Quando vejo o estilo agressivo de Lewis Hamilton em pista, lembro-me de dois pilotos em particular: Gilles Villeneuve e Keke Rosberg. O canadiano descobria sempre um lugar para ultrapassar, por mais improvável que existisse. E lutavam ambos por qualquer lugar, fosse ele o primeiro ou o 14º posto. E sabiam defender de forma forte e justa. Nos anos 80, estes dois senhores foram heróis.
Passaram-se trinta e alguns anos. Os seus filhos passaram pela Formula 1, com saldo relativamente positivos. Jacques Villeneuve foi campeão e arrastou-se, Nico Rosberg está a ter a sua primeira grande chance da sua vida e está a aproveitar, mas ainda não venceu corridas, mas nenhum deles tem a agressividade dos seus pais. Quem a tem, agora, é um rapaz que não tem qualquer background automobilistico: Lewis Hamilton.
O piloto inglês é agressivo em pista, e sabe defender-se dos ataques, aproveitando da superioridade da sua máquina para recuperar posições. Muitos perguntarão que é isso que deve fazer, sabendo do potencial dessa máquina. Mas numa era em que as ultrapassagens em pista são comparadas com o preço do petróleo, especialmente nos "tilkódromos" em dias claros, conseguir recuperar posições em pista, sem se preocupar com o estado ou a durabilidade dos pneus, é um feito.
Contudo, nos dias de hoje, aquilo que seria visto no passado como sinal de coragem e elogiado por muitos, é agora fortemente criticavel. Ao ver as imagens desde video, não entendo porquê, pois quer Rosberg Sr., quer Villeneuve Sr., fizeram coisas destas. E não eram criticados tão fortemente como Hamilton é agora. Aliás, que eu saiba, nunca cometeu qualquer golpe baixo como fez Michael Schumacher em duas ocasiões. E hoje em dia, as pessoas dizem bem do heptacampeão alemão...
Tirando o facto de ser mestiço, e aí iriamos entrar num domínio que não desejo entrar (e pessoalmente acho que quem o faz, é por motivos estupidos e baixos), não vejo nada de criticável no seu comportamento em pista. Houve momentos em que as suas defesas foram penalizadas, mas aí sobressaiu o critério largamente duvidoso dos comissários de pista, todos eles autênticos "campeões da playstation", algo que, julgo eu, terem 99,9 por cento daqueles que pedem para que o britânico seja penalizado. Agora que este ano, a FIA e Jean Todt tiveram a boa ideia de convidar ex-pilotos para esse cargo, está reposta uma certa justiça nesse caso.
Mas ando a desviar-me um pouco do meu propósito. Queria homenagear Gilles Villeneuve em mais um aniversário da sua passagem da vida para a História, e reparamos que aquilo que ficou nas nossas memórias foram as suas ultrapassagens, as suas defesas de posições. Dijon-Prenois 1979, Jarama 1981, Imola 1982... tudo isso foram obra de um homem que fez tudo para conseguir estar na frente do seu adversário, feito de forma regulamentar. E Villeneuve, se forem ver no caso da corrida espanhola, aguentou todo um pelotão com um mau carro, indo de um lado para o outro. E foi criticado na altura, tal como tinha sido criticado em Dijon, até pelos seus próprios pares. Se isto acontecesse hoje em dia, provavelmente o canadiano já teria sido banido da Formula 1...
Hoje em dia fala-se de Gilles com reverência, um mito. Do pai de Nico não se fala muito, mas quando vi os filmes dele nas suas corridas com carros atmosféricos, contra os Turbos, em 1982 e 83, tenho de tirar o chapéu. Ganhei uma enorme admiração por Keke Rosberg, por ser tão bom a correr e pelo seu estilo agressivo, disposto a tudo para chegar lá. E é isso que faz Lewis Hamilton, sem as trapaças que Michael Schumacher.
Se querem ver o espirito de Gilles, olhem para o Lewis. E provavelmente terá uma carreira igualzinha ao do canadiano: correrá por uma equipa na sua carreira.
Passaram-se trinta e alguns anos. Os seus filhos passaram pela Formula 1, com saldo relativamente positivos. Jacques Villeneuve foi campeão e arrastou-se, Nico Rosberg está a ter a sua primeira grande chance da sua vida e está a aproveitar, mas ainda não venceu corridas, mas nenhum deles tem a agressividade dos seus pais. Quem a tem, agora, é um rapaz que não tem qualquer background automobilistico: Lewis Hamilton.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrAAGw7_2u1n0R8TQzd2N5qf7-4Z4wpm3KJmHmBk1RoHQ7MO3JEcIC0CsFgipSvQDSfw8piP6vNBlEuhwADTQYlfIuI-JIEjn1qpw8_OvKKGqMxfkbdaqO_kWvuLp5Mr9ELEvfZdk93d5g/s280/Espanha+10+11.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1q0etL3yr9cEZnTa09XG7UgF6hdADx4s2U60esfK2lw9_0rEGdsIxsXtjGn18QwoqztOivK1iFpqMKZJ4_unlaMZccGRFVZw2QmhfexSViQYN8FNQgiolSeRfr5zLRYIBB4130zy4cSvc/s280/Detroit+84+7.jpg)
Tirando o facto de ser mestiço, e aí iriamos entrar num domínio que não desejo entrar (e pessoalmente acho que quem o faz, é por motivos estupidos e baixos), não vejo nada de criticável no seu comportamento em pista. Houve momentos em que as suas defesas foram penalizadas, mas aí sobressaiu o critério largamente duvidoso dos comissários de pista, todos eles autênticos "campeões da playstation", algo que, julgo eu, terem 99,9 por cento daqueles que pedem para que o britânico seja penalizado. Agora que este ano, a FIA e Jean Todt tiveram a boa ideia de convidar ex-pilotos para esse cargo, está reposta uma certa justiça nesse caso.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivnPBTEN6Z7aO1xJglJ72j6bSvBjDBZutu7fJ2tS92mBjEnhviAnwmWCCL-06mD4djaOSpK5vlfGC_HNTtyD2xUBPnDJfsrhcXstZ5XP8S1YsCg3PTf3Q2-xkx3302BWbz0MYs2QnmCWKM/s280/Af.+Sul+82+3.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzPpoiDX8FGQDBgoO1HD8OVk1_AeyXZ7UjAPx4EW9q8BJJU2-lUGhBlkj7P0yVErR5f_ctr7AST9E2CqILeQu4j2wF0th9PtYiodqYuNDVxFue0Sn-hzzRoS1gMDwSnvWPy9hyphenhyphen31aHAyoR/s280/desk32.bmp)
Se querem ver o espirito de Gilles, olhem para o Lewis. E provavelmente terá uma carreira igualzinha ao do canadiano: correrá por uma equipa na sua carreira.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...