sexta-feira, 21 de maio de 2010

GP Memória - Monaco 1950

Apenas uma semana depois de Silverstone, máquinas e pilotos estavam no Mónaco para correr nas ruas do circuito da cidade-estado na Cote D'Azur francês. A Alfa Romeo fez uma corrida contra-relógio para estar a tempo de estar presente naquele fim de semana.

Na corrida monegasca estavam inscritos 21 carros. A Alfa Romeo inscrevia três carros para o argentino Juan Manuel Fangio, o italiano Nino Farina, vencedor da corrida britânica e o seu compatriota Luigi Fagioli. Só que ao contrário do que acontecia em Silverstone, agora tinha a oposição da Ferrari, que tinha os italianos Alberto Ascari, filho de Antonio Ascari, lenda da Alfa Romeo nos anos 20, Luigi Villoresi e o francês Raymond Sommer. A equipa de Maranello tinha um quarto carro para o britânico Peter Whitehead, uma inscrição privada.

Outras equipas, como a Gordini, Maserati e Talbot-Lago, iriam participar na corrida. Na Talbot, oficialmente só tinha um carro, para Yves-Gerard Cabantous, mais dois carros da Equipe Rosier, que iriam ser guiados pelos franceses Louis Rosier e Charles Pozzi. Havia ainda mais um Talbot da Ecurie Belge, para Johnny Claes, e duas inscrições privadas, feitas pelos franceses Philippe Étancelin e Pierre Levegh, pseudónimo de Pierre Eugéne Alfred Bouillin. Ele escolhera esse apelido para honrar a memória de um tio seu, pioneiro do automobilismo francês morto em 1904.

A Gordini inscrevia oficialmente dois carros, para os franceses Robert Manzon e Maurice Trintignant, enquanto que a Maserati inscrevia sete carros. Dois deles eram oficiais, para o italiano Franco Rol e o herói local, Louis Chiron. Apesar de ter já 49 anos e dos seus dias de glória terem há muito passado, Chiron continuava a ser uma figura respeitada e um natural favorito aos lugares da frente.

Outros dois Maserati estavam inscritos pela Scuderia Achille Varzi, para os argentinos Froilan Gonzalez e Alfredo Pián, e outros dois tinham sido inscritos pela Scuderia Enrico Platé, para o talilandês Bira e o suiço Toulo de Grafenried. Mais um carro estava inscrito pela Scuderia Milano, com o italiano Clemente Biondetti ao volante. Para finalizar, dois ERA britânicos se apresentavam na corrida, inscritos por Cuth Harrison e Bob Gerard e havia um Cooper-JAP inscrito pela Hoeschell Racing Corporation e teria como piloto o americano Harry Schell. Esse carro tinha uma particularidade: o motor estava atrás do piloto, e isto fez com que fosse o primeiro carro desse tipo a participar numa corrida de Formula 1.

Nos treinos, Whitehead teve problemas com o seu motor, que não se conseguiu resolver durante esse tempo e resolveu não alinhar na corrida. Ao mesmo tempo, Pián despistou-se no seu Maserati e os estragos impediram-no de alinhar na corrida. No final, dos 21 inscritos, apenas 19 estavam presentes na largada.

E a pole-position tinha ficado nas mãos de Juan Manuel Fangio, que com o seu Alfa Romeo, conseguiu superiorizar-se a Nino Farina e ao Maserati de Froilan Gonzalez. Philippe Étaincelin era o quarto, no seu Talbot, seguido pelo Alfa Romeo de Fagioli. Villoresi era o sexto, sendo o melhor dos Ferrari, superando Alberto Ascari. o monegasco Chiron era o oitavo a partir, Sommer era o nono no seu Ferrari e a fechar o "top ten" ficava o Talbot-Lago de Louis Rosier.

No dia da corrida, o tempo estava seco, mas ventoso. Na zona da Tabacaria, as ondas alteravam-se, invadindo a pista nessa zona, tornando-a molhada e potencialmente para os pilotos. E logo na primeira volta, esses receios acabaram por acontecer. Nessa primeira passagem pela zona problemática, Fangio passa bem pela zona, mas Farina perde o controlo do seu carro e é atingido pelo Maserati de Froilan Gonzalez. Fagioli despista-se e Rosier tenta para o carro a tempo de evitar a colisão. Mas é logo a seguir atingido por Fagioli e Manzon.

Mais atrás, mais cinco pilotos envolvem-se na carambola: Trintignant, Grafenried, Schell, Franco Rol e Cuth Harrison. Nenhum deles volta à corrida, excepto Gonzalez, que leva o carro às boxes, mas os estragos são tais que abandona logo a seguir.

Sem grande parte da concorrência, Fangio tinha de controlar a distância que tinha sobre Ascari, já que Villoresi ficara parado pois tinha deixado cair o seu motor. Villoresi continuou, mas estava muito atrasado. A partir dali, ele faria uma corrida de recuperação que o colocaria no segundo posto na volta 62. Contudo, essa recuperação destruiu a sua mecânica, fazendo com que desistisse na volta seguinte.

Com isso, Fangio ficou mais aliviado e caminhava calmamente rumo à vitória. A primeira das 24 que conquistaria nos sete anos seguintes, e seria o unico a fazer as cem voltas ao circuito monegasco. Ascari era segundo a uma volta e o local Chiron era terceiro, a duas voltas. Os restantes lugares pontuáveis, que nesse ano eram cinco, foram o francês Raymond Sommer e o Principe Bira, mas ficaram respectivamente a três e cinco voltas do vencedor.

Fontes:

http://en.wikipedia.org/wiki/1950_Monaco_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr002.html

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