Brabham, apesar deste ter ganho duas corridas, em França (Le Mans) e Canadá (Mosport). No campeonato de Construtores, A Brabham conquistou o seu segundo título da sua carreira, conseguindo 63 pontos contra os 44 da Lotus.
O carro foi usado na primeira ronda do Mundial de 1968, na Africa do Sul. Conduzido por Brabham e pelo seu novo recruta Jochen Rindt, que substituira Hulme quando este se mudou para ajudar o seu compatriota Bruce McLaren. Brabham desistiu, mas Rindt acabou a corrida na terceira posição. No final, ambos os chassis ficaram na Africa do Sul, onde foram usados pelos pilotos locais Sam Tigle e Basil Van Rooyen no campeonato local, acabando nos terceiro a quarto lugares desse campeonato. Tingle trouxe esse carro para competir o GP da Africa do Sul de 1969, e terminou a corrida no oitavo lugar.
Entretanto, o terceiro chassis, que tinha sido conduzido por Kurt Aherns Jr. no GP da Alemanha de 1968, acabava no inicio de 69 nas mãos do suiço Silvio Moser. Ele, que tinha usado um chassis BT20 no ano anterior, modificou um pouco esse chassis não só para poder receber o motor Cosworth, como também para ter um maior depósito de combustivel para aquele motor, mais sedento do que o Repco australiano. Moser correu em sete das onze provas desse campeonato, e no GP dos Estados Unidos, em Watkins Glen, conseguiu terminar a prova na sexta posição, conquistando o unico ponto da época, e o último da sua carreira. No ano seguinte, Moser usou alguns componentes desse chassis BT24 para construir o Bellasi, o seu projecto de chassis suiço, que não teve grandes resultados.
Chassis: Brabham BT24
Projectista: Ron Tauranac
Motor: Repco V8 de 3.5 litros
Pilotos: Jack Brabham, Dennis Hulme, Jochen Rindt, Dan Gurney, Sílvio Moser, Kurt Ahrens Jr., Sam Tingle, Basil Van Rooyen
Corridas: 21
Vitórias: 3 (Brabham 2, Hulme 1)
Polé-positions: 0
Voltas Mais Rápidas: 1 (Hulme 1)
Pontos: 81 (Brabham 41, Hulme 35, Rindt 4, Moser 1)
Títulos: Campeão do Mundo de Pilotos (Dennis Hulme) e de Construtores em 1967.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Brabham_BT24
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