![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilsTQQfDg1TikpVz0P2d3cMw4lNPLdHJIiByEpWVBlNrrbbtr7mL8Y_e3SBBVk9G3Ngs5k2lvqTTgxXJwF2plSIP2U68kjMWGk1dyzUC2-h3o6pg8DGs4bje4ZRJb04jfRtCcxLt1wOgwA/s400/401px-Joseph_Stalin.jpg)
Há setenta anos, na Primavera de 1940,
José Estaline, que poucos meses antes tinha invadido a metade oriental da Polónia, como combinado com a Alemanha nazi no famoso Tratado Germano-Soviético de 25 de Agosto de 1939, decidiu matar toda a elite polaca, que estava em campos de concentração. Oficiais do Exército da Polónia essencialmente, pois temia, na sua mente paranoica, uma revolta entre eles. Ordenou à NKVD, a policia politica, para que tratasse do assunto. Arranjaram uma floresta, nos arredores de Smolensk, para tratar do assunto. Esse local chamava-se Katyn.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhygDZW64RjbKBfzmLyOjZDVvAx3hh4uyuVpF22ehfrOSBMzrWNGwC7sM8TnE9Eo4wrQ2y2GMiVfkyLjHzO-tr1rUpM0ueSPkjDNcV8H8bNwNS9fNBXFnvha34rmxfEjZi2uv2LxgOwO9oB/s280/Katyn_massacre_1.jpg)
Ao longo dessa Primavera,
22 mil pessoas, parte da elite polaca, foram mortas às ordens de Stalin, não só em Katyn, mas também noutros locais da Russia e Bielorrusia, muita dela antigo território polaco conquistado pela União Soviética. O massacre permaneceu secreto, mas o rumo da II Guera Mundial iria dar uma volta de 180 graus quando um ano mais tarde, a 22 de Junho de 1941, a Alemanha Nazi decidiu invadir a União Soviética. E a Russia foi invadida pelas tropas de
Adolf Hitler. E ano e meio depois, na Primavera de 1943, os nazis descobriram as campas dos oficiais polacos executados por Estaline, a anunciaram ao mundo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhujqRsp7QTy_Xtq6ksmb6DDkhwRYJT-GQoQ-_V7Jrp8YMGmj89E5EdWDgzi-fS-zfQ5Yx9GzhTBQZ1KI5P0d9DYPtIhla6UkLZwtlAHz7uic3C_EDP5d_Qpi-L5EpBg80OqsZQshnN6sXa/s280/800px-Trzy_krzyze.jpg)
Na altura, os soviéticos disseram que tudo isso era propaganda. Tinham sido os nazis a executar os oficiais polacos no Verão de 1941 e que aquilo não passava de encenação. E quando os soviéticos tomaram de novo a Russia, a mentira continuou. Até à "Perestroika", de
Mikhail Gorbatchov, aquele era o local onde milhares de soldados polacos tinha sido executados em 1941, ás mãos dos nazis. Só com esse degelo do final dos anos 80 é que a verdade histórica foi reposta.
Para a Polónia, aquilo foi uma ferida aberta em relação à Russia, e um grande escolho nas relações entre os dois países, até aos nossos dias. Apesar de Gorbachtov ter pedido desculpas em nome da União Soviética, quando esta se transformou em Russia, a politica foi diferente. Para os russos, isto não é um crime de guerra ou genocidio, e os mortos não são considerados como vitimas do Estalinismo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiarWK1BUhOLMCI2ylbglJteLp5ZI7bzS7u6kc7OZEmvN2BV1WgGk9EPtxQ7oLcn73DiHrWmzSaSDmvp6sNIKEdn15sAKVuGwLeFcv8S5gSOY0QeQfRBLnry3WC5Dd1xrGBVBW7QEnw7mLy/s280/0000154349.jpg)
Mas se calhar, isso pode mudar dentro em pouco. E a acontecer, teve de ser ao sacrificio de outra elite polaca. Esta manhã, um Tupolev 154 da presidência polaca, que transportava o Presdiente da Polónia,
Lech Kazyinsci, e uma série de dignitários, desde cerca de 20 deputados a um antigo presidente no exilio, passado pelo chefe do Exército, o Presidente do Banco Central, até ao presidente do Comité Olimpico local,
caiu em Smolensk, depois de quatro tentativas abortadas para aterrar sob denso nevoeiro. Dos 96 ocupantes (
numeros contlituantes, já que se fala em 132),
ninguém sobreviveu. A causa do acidente foi um erro do piloto, que tentou aterrar por quatro vezes no local, apesar dos avisos dos controladores para que aterrasse em Minsk ou Moscovo.
“
É um sítio maldito”, reagiu o antigo Presidente polaco
Aleksander Kwasniewski, à TVN24. “
Dá-me arrepios na espinha. Primeiro a elite da Segunda República polaca é assassinada na floresta de Smolensk, agora a elite intelectual da Terceira República morre neste acidente trágico quando se aproximavam do aeroporto de Smolensk. Esta é uma ferida que vai ser muito difícil de curar”, afirmou.
Outro antigo Presidente,
Lech Walesa, o homem que presidiu à transição da Polónia do comunismo à democracia, na década de 80, enquadrou o acidente nos mesmos termos históricos: “
Este é o segundo desastre depois de Katyn”, disse ao mesmo canal de notícias TVN24. “
Eles quiseram cortar a nossa cabeça lá, e lá a elite da nossa nação também morreu. Apesar das diferenças, a classe intelectual daqueles que iam no avião era verdadeiramente grande.”
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit0nYL3lckX2wIu998E4WhCGixGbr0WRqA_HXWVQpmYL0sYRNrvDsT3YPvZEMCC8T0SM4sGl3H-wReYAVdZz8Ur0pZeGIHNJB6k1BKEsAY-RhkO46viBWntmmgp-0A1e7tn4q3Xumd1J2J/s280/LECH_K~1.JPG)
O presidente Lech Katzynscki ficou conhecido por ser um dos mais firmes eurocépticos dos últimos anos, numa nação que pela sua dimensão, e apesar de ter entrado na União Europeia há pouco menos de seis anos, não pode ser menosprezada. As suas simpatias politicas eram de direita, e tentou em tempos fazer uma "caça ás bruxas" às pessoas que colaboraram no tempo do regime comunista, abolido em 1989. Politicamente, não me era muito simpatético, mas como hoje é momento de luto, não quero comentar politiquices. E espero que se abstenham disso também.
Segundo a Constituição polaca, irá haver eleições presidenciais dentro de dois meses, e o presidente do Sejm, o parlamento local, assumirá provisóriamente o cargo.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...